5 curiosidades sobre o jejum intermitente
Separamos respostas às dúvidas mais frequentes sobre a prática
Muito popular atualmente, o jejum intermitente consiste em não comer alimentos sólidos entre 16 e 32 horas algumas vezes por semana, de forma programada, voltando a uma alimentação habitual, de preferência baseada em alimentos com baixo teor de açúcar e gorduras.
Esse tipo de jejum não é bem uma dieta, mas sim um “cronograma de alimentação”. Pois não há proibições alimentares: o importante é manter os horários.
Muitos desejam ou tem curiosidade de saber como funciona o jejum intermitente. Para ajudar, separamos, a seguir, respostas às dúvidas mais frequentes sobre a prática. Confira:
Qual é o jeito certo de começar o jejum intermitente?
A maioria das pessoas quer resultados rápidos e fáceis com dietas milagrosas para emagrecer, mas isso não é possível. Hoje, estamos invadidos por industrializados, de alto índice glicêmico e com elevada concentração de carboidratos e conservantes: pizza, refrigerante, hambúrguer, biscoito recheado e outras besteiras. Então, o primeiro passo é substituir esse tipo de comida por alimentos mais saudáveis, ricos em nutrientes.
Se você faz um jejum sem essa mudança de hábito, você sente fraqueza e mal-estar, porque seu organismo não vai estar no processo de cetoadaptação. Ou seja, quando você fica em jejum, o corpo começa a queimar gordura, e essa gordura se transforma em corpos cetônicos (energia gerada pela escassez de carboidratos). Se você comeu carboidratos por muitos anos, como a maioria das pessoas, o corpo desaprende a queimar gordura e, consequentemente, não consegue produzir essas substâncias energéticas. Assim, os corpos cetônicos demoram mais para serem produzidos no começo e as pessoas sentem fraqueza por ficar muito tempo sem se alimentar.
Por isso, o organismo precisa se cetoadaptar com alimentação saudável antes de tudo, para o corpo reaprender a queimar gordura e voltar a produzir corpos cetônicos.
O jejum intermitente pode ser prejudicial à saúde a longo prazo?
O ser humano de hoje não é nada diferente do nosso ancestral de 20 mil anos atrás, que era nômade e precisava caçar. Então, nossa realidade fisiológica é suportar o jejum, porque a natureza entende que precisamos de energia para ir atrás do nosso alimento.
Grandes felinos na África ficam muitos dias sem comer, e quanto mais tempo eles passam assim, mais alertas ficam e mais energia sentem para poder ir atrás da presa. Com a gente não é diferente, somos preparados [por natureza] para o jejum intermitente. Basta ficar cetoadaptado e fazer o corpo desaprender a comer porcaria.
Que tipo de pessoa não pode fazer jejum intermitente?
Não é recomendado para crianças, porque elas têm uma necessidade calórica muito alta por estarem em fase de crescimento. Um bebê, por exemplo, dobra de tamanho em um ano.
Também não é interessante para atletas de alta performance, porque eles têm uma necessidade calórica muito grande, precisam de uma construção muscular muito forte e isso cria a necessidade de ingerir mais calorias, proteínas e gorduras. O que eu indico a esses esportistas é um jejum de 15 horas a 16 horas, pelo menos uma vez por semana, para o corpo não desacostumar a queimar gordura.
Os diabéticos são outro público que demanda cuidado. Não pelo quadro de diabete, mas porque essas pessoas tomam remédios que reduzem o índice de glicose. Então, se você está em jejum intermitente e toma um medicamento hipoglicêmico, você tem grandes chances de ter tontura e desmaiar. O jejum pode até ser feito, mas por recomendação médica.
Como lidar com a fome?
O período de cetoadaptação do início é desagradável. A pessoa sente fome no começo e pode confundi-la com sede, porque os centros dessas percepções estão muito próximos dentro do hipotálamo. Você pode estar desidratado, precisando tomar água, mas está ingerindo alimento por confusão.
Depois de duas a três semanas, você passa a não sentir mais fome e descobre que a vontade de comer, na verdade, é psicológica. As pessoas têm o vício de se alimentar por uma questão social ao ir numa festa, num encontro ou num aniversário. Então nós perdemos a nossa capacidade de comer por uma necessidade nutricional e ingerimos muito além do que precisamos.
Qual a relação entre o jejum intermitente ao rejuvenescimento?
O jejum favorece o suicídio celular e o aumento dos telômeros no corpo, que ficam na ponta dos cromossomos e são demonstrativos de juventude celular e exposição às doenças. Ou seja, as células velhas vão dando lugar às células novas. Quanto maior o seu telômero, mais jovem você é fisicamente falando. Quem tem telômero curto pode até ter pouca idade, mas já está fisiologicamente velho.