ESTUDO

Riso fácil tem influência genética, segundo pesquisa norte-americana

Os alelos são as diferentes formas com que um gene pode se apresentar

A gargalhada vem logo em seguida à situação engraçada, mas a pessoa que está do lado não esboça sequer um meio sorriso. Constrangedora, a situação não se limita à falta de humor do parceiro. Segundo estudo conduzido na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, as reações distintas podem ser consequência de uma diferenciação genética. O tamanho do alelo do gene 5-HTTLPR interfere na frequência e no porte das risadas, garantem.
Os alelos são as diferentes formas com que um gene pode se apresentar. Como ocorre com as variações de uma cor, há oscilações de expressão de cada gene, que tem dois alelos — um herdado do pai e o outro, da mãe. Já se sabia que o tamanho do alelo do 5-HTTLPR influencia na regulação da serotonina, neurotransmissor ligado a quadros de depressão, por exemplo.
Ao analisar 336 voluntários, porém, os cientistas concluíram que aqueles que têm os alelos do 5-HTTLPR mais curtos sorriram ou riram mais enquanto assistiam a desenhos animados e a um clipe divertido do que os que tinham os alelos do mesmo gene maiores. Resultados de estudos anteriores indicaram que esses alelos mais curtos aumentam a suscetibilidade ao surgimento de emoções indesejáveis, como ansiedade e depressão, e abuso de substâncias lícitas e ilícitas. Com o novo estudo, os cientistas defendem que essa condição genética, na verdade, faz com que a pessoa se torne mais sensível aos picos emocionais.
“O alelo curto amplifica reações emocionais para ambos os ambientes, bons e maus. As pessoas com essa característica podem florescer em um ambiente positivo e sofrer em um negativo, enquanto as pessoas com alelos longos são menos sensíveis às condições ambientais”, detalha Claudia M. Haase, pesquisadora da Universidade Northwestern e coautora do estudo, publicado na edição de hoje do jornal Emotion, da Associação Americana de Psicologia.
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