HOMENAGEM

Cerimônia lembra 10 anos da morte de Jean Charles

Dez anos depois, familiares homenageiam Jean Charles em frente à Stockwell

Foto: Wikicommons.


Wikicommons

Cerimônia lembrou os 10 anos da morte de Jean Charles de Menezes

Uma cerimônia realizada por três primos do brasileiro Jean Charles de Menezes nesta quarta-feira marcou os 10 anos da morte do eletricista pela Scotland Yard, a polícia britânica.

Jean foi confundido com um extremista etíope e foi morto com oito tiros – sendo sete na cabeça – dentro da estação de metrô Stockwell, no sul de Londres. Além de prestar um minuto de silêncio exatamente às 10h07 (hora local da morte do brasileiro), um padre leu uma mensagem bíblica e houve uma canção em homenagem ao eletricista.
Dezenas de flores foram deixadas em frente a uma imagem do brasileiro na porta do metrô, entre as quais, está um buquê de flores do sistema de transporte público do país.
Vivian Figueiredo, prima do eletricista, disse aos jornalistas que não quer “apontar o dedo para ninguém”, que entende que a morte de Jean foi uma sucessão de falhas de vários grupos, mas que os envolvidos na morte de seu parente deveriam responder “judicialmente” e de maneira individual pelo crime.
Até hoje ninguém foi punido pela morte do homem e a corporação policial pagou apenas uma indenização de 100 mil libras esterlinas à família do brasileiro.
O caso
No dia 22 de julho de 2005, o eletricista deixou seu apartamento e foi seguido por agentes à paisana que o confundiram com o etíope Hussain Osman. No dia anterior ao assassinato do brasileiro, Osman e outros extremistas tinham tentado realizar mais um ataque ao sistema de transporte público britânico.
A tentativa frustrada ocorria há apenas duas semanas de uma série de atentados contra o sistema de transporte, que provocaram mais de 50 mortes. Infelizmente, Jean Charles morava no mesmo bloco que o etíope e uma sucessão de erros causou a sua morte.
Assim que deixou sua casa, agentes começaram a perseguir o brasileiro de maneira silenciosa. Ao chegar no metrô, segundo os policiais, Jean não respondeu a um comando de parada e foi acertado por oito tiros. Apesar de ter matado o homem errado, a Scotland Yard demorou mais de 30 horas para reconhecer o problema.
Por causa do momento tenso em Londres, causado por um alerta máximo contra o terrorismo, os tribunais do país não acusaram nenhum policial pela morte do eletricista. Até hoje, a identidade do atirador – chamado apenas de C2 – nunca foi revelada.
 
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