Saint-Quentin-Fallavier, França – Uma pessoa foi decapitada e várias ficaram feridas em um atentado provavelmente jihadista cometido nesta sexta-feira, dia 26, em uma usina de gás perto da cidade de Lyon, no centro-leste da França, informaram diversas fontes. A cabeça de um homem decapitado, coberta com inscrições em árabe, foi encontrada pendurada em uma grade, perto da usina de gás da multinacional Air Products, informaram fontes próximas à investigação. “O corpo decapitado de uma pessoa foi encontrado nas imediações da usina, mas ainda não se sabe se foi transportado para lá ou não”, acrescentou a fonte.
A polícia deteve um homem suspeito de ter lançado o ataque, informaram fontes judiciais, que acrescentaram que era um conhecido dos serviços franceses de inteligência. As autoridades estavam realizando investigações para determinar se ele tinha algum cúmplice. “Segundo os primeiros elementos da investigação, um ou vários indivíduos, a bordo de um veículo, entraram na fábrica. Então ocorreu uma explosão”, informou uma fonte próxima ao caso.
Segundo outra fonte, um dos autores do atentado entrou na usina da Air Products com uma bandeira islamita e detonou vários cilindros de gás. O jornal regional Dauphiné Libéré disse que o ataque ocorreu por volta das 10h locais (5h de Brasília). A procuradoria antiterrorista abriu uma investigação, anunciou o procurador da República de Paris, François Moulins, em um comunicado.
O presidente francês, François Hollande, que participa em Bruxelas de uma cúpula de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), anunciou que estará de volta a Paris depois do meio-dia. Um conselho de defesa foi convocado para as 15h locais (10h de Brasília). O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, partiu imediatamente ao local, informou seu gabinete. O primeiro-ministro Manuel Valls ordenou a mobilização imediata das forças de ordem para garantir uma vigilância reforçada em todos os “locais sensíveis” da região de Lyon, declararam à AFP fontes próximas a ele.
O atentado ocorreu quase seis meses após os ataques islamitas que deixaram 17 mortos em Paris em janeiro e que começaram com um tiroteio na sede da revista satírica Charlie Hebdo. Dois irmãos islamitas atacaram a sede da revista, matando 12 pessoas. Um policial e quatro reféns em um supermercado kasher também foram abatidos durante os três dias de ataques. Após os atentados, foi realizada uma histórica “marcha contra o terrorismo”.
Cerca de quatro milhões de pessoas saíram às ruas da França e mais de 1,5 milhão de pessoas se concentraram na capital francesa, enquanto dezenas de líderes de todo o mundo expressaram sua condenação aos ataques. A França conta com uma alta proporção de cidadãos lutando nas fileiras dos islamitas no Iraque e na Síria e está em alerta ante possíveis ataques em seu território desde os atentados na redação da Charlie Hebdo.