CHACINA

Operação policial deixa 25 pessoas mortas no Rio de Janeiro

De acordo com a PM, a incursão tinha o objetivo de prender chefes do Comando Vermelho, mas ninguém foi preso.

Operação na Vila Cruzeiro tomou proporções de chacina. (Foto: Reprodução)

Uma operação policial deixou ao menos 22 mortos e sete feridos na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, zona norte do Rio de Janeiro, na manhã de terça-feira (24). Foi a terceira ação mais letal da polícia na história do RJ, atrás apenas das chacinas do Jacarezinho, no ano passado, que deixou 28 vítimas, e da Vila Operária, em 1998, com 23.

O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) abriram procedimentos investigatórios para apurar a conduta dos policiais na operação. Defensores públicos estiveram na comunidade.

Mortos e feridos

Na ação, uma bala matou Gabriele Ferreira da Cunha, de 41 anos, atingida dentro de casa, na comunidade da Chatuba, vizinha da Vila Cruzeiro. Os demais mortos, de acordo com a polícia, seriam “bandidos” — cujos nomes não foram divulgados.

Entre os feridos, quatro estão em estado grave. Outros três têm quadro estável, incluindo um policial atingido por estilhaços.

Segundo moradores, a operação começou pouco depois das 4h, com o apoio de um helicóptero blindado. Dezenove escolas da região não tiveram aulas. O comércio ficou parcialmente fechado e muita gente não conseguiu sair para trabalhar.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostraram a troca de tiros e moradores levando feridos ao hospital por conta própria.

A operação

A ação envolveu agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, com apoio de blindados e de um helicóptero.

De acordo com a PM, a incursão tinha como objetivo prender chefes do Comando Vermelho de diferentes estados que estariam escondidos na Vila Cruzeiro — de onde comandariam o crime organizado pelo país.

Ninguém foi preso, mas foram apreendidos 13 fuzis, quatro pistolas, 12 granadas e 20 veículos supostamente de criminosos.

Segundo o secretário da Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Marinho, a operação ainda estava em planejamento, mas foi antecipada diante da suspeita de que os traficantes estariam preparando a invasão de outra comunidade. Segundo ele, a polícia foi recebida a tiros e “houve confronto”.

Culpa do STF?

O secretário disse que a migração de traficantes de outros estados e de outras favelas — como Jacarezinho, Mangueira, Providência e Salgueiro — estaria ligada à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que limita operações policiais em comunidades do estado por causa da pandemia.

“Isso vem se acentuando nos últimos meses e essa tendência, esses esconderijos nas nossas comunidades, é fruto da decisão do STF, que limitou as ações das forças policiais”, acusou. Procurado, o STF disse que não se pronunciaria sobre a declaração.

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