VOTAÇÃO

Etiópia vota em eleições com resultado previsível de vitória da coalizão

Quase 36,8 milhões de etíopes são esperados nas urnas para eleger os 547 deputados do Parlamento, assim como as assembleias regionais

Os etíopes votam neste domingo em eleições legislativas e regionais, nas quais a única incógnita é a amplitude da vitória da coalizão que governa o país, o segundo mais populoso da África, desde 1991.
A Frente Democrática Revolucionária dos Povos Etíopes (EPRDF) domina há um quarto de século os rumos do país e de seus 94 milhões de habitantes, apesar dos pedidos da comunidade internacional por mais abertura política.
Quase 36,8 milhões de etíopes são esperados nas urnas para eleger os 547 deputados do Parlamento, assim como as assembleias regionais.
Estas são as primeiras eleições desde a morte do homem forte do país, Meles Zenawi. Falecido em 2012 após mais de 20 anos à frente do poder, atribui-se a Meles a reconstrução econômica da Etiópia depois de anos de fome. A Etiópia registrou um crescimento econômico superior a 10% anual nos últimos cinco anos, segundo o Banco Mundial.
Seu sucessor, Hailemariam Desalegn, um desconhecido no país, mas protegido de Meles, continuou sua política de grandes obras públicas e prometeu dar mais espaço de manobra para a oposição.
“É uma questão existencial. Se não nos transformarmos em uma democracia multipartidarista, este país acabará como a Somália”, declarou o primeiro-ministro à imprensa, em dezembro passado.
Assim como a vizinha Somália, abatida pelas divisões entre clãs e em estado de guerra civil há mais de duas décadas, a Etiópia é povoada por dezenas de etnias. Dominado pela minoria tigrina, o governo conseguiu manter o controle até agora, com uma repressão às vezes feroz.
Apesar dessas promessas, os partidos da oposição acusam o EPRDF de autoritarismo e de “amordaçar” a campanha eleitoral.
“O espaço político está limitado. O governo adotou leis repressivas dirigidas contra a sociedade civil e a imprensa. Muitos jornalistas e ativistas foram detidos, ou forçados a abandonar o país”, lamenta Yilekal Getinet, presidente do Semayawi (Blue Party), um dos principais partidos da oposição.
Nas últimas eleições, em 2010, o EPRDF e seus aliados levaram 99,6% das cadeiras do Parlamento. O único deputado da oposição, Girma Seifu, do partido Unidade pela Democracia e Justiça (UDJ), optou por não se candidatar.
“Nossos militantes são detidos e perseguidos pelos membros do EPRDF e pela polícia. Toda vez que pedimos autorização para realizar uma manifestação, ou um comício, a prefeitura negou”, denunciou Solomon Tessama, jovem militante do Semayawi.
A Comissão Eleitoral (Nebe) classificou as queixas de “infundadas”.
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