IMPACTOS

Delcídio do Amaral vê mandato de senador ameaçado após prisão

A Rede vai protocolar hoje representação contra o petista para ter início tramitação de processo que pode cassar seu mandato

Enquanto a Rede protocola representação que pode culminar com a saída do petista do Senado, STF abre inquérito para investigá-lo e uma ala do PT defende a expulsão do parlamentar da legenda. Em Paris, a presidente Dilma se diz “perplexa”
Ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), preso preventivamente na quarta-feira passada após ser flagrado numa gravação tentando atrapalhar investigações da Operação Lava-Jato, começa a enfrentar um calvário particular. A Rede vai protocolar hoje, no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, representação contra o petista para ter início tramitação de processo que pode culminar na cassação do mandato. Ontem, dia em que a presidente Dilma Rousseff (PT) se disse “perplexa” com a prisão, Delcídio sofreu mais um golpe. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito para investigá-lo. Outros dois procedimentos investigativos foram solicitados pela PGR contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o deputado Aníbal Gomes.
A situação de Delcídio é cada vez mais delicada dentro do próprio partido. Após o desgaste sofrido pela bancada petista da Casa, que votou em bloco contra a manutenção da prisão do senador na semana passada, a avaliação agora é de que, diante da repercussão e da gravidade do caso, não há como defendê-lo durante a tramitação do eventual processo no colegiado. Na noite de ontem, senadores petistas se reuniram e avaliaram que, no Conselho de Ética, não existe possibilidade de se posicionar contra o pedido de cassação. Uma ala petista teme que Delcídio caia atirando. Na semana passada, ao ser informado sobre a nota dura do partido contra o senador, um petista disse roda de amigos, no plenário, que “não se enterra ninguém vivo”.
Em entrevista coletiva ontem em Paris, na França, onde participa da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, Dilma disse não temer uma possível delação de Delcídio. “Não tenho nenhum temor sobre a delação do senador Delcídio”. Ela se mostrou surpresa com o caso. “Fiquei perplexa porque jamais esperei que isso pudesse acontecer com o senador”, completou. A presidente salientou ainda que o petista foi escolhido para ser líder do governo no Senado por ser uma pessoa de bom trânsito. “O senador Delcídio era de fato uma pessoa bastante bem relacionada no Senado e, aliás, nós o escolhemos porque ele tinha relações com todos os partidos, inclusive com os da oposição. Infelizmente, nenhum de nós é insubstituível. Ele foi substituído e as questões relativas ao Congresso vão se dar normalmente”, finalizou.
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