ACORDO

Governo quer chineses nos leilões de infraestrutura

Acordos firmados incluem crédito de US$ 7 bilhões para a Petrobras e a criação de fundo de US$ 50 bilhões para financiar projetos no país

O líder asiático e a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto

Apesar da assinatura de 37 atos – 35 acordos e duas declarações conjuntas entre os dois países —, a visita oficial do primeiro-ministro da China, Li Keqiang, ao Brasil não produziu o aguardado anúncio de US$ 53,3 bilhões de investimentos chineses em infraestrutura no país. A expectativa é que os chineses participem dos leilões dos 52 projetos novos e em andamento listados pelo governo que podem integrar o pacote de concessões que será divulgado em junho.

A presidente Dilma Rousseff se empenhou para ter um número de acordos parecido com o que foi firmado durante a visita do presidente chinês, Xi Jinping, em julho de 2014. Equipes do governo negociaram com os chineses até as 3h de ontem. O protocolo para a derrubada das barreiras à carne brasileira só foi fechado às 8h, com a retomada das conversas.
A visita, contudo, serviu para que o governo tentasse mostrar uma agenda positiva em meio ao mar de notícias negativas dos últimos meses, ao turbilhão do ajuste fiscal e à queda da popularidade de Dilma. A presidente destacou que o país asiático é um parceiro estratégico. “A China, que investiu fortemente em infraestrutura na última década, e que tem toda uma expertise nessa área, também busca novos caminhos, e um dos caminhos, sem sombra de dúvida, passa por essa parceria aqui no Brasil”, afirmou ela, em solenidade no Palácio do Planalto.
No entanto, o valor dos negócios resultantes dos acordos ainda é uma incógnita, apesar de o potencial de fogo dos chineses ser gigantesco. O premier Li disse, no início de seu discurso, que os contratos geraram US$ 15 bilhões em negócios no Brasil, mas, no final, houve uma correção para US$ 27 bilhões. Esse dado, porém, não foi confirmado pelas autoridades que organizaram o encontro.
Disposição
O acordo para a criação de um fundo entre o Banco Industrial e Comercial da China (ICDC) e a Caixa Econômica Federal para investimentos em projetos em infraestrutura, foi o saldo mais positivo de ontem. Esse fundo terá um aporte de até US$ 50 bilhões do banco chinês e, de acordo com Márcio Percival, vice-presidente da Caixa, será estruturado nos próximos 60 dias, podendo participar dos leilões de concessão, assim como financiar alguns dos projetos da lista dos US$ 53,3 bilhões mapeados pelo acordo entre o Ministério do Planejamento e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China.
VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Negócios
Mais Notícias