MOVIMENTOS

Você amarelou?

As causas sociais, motivo de luta e de união de grupos da sociedade por um objetivo, são movimentos que concentram energia maravilhosa, que fazem refletir, mobilizam, buscam artifícios técnicos e legais para melhorar as condições de vida. Algumas ganharam cores e, assim, também mais atenção, mais adesão. Como o Outubro Rosa, na luta pelo câncer […]

As causas sociais, motivo de luta e de união de grupos da sociedade por um objetivo, são movimentos que concentram energia maravilhosa, que fazem refletir, mobilizam, buscam artifícios técnicos e legais para melhorar as condições de vida. Algumas ganharam cores e, assim, também mais atenção, mais adesão. Como o Outubro Rosa, na luta pelo câncer de mama, e o Novembro Azul, na prevenção do câncer de próstata, maio recebeu a amarela, que alerta sobre a violência no trânsito e a importância da prevenção de acidentes viários. 
Segundo o World Cancer Researcher Fund International (Fundo Mundial de Pesquisa do Câncer), em 2012, cerca de 1,7 milhão de casos de câncer de mama e 1 milhão de câncer de próstata foram diagnosticados no mundo. Da mesma forma, são alarmantes os números relativos ao trânsito, que, conforme estima a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2009), mata no mundo aproximadamente 1,3 milhão de pessoas ao ano.
A capital brasileira, com 2.648.532 de habitantes, está entre as mais populosas do país e com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), correspondendo a 0,824. Porém, na contramão da tendência mundial, em que as nações mais ricas contabilizam menores índices de vítimas por acidentes de trânsito, Brasília registrou 20,9 óbitos a cada 100 mil habitantes no intervalo de 2001 a 2012. Os dados publicados, em 2014, pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, retratam ainda que as mortes por acidentes de trânsito no Brasil cresceram 48,7% no mesmo período, somando 453.779 vítimas.
No Distrito Federal, estatísticas revelam que, em 2012 (dados mais recentes disponíveis), foram registrados 552 óbitos — 40% dos quais são ocupantes de automóveis, 28% pedestres, 24% motociclistas, 7% ciclistas e apenas 1% passageiros do transporte público. O total de feridos no mesmo ano foi de 2.626. Os motociclistas são as principais vítimas dos acidentes não fatais, correspondendo a 46% do montante, seguidos pelos passageiros de automóveis (28%), pedestres (20%), ciclistas (5%) e passageiros de coletivos (1%).
Porém, o que está em questão não são os números, mas as vidas. O que está por trás das causas — em especial das já reconhecidas mobilizações pela prevenção e busca pela cura do câncer — é a vida. E quando o Maio Amarelo pede atenção e conclama a sociedade por mais segurança no trânsito, é também a vida que se quer preservar.
A solução não é simples. O trânsito, em si, é sistema complexo. Por isso, para avaliar os agentes do cenário retratado e agir, é preciso entender os 6Es: a Engenharia, para aplicar as técnicas necessárias à melhoria da segurança das vias e dos veículos; a Economia, para não perder de vista os custos sociais gerados pelos acidentes e seu impacto em cadeia nas finanças públicas e individuais; a Educação, para haver compromisso com a informação e conscientização dos usuários e com a qualidade da formação dos condutores; o Esforço legal, para garantir fiscalização e controle efetivos para o cumprimento das normas de circulação; a Ecologia, para proposição de medidas que diminuam a emissão de poluentes e sejam sustentáveis; e o Envolvimento Social, para que a sociedade possa atuar e se mobilizar por melhores índices de segurança.
O Maio Amarelo, o Outubro Rosa e o Novembro Azul não são simplesmente campanha de comunicação, são exemplos de movimentos que engajam e requerem ação, pois a mudança depende de atitude e mobilização. Não são estáticos, mas dinâmicos. São envolventes. As causas sociais podem aflorar senso de colaboração único a permitir que cada um disponha de expertise, competência em prol de um ou múltiplos propósitos.
A mobilização depende do desenvolvimento e formação de colaboradores para a ação — especialistas, ONGs e grupos de interesse, poder público, indústria e empresários do comércio, usuários do sistema. Igualmente, do levantamento e manutenção de dados confiáveis para direcionamento e priorização de medidas educativas e corretivas. Ganha força e legitimidade com o apoio da mídia e das redes sociais, aliança indispensável. Requer a formulação de políticas públicas e o compromisso de governantes em oferecer condições seguras de mobilidade. Depende de mim e também de você. Você amarelou?
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