JEITINHO BRASILEIRO

Atraso na transferência de recursos para intercambistas prejudica bolsistas

Instituto responsável por repasses a alunos pede que eles contornem a crise apelando ao “jeitinho brasileiro”. Capes diz que situação foi regularizada

BRASIL E MUNDO

Depois das controvérsias envolvendo o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) desde o fim do ano passado, alunos relatam problemas no Ciência sem Fronteiras (CsF). Carta de instituto norte-americano que intermedeia o repasse de verbas do CsF nos Estados Unidos — o Institute of International Education (IIE) — expôs atrasos enfrentados por diversos bolsistas ao pedir que eles lidassem com o problema usando o “jeitinho brasileiro”. Estudantes relatam demora para receber auxílio no período de estágio, nas mensalidades e na extensão do benefício.

O universitário Lucas Goldenberg Py, 20 anos, foi estudar engenharia civil no Illinois Institute of Technology, na cidade norte-americana de Chicago, em março de 2014. As mensalidades referentes a maio, junho e julho estão 30 dias atrasadas, além do pagamento da passagem de volta para o Brasil em julho. A soma dos valores equivale a US$ 3.704 (cerca de R$ 11.100). “O meu refeitório da universidade fecha em maio e eu não tenho dinheiro para comprar comida. Quando esse dinheiro vai cair na conta? É para dar um jeitinho brasileiro, como diz o IIE?”, perguntou em mensagem enviada à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
No caso dos Estados Unidos, a Capes paga mensalidades de US$ 300 (cerca de R$ 900) para quem vive em cidades de baixo custo, e de US$ 700 (R$ 2.100) para as de alto custo, como Nova York e Chicago. Os repasses são feitos diretamente para o estudante por meio de um cartão a cada três meses. Há ainda um auxílio de US$ 1.604 (R$ 4.810) para compra de passagem aérea, US$ 1.000 (R$ 3.000) para material didático e US$ 1.320 (R$ 3.960) de auxílio-instalação, pagos antes da viagem. No fim do programa, os bolsistas recebem mais US$ 1.604 (R$ 4.812) para a passagem.
Estágio
Alunos que participarão de pesquisa ou estágio recebem outro auxílio, de valor variável. Os repasses são intermediados pelo IIE após aprovação do governo brasileiro. São US$ 300 (R$ 900) por mês para alimentação, US$ 270 (R$ 810) para hospedagem e US$ 1.604 (R$ 4.812) para deslocamento, no caso de o estágio ser em outra cidade. De acordo com alunos, a equipe do instituto não é suficiente para atender a demanda. “Eles colocam um técnico pra cuidar de aproximadamente três estados dos EUA”, diz Lucas. Atualmente, esse é o país com o maior número de brasileiros graduandos. Lá, estão em vigência 9.636 bolsas.
VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Negócios
Mais Notícias