Antes, trancado em um escritório desenvolvendo software. Hoje, a bordo de uma bicicleta percorrendo a costa marítima em prol da preservação do oceano. O catarinense Guilherme Gevaerd, 28 anos, largou a profissão para atuar na preservação do meio ambiente de uma forma inusitada: deixou para trás a catraca da multinacional onde trabalhava e seguiu apenas com uma mochila nas costas e uma bike para conscientizar pessoas do mundo inteiro sobre a importância de reciclar o lixo e claro, de jogar os resíduos no lugar certo, principalmente quando se trata de cidades litorâneas.
Com a viagem iniciada em 2014, o ex-engenheiro de software já passou pela Itália, França e segue para Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro, Albânia, Grécia, Turquia, Espanha e França. No total, serão 10 países. “Pretendia fazer toda a costa do Mediterrâneo iniciando na Itália até a Turquia, Oriente Médio, norte da África, atravessar o Estreito de Gibraltar e retornar à Itália. Mas com a situação de insegurança de alguns países acabei deixando a parte do Oriente Médio e Norte africano para a etapa de quando eu fizer a Costa da África”, explicou
Como se trata de uma viagem ainda sem data para terminar, a ideia é gastar o mínimo possível por dia. Guilherme conta que os gastos são com alimentação e travessias de barcos para algumas ilhas. Para economizar, o rapaz se hospeda em albergues e, quando não acha, monta uma barraca na praia. “Me planejei para gastar em média de 5 a 10 euros por dia”, disse completando que compra os mantimentos no mercado e prepara sozinho. No total, Gevaerd espera gastar em oito meses cerca de R$ 8 mil. Dinheiro que guardou nos anos em que bateu ponto na empresa de tecnologia. Para garantir a alimentação, ele leva na mochila algumas panelas e utensílios de cozinha.
Com um futuro promissor na área de tecnologia, o catarinense diz que o que motivou a largar tudo e partir para a viagem foi a paixão pelo mar e a revolta diante da poluição. “Todo mundo pode fazer a diferença. Precisamos tomar cuidado com a quantidade de lixo jogada dentro dos oceanos”. Batizado de “World Coast Journey pela Preservação dos Oceanos”, o projeto também recebe doações.