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Evento de música termina em tiros no Centro; veja vídeos

A confusão começou após a abordagem dos policiais ao ordenarem o término da festa. O governador Flávio Dino anunciou que determinou a apuração dos fatos ocorridos

Abordagem desproporcional marca fim de evento artístico no Centro de São Luís. Foto: Giovana Kury/O Imparcial

Na noite da última sexta-feira (22), o evento musical de pré-Carnaval “Bailão dos Fuleiros” acabou em tiros para o alto e truculência por parte da Polícia Militar. O baile aconteceu em um estabelecimento em frente à Refesa, no Centro de São Luís, e foi dispersado sob a alegação de que seria irregular – fato que, até agora, não foi comprovado. A abordagem dos agentes ganhou proporções nas redes sociais, levando o governador Flávio Dino a comentar sobre o caso.

A truculência começou por volta da 00h30, quando os policiais, em uma abordagem violenta, autuaram a dona do estabelecimento, a idosa Iría de Fátima Machado, e a colocaram na viatura. As pessoas da festa, ao se aproximarem questionando o porquê daquilo, foram respondidas de modo desproporcional e agressivo.

Um deles foi um dos músicos principais da noite, Paulo Linhares – conhecido por ‘Paulão’, e também advogado. Na tentativa de resolver a situação diplomaticamente, foi respondido por um dos policiais com três tiros de metralhadora para o alto dentro do estabelecimento em questão. Os agentes estavam sem a identificação exigida por lei.

No vídeo seguinte, o policial chega a dizer: “ninguém aqui tá no exercício da função aqui, não. Não interessa se alguém aqui é advogado, não”. Negam ter a identificação e pedem para filmar o número da viatura.

Dona Iría explica que está com a documentação em dia e ainda não recebeu o alvará que reconhece o estabelecimento como legítimo porque, apesar de ter solicitada, a visita do Corpo de Bombeiros nunca se concretizou. Este alvará foi o documento exigido pelos policiais.

“Eu estou aguardando eles chegarem. Enquanto isso, alguém me explique aonde estou errada, pois é algo que tem que partir deles. Se o Corpo de Bombeiros vier amanhã, ótimo. Se vier segunda, ótimo. Estou aguardando. Mas eu não sou uma pessoa irregular. Eu estou me documentando”, explica a proprietária.

Veja abaixo o momento que os PMs atiraram para cima, de dentro do estabelecimento. O policial diz “tu é grande mas não é dois”, enquanto o músico e advogado repete “eu não estou em cima de ninguém”:

No total, sete viaturas e cerca 20 policiais se encaminharam ao local para encerrar uma festa de pequeno porte. Depois da repercussão dos vídeos nas redes sociais, Flávio Dino (PCdoB) se pronunciou sobre o caso em seu Twitter:

“Já determinei apuração dos fatos para saber o que exatamente ocorreu. Quando tiver as respostas, essas serão transmitidas. Solicito que procurem a Secretaria de Direitos Humanos para formalizar o procedimento”, postou o governador do Maranhão. 

Foto: Reprodução

A situação será registrada na Ouvidoria da Secretaria de Direitos Humanos do Estado e acompanhada pelo órgão responsável.

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