ELEIÇÕES 2018

Ciro Gomes fala sobre atual cenário político-econômico em São Luís

Pela terceira vez na disputa pela presidência, Ciro Gomes esteve em evento que reuniu empresários maranhenses e representantes das associações empresariais do estado

Imagem: Facebook

O pré-candidato à presidência do Brasil Ciro Gomes (PDT) esteve em São Luís nessa segunda-feira, 16, e participou de reunião com representantes do setor empresarial maranhense, que foi realizada no Grand São Luís Hotel, no centro da cidade. O momento foi de debate sobre o cenário econômico e político brasileiro, além de também trazer uma explanação das propostas do plano de governo do pedetista.

Concorrendo pela terceira vez ao cargo, Ciro Gomes já atuou como prefeito de Fortaleza (1988), governador do Ceará (1990), ministro da Fazenda durante o governo Itamar Franco (1994) e ministro da Integração Nacional durante o governo Lula (2003).

Durante o encontro empresarial, ele enfatizou sua proposta política, que propõe alterações na Previdência e no sistema tributário. Ele também apontou que contesta a Reforma Trabalhista, que segundo ele, possui artigos “intragáveis” e claras incongruências, além de ser uma proposta oriunda de um governo ilegítimo.

Imagem: Mallú Ferreira

O evento foi promovido em ação conjunta da Associação Comercial do Maranhão (ACM), da Câmara de Dirigentes Lojistas de São Luís (CDL), do Sistema FIEMA e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA), e contou também com a presença do prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior.

O Vice Presidente para Assuntos de Economia e Finanças da ACM, Fernando Duailibe, afirma que a reunião faz parte de uma iniciativa das entidades, que busca dar espaço para que os pré-candidatos ao cargo de presidente da república explanem seus projetos e estratégias de governo.

“Nós vivemos um momento muito difícil, de um país com muitos problemas, e a importância dessa iniciativa é conversar, entender quais são as propostas reais que os pré-candidatos têm para o nosso país, para que o empresariado possa, com isso, decidir melhor em quem votará. Nunca foi tão importante para o brasileiro fazer uma mudança de rumo no país, daí vem a nossa disposição, como representantes do empresariado, de dar ouvidos a todos aqueles que possam ter alguma expectativa de ser candidato”, afirma Fernando.

Indústria brasileira

Durante a interação com os representantes do empresariado local, Ciro Gomes fez uma análise histórica da trajetória político-econômica brasileira e apontou para um declínio na produção industrial do Brasil, que vem desenvolvendo-se há anos e atuando como um entrave para o crescimento econômico do país.

Ele aponta que, em 1980, 30% da riqueza nacional era indústria e que, em termos absolutos, era equivalente à soma do produto industrial dos Tigres Asiáticos (China, Coreia do Sul, Malásia, Cingapura e Vietnã). “E ainda sobrava um tanto”, diz. “Hoje, a produção industrial brasileira caiu a 11%. Não há, na história do capitalismo mundial, nenhum precedente de tal destruição, de tal genocídio de indústrias. Nos últimos três anos, 3.600 indústrias fecharam no Brasil, desempregando 4 milhões de pessoas. Apenas no último ano, fechamos mil indústrias e desempregamos 480 mil pessoas”, complementa Ciro.

O pedetista afirma que o resultado prático disso é que, no tempo presente, o Brasil não consegue crescer, já que dois dos motores de crescimento do país não estão sendo trabalhados de forma eficiente. Um desses motores é o investimento das empresas, que conta com o entrave de 35% da capacidade instalada em território nacional estar ociosa. O outro motor é o consumo das famílias, que foi constrangido pela grande taxa de inadimplência dos brasileiros.

“Atualmente, 63 milhões de brasileiros estão com nome sujo no Serasa e no SPC. Isso aumentou 4% nos últimos dois meses. Portanto, o desemprego, ou a informalidade, ou medo de perder o emprego gerou uma inadimplência orgânica que simplesmente constrange estruturalmente o consumo das famílias, que é um dos motores do desenvolvimento. E então o problema é que nós deixamos, nos últimos 15 anos, que o sistema financeiro brasileiro concentrasse, em cinco bancos, 85% das operações”, diz, afirmando que por sua vez, os bancos não dão a devida importância para esse nível de inadimplência, pois “estão obrigando os setores que precisam de capital de giro a pagar taxa de juros que cubram essa inadimplência”.

Agenda política

Além de participar do momento de interação com o empresariado maranhense, durante a visita à capital, Ciro Gomes prestigiou o lançamento da pré-candidatura ao Senado do deputado federal Weverton Rocha (PDT), realizada também no dia 16.

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