POKEMANIA

Pokémon leva pessoas a se concentrarem no Centro Histórico

Praças e monumentos de São Luís são tomados por jogadores de Pokémon Go, que ficam buscando com seus celulares os prêmios e criaturinhas do jogo

Quem costuma frequentar o Centro Histórico de São Luís percebeu uma movimentação “anormal” no local desde o início deste mês, quando foi lançado oficialmente no Brasil o jogo Pokémon Go. Locais antes pouco frequentados à noite, agora são vistos cheios de caçadores de Pokémon. Embora não oficialmente, o número de pessoas vistas em frente ao Palácio dos Leões, um dos principais pontos turísticos da cidade, aumentou consideravelmente. O motivo é que a Praça Pedro II abriga vários pokestops, locais fixos onde os treinadores podem coletar periodicamente alguns itens, como pokébolas e incensos.
Rafael Santos e Luísa Porto, namorados e estudantes do curso de Direito, agora costumam “passear” pelo Centro Histórico com mais frequência. “Não vou mentir que a gente sempre encontra um tempinho agora para apreciar o monumento do Palácio dos Leões”, diz, entre sorrisos, Luísa. “A verdade é que a gente pode curtir, namorar e ainda jogar por aqui”, completa Rafael.
Rafael e Luísa são dois dentre centenas de adolescentes, jovens e adultos que, jogadores assíduos de Pokemon Go, vão aos locais para abastecerem-se de pokébolas e/ou caçarem os “bichinhos”. “É a primeira vez que ela vem aqui. Era para ter trazido antes, mas agora ela que me chamou para vir”, comenta o eletricista Raposo Junior, pai de Estephanie Lima, de 13 anos. Para não perder a viagem, Raposo que também instalou o jogo, aproveitou para mostrar outros monumentos da Praça Pedro II para a filha, como o prédio da Prefeitura, do Tribunal de Justiça, a Catedral da Sé.
“Nesse tempo todo que estou aqui trabalhando nunca tinha visto tanta gente aqui à noite. Agora ficam todos aí”, diz um segurança do Palácio dos Leões que preferiu não se identificar. Perguntei se ele também joga e ele respondeu meio envergonhado que sim, mas “só nas horas vagas, que fique claro”.
A mudança de rotina chamou a atenção de guardadores de carros, vendedores ambulantes e funcionários que trabalham nos estabelecimentos e órgãos próximos dali.
O ambulante Antônio do Sorvete está agradecendo pelo movimento noturno. “Dá para a gente esticar um pouco mais o horário e vender por aqui. Mas não sei o que é isso não. Só sei que é um jogo”, diz.
O flanelinha Itamilson da Silva garante que o dinheirinho no final do dia aumentou. “Muita gente de carro, senhora. Aí dá pra gente ganhar um pouco mais. É um jogo né, que as pessoas querem pegar uns bichinhos? Só tem que tomar cuidado é com o celular”, adverte.
O comerciante Aníbal Cardoso considera importante que os pokestops estejam em locais de grande fluxo de pessoas. “Acho que isso é muito bom para o turismo da cidade e são locais aparentemente seguros para jogar. Na primeira vez que viemos aqui tinha uma viatura rondando”, diz.
Interação
O que dá para perceber nos aglomerados para caçar Pokémon é que enquanto uns ficam ali sozinhos absortos com seu celular, outros formam pequenas rodas, interagem com outros jogadores. “Ah, a gente quer saber quantos e quais Pokémon a pessoa tem e aí acaba fazendo amizade, trocando whatsapp, acho que acaba reunindo as pessoas. Ao contrário do que dizem, que isola a pessoa”, acredita Luciano Sá, estudante de Administração.
O escritor Bruno Azevedo se assume um apaixonado por jogos. Ele, que acompanhou toda a evolução do videogame, é profundo conhecedor do assunto e revela que várias vezes vai com amigos para o Centro Histórico. Ele que já ia bastante, agora tem um motivo a mais.
“Costumo ir à Pedro II pelo menos duas vezes por semana e nunca na vida vi tanta gente querendo Pokémon lá. A Pedro II é uma meca Pokémon. Só gostaria que tivesse mais policiamento lá do que quando tem protesto (risos). Só na Praça João Lisboa tem 6 pokestops. No dia da entrevista ele tinha instalado o programa há 4 dias e já tinha 58 Pokémon. Ao todo são 250 no jogo. Mas ele diz que não é viciado. “Certo dia fui pra lá com mais cinco amigos e saímos de lá uma hora da manhã. É interessante pela experiência coletiva e isso vira uma forma de comunicação entre as pessoas”, diz Bruno.
Em excesso prejudica
Além dos cuidados que se deve ter na hora de capturar Pokémon, porque o celular pode ser alvo fácil para bandidos, outra preocupação é com a dependência e o vício.
Para a psicóloga Lana Oliveira, os jogos de forma nenhuma são vistos de forma negativa, desde que não sejam jogados em excesso. “Não vejo como prejudicial desde que não seja nocivo. O cuidado que se tem que ter é com o número de horas que você está jogando, porque atualmente em todo o mundo as pessoas ficaram dependentes da tecnologia, então, é saber se o jogo não incita a violência ( o que não é o caso). Por mais que seja uma febre, a pessoa deve ter controle sobre seu comportamento para não ser prejudicado futuramente. E qualquer coisa, pedir orientação de um profissional ”, diz a psicóloga.
Itens do Jogo
PokéBola
A PokéBola vermelha e branca está disponível desde o início do game e o treinador começa com uma boa quantidade delas. Elas servem para capturar Pokémon pelo cenário, e precisam ser repostas caso acabem – mas não se preocupe, é fácil conseguir mais. As PokéBolas podem ser obtidas em PokéStops ou compradas com dinheiro real por meio das moedas virtuais adquiridas previamente. Com o tempo, quanto maior o nível do treinador, ele pode conseguir bolas melhores, como a UltraBola e a MasterBola.
Incenso
O incenso pode ser utilizado para atrair mais Pokémon para perto do treinador. Quando ativado, ele dura apenas 30 minutos, mesmo quando o jogador desliga o game no celular.
Assim como outros itens, os incensos também podem ser obtidos na loja online ou em PokéStops, de graça, mas de forma diferente.
Lucky Egg
O Lucky Egg é um ovo diferente do padrão encontrado no game. Quando utilizado, ele dobra a experiência recebida do treinador durante 30 minutos, seja capturando Pokémon, passando por PokéStops ou dominando ginásios. O Lucky Egg é um pouco mais raro de conseguir em PokéStops, mas pode ser comprado normalmente na loja.
Lure Module
Um dos itens mais importantes do jogo, o Lure Module funciona de forma similar ao Incenso, mas só pode ser usado em PokéStops e serve para qualquer treinador que estiver próximo. Desta forma, ele atrai Pokémon durante 30 minutos para perto do PokéStop onde foi ativado.
Por ser muito útil para todos, ele é bem raro de se obter em PokéStops, mas pode ser comprado com moedas.
Egg Incubator
O Egg Incubator serve para chocar ovos de Pokémon, da mesma forma que o padrão que já começa com o jogador. Porém, cada Incubator serve apenas para um ovo: comprando mais, temos a chance de incubar vários ovos por vez. O Egg Incubator não aparece em PokéStops, mas pode ser comprado com moedas premium, por um preço bem salgado.
Bag Upgrade
O Bag Upgrade é mais ou menos o que o nome em inglês define: uma melhoria para a mochila do jogador. Ela permite que o máximo de itens carregados com o treinador aumente em mais 50 do número inicial. O Bag Upgrade só pode ser comprado, e não recebido em PokéStops.
Itens medicinais
Assim como nos jogos tradicionais da série, Potion e Revive são itens medicinais para os Pokémon. A Potion restaura 20 pontos de vida de um Pokémon, enquanto o Revive recupera um monstrinho morto. Os dois itens são obtidos em PokéStops, e não na loja online do game.
Câmera
A câmera é um item “automático” e “infinito” do game. Ele é fixo e todo treinador tem um. Pode ser usado durante a captura dos Pokémon – basta pressionar o botão de câmera que aparece no modo de realidade aumentada e registrar uma foto no ambiente. A câmera não tem uso limitado, não pode ser melhorada e nem obtida em PokéStops ou loja. Ela é totalmente fixa de cada treinador.
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