INVESTIGAÇÃO

Morte de líder indígena é investigada

A morte de Sarapó Ka’apor foi atribuída a um ‘AVC ou derrame’, mesmo sem a realização de um exame cadavérico.

De acordo com informações, o falecimento de Sarapó Ka’apor está cercada de desconfiança pelos indígenas Ka’apor na região de Centro do Guilherme. (Foto: Divulgação)

A morte do líder indígena Sarapó Ka’apor, no dia 14 de maio, é investigada pela Polícia Civil. De acordo com informações, o falecimento de Sarapó Ka’apor está cercada de desconfiança pelos indígenas Ka’apor na região de Centro do Guilherme, cidade distante a cerca de 300 km de São Luís.

No dia 14 de maio, Sarapo Ka’apor, aos 45 anos, teria comido um peixe e horas depois, morreu durante a madrugada, dentro de uma residência na aldeia indígena. A morte foi atribuída a um ‘AVC ou derrame’, mesmo sem a realização de um exame cadavérico. O corpo foi enterrado em um cemitério na comunidade.

Mas inconformados com a morte do líder indígena, pois Sarapó tinha somente 45 anos e era considerado um homem saudável pela tribo, os indígenas Ka’apor começaram a cobrar explicações sobre essa morte, inclusive a exumação do corpo. Eles desconfiam de envenenamento.

“Tememos que pessoas influentes tenham encomendado serviço de matadores para envenenar Sarapo”, escreveu em nota o Tuxa Ta Pame, Conselho de Gestão do povo Ka’apor. Por isso, os indígenas reivindicam a exumação do corpo da liderança e justiça.

Liderança da Guarda de Autodefesa dos Ka’apor na Terra Indígena Alto Turiaçu, na Amazônia maranhense, Sarapó atuava no combate à invasão de madeireiros, garimpeiros e mineradores na área protegida.

Alvo de perseguição e ameaças, como uma tornada pública pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) em janeiro, Sarapo estava incluído no programa estatal de proteção para pessoas ameaçadas.

Outras mortes de indígenas

Zezico Rodrigues Guajajara

Também no Maranhão, a 476 km de São Luís, Zezico Rodrigues Guajajara foi alvejado próximo a Aldeia Zutiuá, na cidade de Arame, no dia 31 de março de 2020.

Zezico era diretor do Centro de Educação Escolar Indígena Aruru e vinha denunciando a derrubada da floresta e o roubo de madeira da região.

Foi nessa mesma Terra Indígena Araribóia – área de 413 mil hectares onde vivem cerca de 12 mil indígenas – que o povo Guajajara já havia vivido, no ano anterior, a execução do jovem Paulo Paulino, outra de suas lideranças.

Zezico Rodrigues Guajajara foi alvejado próximo a Aldeia Zutiuá, na cidade de Arame, no dia 31 de março de 2020. (Foto: Divulgação)

Paulo Paulino Guajajara

Apelidado de “Lobo mau” e “Guardião da floresta”, Paulo Paulino Guajajara foi vítima de uma emboscada quando voltava de um dia de caça com um amigo, Laércio Guajajara, que conseguiu escapar ferido. Era 1º de novembro de 2019 e, atingido com tiros pelas costas, Paulino não sobreviveu.

Casado e com um filho pequeno, Paulino Guajajara também integrava o grupo indígena que atuava na preservação da mata e de seu povo, no combate à extração de madeira. Seu pai, líder espiritual, é um dos importantes cantadores tradicionais dos Guajajara.

Apelidado de “Lobo mau” e “Guardião da floresta”, Paulo Paulino Guajajara foi vítima de uma emboscada quando voltava de um dia de caça com um amigo. (Foto: Divulgação)
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