CARACAS

Venezuela transfere ex-prefeito preso e gera protestos da oposição

A oposição garante que o político foi levado “de forma violenta à Penitenciária Geral da Venezuela em San Juan de los Morros, estado Guárico, lugar onde sua vida corre um risco gravíssimo”

O governo venezuelano transferiu durante a madrugada deste sábado o ex-prefeito opositor Daniel Ceballos, preso desde 2014, a uma prisão para processados judiciais em Guárico (centro), informou a Defensoria Pública.
“Daniel Ceballos está isolado em um novo local de detenção conhecido como Centro para Processados 26 de Julho (Guárico)”, afirmou o titular da Defensoria, Tarek William Saab, em sua conta do Twitter.
O funcionário disse que se constatou que Ceballos tem bom estado de saúde e que ele poderá receber visitas no no novo local, “assegurando-se seus direitos humanos”.
A transferência de Ceballos provocou protestos da coalizão opositora venezuelana Mesa da Unidade (MUD), que entregou un documento ao Núncio Apostólico denunciando que “a vida de Daniel Ceballos foi colocada em uma situação de risco extremo pelo governo nacional”. A oposição garante que o político foi levado “de forma violenta à Penitenciária Geral da Venezuela em San Juan de los Morros, estado Guárico, lugar onde sua vida corre um risco gravíssimo”. Saab, contudo, negou que Ceballos esteja na Penitenciária Geral da Venezuela.
A subsecretária de Estado dos Estados Unidos, Roberta Jacobson, disse em sua conta do Twitter que está “preocupada” pela transferência de Ceballos “a uma prisão distante, sem aviso”, acrescentando que os direitos humanos na Venezuela “devem ser respeitados” e que o país caribenho “deveria liberar seus presos políticos”.
Ceballos estava na prisão militar de Ramo Verde, nas proximidades de Caracas, desde março de 2014, acusado de conspiração, em meio aos protestos opositores ocorridos em várias cidades da Venezuela entre fevereiro e maio, e que deixaram 43 mortos e centenas de feridos.
No época em que foi preso, Ceballos era o prefeito de San Cristóbal, cidade do estado de Táchira, na fronteira com a Colômbia e onde começaram as manifestações em fevereiro de 2014.
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