O papa Francisco afirmou nesta segunda-feira, 11, que as grandes potências não querem a paz porque “vivem da guerra”, através da indústria bélica. Ao receber cerca de sete mil jovens no Vaticano para uma audiência sobre o tema da paz, o líder da Igreja Católica disse que “algumas potências ganham a vida com a fabricação de armas”.
“É a indústria da morte. E se lucra com isso, o que é muito grave”, comentou Francisco. “Vocês sabem que a cobiça faz muito mal. A vontade de querer sempre mais, mais, mais dinheiro. E aí passamos a acreditar que tudo gira em torno do dinheiro”, criticou o Papa.
De acordo com ele, “o sistema atual existe em função do dinheiro, e não das pessoas, do homem e da mulher”. “A guerra e os sacrifícios são feitos para defender o dinheiro. Por isso, tantas pessoas não querem a paz”, destacou.
O Papa se reuniu com milhares de jovens nesta manhã, em um encontro organizado pela entidade “A Fábrica da Paz”. Francisco ganhou um capacete de operário, como representação de sua integração à fábrica.
“A paz não é um produto industrial, mas sim, artesanal. É construída diariamente com o nosso trabalho, nosso amor e nossa proximidade”, disse o Papa, confessando que também enfrenta brigas, mas que sempre busca fazer as pazes.
“Eu brigo tantas vezes, mas reflito um pouco e sempre tento fazer as pazes. É humano brigar. Mas é importante que a briga não continue”, relatou.
Mais cedo, o Papa também recebeu em audiência o prêmio Nobel da Paz de 1980, o argentino Adolfo Maria Pérez Esquivel.