APÓS CARNAVAL

Eleições provocam mudanças e indefinições no cenário político maranhense

Decisões políticas importantes vão acontecer somente agora após a folia de Momo. Em pauta estão a mudança do secretariado, a confirmação dos nomes ao Senado e a escolha dos vices

Foto: Reprodução

Muito se diz que, no Brasil, um novo ano somente começa após o carnaval. No que diz respeito à política, pode-se fazer a mesma referência, já que importantes decisões serão tomadas somente logo depois da folia de Momo, ainda mais que 2018 é um ano eleitoral e qualquer escolha ruim refletirá no destino final de cada político. Por isso, a postura da maioria dos envolvidos direta ou indiretamente nas eleições de outubro é bastante cautelosa.

O pleito deste ano tem uma característica especial: enquanto o governador Flávio Dino (PCdoB) tenta consolidar seu poder no estado com uma reeleição, a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) surge como principal adversária do comunista e, considerada, por muitos, como a única capaz de vencer Dino nas urnas.

Mas, apesar de que a disputa majoritária esteja quase sempre em primeiro plano, o pós-carnaval promete ser de definições em outros planos. A briga pelo Senado ganhará contornos mais acirrados, por exemplo. Chegou a hora daqueles que se adjetivaram como pré-candidatos à Câmara Alta mostrarem que suas candidaturas são viáveis, principalmente se ainda sonham em conseguir o apoio do governador Flávio Dino.

Por falar em Dino, o próprio governador garantiu para depois do carnaval a divulgação da lista completa dos secretários e presidentes de órgãos estaduais que deixarão o governo e seus respectivos substitutos. O Imparcial selecionou algumas outras definições políticas que deverão finalmente acontecer agora após a folia de Momo.

Mudanças no secretariado

Foto: Karlos Geromy

O que muita gente quer saber é quem, de fato, deixará o governo para se dedicar, exclusivamente, à campanha eleitoral de 2018. Espera-se que sete secretários de estado e outros três presidentes de órgãos estaduais deixem seus cargos para tentar a sorte nas urnas. A lista dos “secretários pré-candidatos” é composta por Márcio Jerry (Comunicação e Articulação Política), Simplício Araújo (Indústria, Comércio e Energia), Julião Amin (Trabalho e Economia Solidária), Neto Evangelista (Desenvolvimento Social), Marcelo Tavares (Casa Civil), Márcio Honaiser (Agricultura, Pecuária e Pesca) e Adelmo Soares (Agricultura Familiar). Além deles, Pedro Lucas Fernandes (Agência Metropolitana), Duarte Júnior (Procon) e Odair José (Comissão Central de Licitação) também estão na lista. A expectativa é para ver se serão apenas estes gestores que deixarão o governo e quais nomes irão assumir seus cargos. De acordo com o governador Flávio Dino, a maioria das secretarias deverá ser ocupada por adjuntos. Seria uma maneira de dar continuidade ao trabalho.

Caminhos de José Reinaldo e Waldir

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Agora após o carnaval, outras duas definições importantes estarão na pauta política: os caminhos dos deputados federais José Reinaldo (sem partido) e Waldir Maranhão (Avante). Os dois parlamentares vão mudar de legenda com o objetivo claro de consolidar seus respectivos nomes para a disputa do Senado. Ambos ainda seguem buscando o apoio do governador Flávio Dino para as eleições de 2018. No caso de Waldir Maranhão, ele já vem anunciando um grande ato político para o início de março onde anunciará qual será sua nova legenda. A tentativa de Maranhão é conseguir entrar em uma legenda aliada que dê condições para ele disputar o Senado. Especulou-se que esse partido seria o PT, por ele ter proximidade com o ex-presidente Lula, mas ninguém da sigla estadual confirma.

No caso do deputado José Reinaldo, a sua filiação ao DEM parece ser questão de tempo, mas tudo vai depender se ele for confirmado realmente o candidato do partido ao Senado. O DEM firmou recentemente aliança com o PCdoB e, em troca, quer indicar alguém para a chapa majoritária de Flávio Dino. Tendo José Reinaldo em seu quadro, certamente o DEM pleitearia a vaga no Senado. O ex-governador até declarou que não irá mais fazer “sacrifícios” e que sua candidatura ao Senado ocorrerá com ou sem o apoio de Dino.

Braide na disputa do governo?

Para Eduardo Braide, o momento nacional exige compromisso maior de todos.Eduardo Braide. (Foto: Reprodução)

Uma definição que também ficou para depois do carnaval diz respeito ao deputado estadual Eduardo Braide (PMN). O nome de Braide vira e mexe aparece na disputa pelo governo do estado, mas, até agora, tudo não passa de especulação. Sempre quando é questionado, o deputado esquiva-se. Adota, inclusive, um discurso de que “ninguém é candidato de si mesmo”. Apesar de estar em cima do muro, Braide sabe que precisará do apoio de outros partidos para conseguir tempo de televisão e viabilizar, de vez, sua possível candidatura. Mesmo não tendo definido se sairá candidato para o governo ou para deputado federal, Braide vem tendo conversas com outras legendas para dizer “sim” para tentar chegar ao Palácio dos Leões. “Tenho conversado com vários partidos e, no momento certo, faremos o anúncio de qualquer que seja a nossa decisão”.

E quem serão os vices?

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Outro ponto que deverá ser bastante discutido a partir de agora é a questão dos nomes dos vices nas chapas de Flávio Dino e Roseana Sarney. Muito se fala em quem formará a chapa com Dino, mas é preciso observar a formação da chapa de Roseana. Até o momento, o nome mais forte que surge para estar ao lado da ex-governadora é o senador João Alberto (PMDB). O senador já deixou claro que apoiará a decisão de seu grupo político e poderia se contentar em ser o vice, principalmente depois que o PMDB deverá mesmo ficar com Sarney Filho (PV) e Edison Lobão (PMDB) para a disputa do Senado.

Já quando o assunto é o vice de Flávio Dino, o atual – Carlos Brandão – está à frente na disputa. O próprio Dino já declarou que em time que está ganhando não se mexe. Porém, o martelo só será batido mais para frente, já que as alianças partidárias seguem a todo vapor. Nomes como o do deputado Rubens Junior (PCdoB) e do secretário da Casa Civil, Marcelo Tavares, chegaram a ser cogitados, mas ambos garantem que não pensam nessa possibilidade. Prestes a se filiar ao DEM, o secretário de Educação, Felipe Camarão, também seria uma opção.

Brandão e a debandada tucana

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A saída do vice-governador Carlos Brandão do PSDB ainda vai render muito no cenário político. Brandão acertou sua ida para o PRB, partido comandado no Maranhão pelo deputado federal Cléber Verde. Além disso, a expectativa é que o vice-governador consiga levar consigo mais de 25 prefeitos tucanos, que já estiveram, inclusive, em atos políticos promovidos pelo PRB. Mas, apesar da mobilização, até agora nenhum prefeito tucano deixou o partido e ninguém sabe ao certo quantos sairão e qual será o real tamanho da debandada do PSDB.

A saída de lideranças tucanas seguindo os passos de Carlos Brandão mostraria força política do vice-governador, que ainda busca a sua manutenção na chapa do governador Flávio Dino. Há quem diga que Brandão já está se mobilizando nos bastidores para concorrer a deputado federal caso não seja confirmado na chapa de Dino. Inclusive, o vice-governador aproveita viagens pelo interior do estado para se fortalecer.

Segundo senador de Dino

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Até agora, Flávio Dino apenas confirmou o nome do deputado federal Weverton Rocha (PDT) como pré-candidato ao Senado com o apoio do PCdoB. Agora, os demais interessados em compor a chapa de Dino seguem na luta. Os deputados José Reinaldo e Waldir Maranhão estão na briga, mas precisam definir seus partidos. Já a deputada Eliziane Gama (PPS) surge como um nome forte para receber o tão cobiçado “sim” do governador. Eliziane está bem próxima de Weverton Rocha e do prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Nos bastidores, os pedetistas estariam trabalhando a favor da deputada, que não perde mais nenhum evento promovido pelo Palácio dos Leões. Mas, apesar dos indícios favoráveis à parlamentar do PPS, o governador não diz nem que sim e muito menos que não. Flávio Dino prefere o discurso de que ainda há muito tempo para decidir a composição de sua chapa.

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