O Partido Revolucionário Institucional (PRI), legenda do presidente do México, Enrique Peña Nieto, conquistou maioria simples nas eleições legislativas e estaduais deste domingo (7), com cerca de 30% dos votos obtidos, segundo estimativa divulgada hoje (8) pela Justiça Eleitoral do país. As eleições foram marcadas por protestos contra o governo, alvo de críticas após o desaparecimento dos 43 estudantes em Iguala, estado de Guerrero, em setembro, além de denúncias de corrupção. Apesar de o partido do governo garantir a maioria, pelo menos cinco estados elegeram governadores independentes.
As parciais da Justiça Eleitoral também indicam que os conservadores do Partido de Ação Nacional (PAN), conquistaram de 21,47% a 22,2% dos votos, seguidos pela esquerda representada pelo Partido da Revolução Democrática (PRD), que obteve entre 11% e 12% das preferências.
Entre os independentes, o destaque é Jaime Rodríguez, conhecido como El Bronco, eleito governador de Nuevo León, estado-sede de multinacionais e que representa a terceira maior economia no país. El Bronco conseguiu desbancar os partidos tradicionais pregando a necessidade de reformulação partidária e criticando a falência dos partidos que alternam o poder no México, os conservadores e o PRI.
Com o resultado, o PRI deverá ter entre 195 e 203 cadeiras na Câmara dos Deputados, de um total de 500 vagas.
As eleições foram conturbadas no estado de Guerrero, onde estudantes e professores promoveram manifestações por causa do desaparecimento dos 43 jovens em Iguala, em setembro do ano passado.
O estado concentrou a maior parte dos protestos pelo fato de os desaparecimentos estarem ligados a grupos de narcotraficantes e por haver suspeita do envolvimento com o governo do estado. A opinião pública mostrou-se descontente não só pela impunidade neste caso, mas também nos recentes escândalos que envolveram o presidente Peña Nieto e a esposa. Pesou, também, a publicação de fotos de uma mansão luxuosa de propriedade do presidente. Apesar dos protestos no Sul do país, os responsáveis pela missão observadora da Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmaram que as eleições transcorreram sem grandes incidentes.
O pleito também foi marcado por protestos de professores contrários à reforma educacional nos estados de Oaxaca, Guerrero e Chiapas, com 90 detidos, mas transcorreram com tranquilidade no restante do país.
Em Oaxaca, foi assassinado a tiros o ex-prefeito José Alfredo Jiménez, informou a Procuradoria-Geral de Justiça do estado, que investiga o caso. Também em Oaxaca, professores da Coordenação Nacional de Trabalhadores da Educação destruíram cédulas de votação e urnas.
O presidente Enrique Peña Nieto disse que os mexicanos deram um mandato contra “a violência e a intolerância” ao saírem de casa para votar. “Houve quem tentasse afetar as eleições. Nos dias anteriores, inclusive, realizaram atos violentos buscando desanimar a população”, afirmou o presidente. “No entanto, apesar disso, milhões de mexicanos foram votar convencidos de que a democracia é o melhor caminho para o México.”