HERANÇA ANCESTRAL

Livro dos fotógrafos Meireles Junior e Taciano Brito revela cultura indígena no MA

“Ritos Tenetehar – A cultura ancestral de um povo” será lançado até junho

O cacique Sílvio Santana, Fabiana Guajajara, Davi Guajajara e os fotógrafos Meireles Jr. e Taciano Brito. (Foto: Divulgação)

O Dia da Resistência dos Povos Indígenas celebrado nesta terça-feira (19), ganha sabor especial este ano: o dos bastidores da produção do livro “Ritos Tenetehar – A Cultura Ancestral de um Povo” assinado pelos fotógrafos Meireles Junior e Taciano Brito, que vai mostrar parte da riqueza cultural, ancestral e espiritual do povo Tenetehar ou Tentehar (Guajajaras), que habita o Território Indígena Araribóia, no sudoeste do Maranhão.

Em fase final de produção, o livro conta com o patrocínio da Equatorial Maranhão e Fribal, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura, e será lançado até o início de junho. A obra vai revelar, através dos olhares de Meireles Jr. e Taciano Brito, três dos mais importantes rituais desse povo: A Festa do Mel; a Festa da Menina Moça e a Festa dos Rapazes. E mais, a dualidade tão valorizada do natural e do sobrenatural; além da sabedoria ancestral que luta para se perpetuar entre as novas gerações.

Para a matriarca Maria Santana “este livro será uma lembrança eterna para aqueles que estão ficando. Eu me sinto feliz e a comunidade também entende que o livro é histórico. É mais um avanço para nós, Guajajara!”.

Davi Guajajara lembra que “cada ancião é uma biblioteca viva, com uma riqueza de sabedoria que não pode ser esquecida ou perdida. Registrar é resistir, para garantir que as próximas gerações possam manter viva a cultura e a ancestralidade do nosso povo”, defende.

Segundo o Cacique Sílvio Santana, Presidente do Instituto Centro de Saberes Tentehar Tukan “essa obra torna-se então um registro importante para a preservação do nosso território e dos Tentehar”. A Diretora Geral do Centro de Saberes Tentehar Tukan Fabiana Guajajara reforça que “a cultura originária nos foi repassada através da oralidade. Os saberes milenares do Povo Tentehar, por meio de suas festas tradicionais, agora estão eternizados em uma obra para as futuras gerações”.   

Vale lembrar que, como pontua no livro a Doutora em Educação Indígena Hosannah Bandeira “o Maranhão possui uma das maiores concentrações de povos indígenas do Brasil. É uma região que concentra  aldeias urbanas, rurais e povos isolados. Dos seus 217 municípios, 25 são habitados por indígenas. Há 18 áreas indígenas demarcadas no Maranhão, sendo que os Tentehar, mais conhecidos como Guajajara, ocupam 12 dessas áreas. São povos resistentes, determinados, dinâmicos, espirituais, falantes do tupi. Para eles, os mundos natural e sobrenatural, homem e natureza se confundem”.  

Mais que um livro de registros culturais, essa é uma obra para ensinar, inspirar e transformar a todos.

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