LAVA JATO
Vaccari, Duque e Mendonça viram réus no caso da gráfica ligada ao PT
Sérgio Moro diz que há indícios de que tesoureiro petista sabia que dinheiro provinha de desvios na Petrobras
O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, recebeu nova denúncia contra o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. O petista, o ex-diretor de Engenharia da Petrobras Renato Duque e o executivo Augusto Mendonça se tornaram réus em outro processo criminal nesta quinta-feira (30/4). O trio foi denunciado por lavagem de dinheiro devido ao repasse de R$ 2,3 milhões das empresas do grupo Setal para a gráfica Atitude, na campanha eleitoral de 2010, mesmo sem prestação de serviços. Segundo o Ministério Público, trata-se de forma de mascarar desvios de dinheiro da Petrobras com destino ao Partido dos Trabalhadores.
O magistrado destacou que há doze notas fiscais que comprovam os pagamentos para a gráfica, ligada ao PT e à Central Única dos Trabalhadores (CUT), na campanha eleitoral de 2010. “Os pagamentos à Editora Gráfica Atitude pelas empresas dirigidas por Augusto Mendonça encontram, em cognição sumária, prova documental”, disse Sérgio Moro ao receber a denúncia. “Se eventualmente os pagamentos tiveram por objetivo alguma causa econômica lícita, como anúncios publicitários para a SOG/SETAL, isso não será algo difícil de comprovar no curso da instrução.”
Moro afirmou que há indícios de que Vaccari tinha conhecimento dos crimes, porque, além do depoimento de criminosos colaboradores, foram usadas “transferências realizadas com base em contratos simulados”. “O agir doloso é a explicação provável para o emprego destes estratagemas subreptícios.”
Vaccari e Duque têm negado todas as acusações. Mendonça confessou pagamento de propinas e outros crimes em troca de redução de pena em um acordo de delação premiada com o Ministério Público.
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