Foto: Gilson Teixeira/OIMP/D.A Press..
Quase todos os jogos terão reajustes
A ânsia do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, por entregar o ajuste fiscal e evitar o rebaixamento do país pelas agências de classificação de risco custará caro aos que fazem fé nas loterias para ficar ricos. A partir de 23 de maio, quase todos os jogos administrados pela Caixa Econômica Federal terão reajustes — alguns, de até 100%. A meta do governo é arrecadar R$ 935,1 milhões a mais neste ano.
Segundo o governo, não houve escapatória. A necessidade de receita é grande. Na média, os bilhetes de loterias terão aumento de 38,91%. A Mega-Sena, o jogo mais procurado, subirá 40%, de R$ 2,50 para R$ 3,50 no caso da aposta mínima. A opção mais cara, com 15 números, custará R$ 17.517.50. Os valores foram fixados por meio de portaria da Secretaria de Assuntos Econômicos (Seae) publicada na edição de ontem do Diário Oficial da União.
O marceneiro Antônio Moura, 53 anos, se disse desolado com os aumentos. Ele contou que joga nas loterias há mais de 30 anos. Acostumado a ir duas vezes por semana às lojas para apostar na Quina e na Mega-Sena, ele decidiu que restringirá as apostas.
Ficará com apenas uma das opções oferecidas pela Caixa Econômica: a Quina, que subiu 33%, de R$ 0,75 para R$ 1. “Não tenho como pagar mais caro, fica complicado. Como é mais barata e mais fácil de ganhar, ficarei com a Quina”, afirmou.
A estratégia do analista de sistemas Waldemiro Schneider, 74, é continuar perseguindo a sorte. Mas fará menos jogos. “Sempre defino uma quantia para apostar. Minha meta é gastar o de sempre. Se o valor das apostas subiu, farei menos jogos. Não dá para abusar”, disse. Para ele, que aposta todos os dias na Quina e duas vezes por semana na Mega e já perdeu as contas de quantos anos faz que frequenta a lotérica; largar os jogos está fora de questão. “Não há possibilidade disso. Mesmo mais caras, minhas fezinhas serão mantidas. Vou insistir até a sorte chegar.”