Os astros ludovicenses

Grandes talentos no esporte de São Luís

Na capital maranhense, nasceram atletas famosos que compõem a imensa lista dos que fazem parte dessa história.

Atletas maranhenses que se destacaram aqui e lá fora, conquistando títulos importantes.

O Maranhão é conhecido internacionalmente como um dos estados brasileiros reveladores de grandes talentos em diversos esportes. Em São Luís nasceram atletas famosos que compõem a imensa lista dos que fazem parte dessa história. Eles se destacaram aqui e lá fora, conquistando títulos importantes. Difícil lembrar e relacionar todos os astros nas mais diversas modalidades em todas as épocas. Por ser o esporte mais popular do mundo, o futebol teve maior espaço de divulgação na mídia. Os demais, no entanto, não foram esquecidos, pois representaram muito bem o nosso estado.

João Evangelista Belfort Duarte (1883-1918), mais conhecido por, Belfort Duarte, nascido  na capital maranhense, marcou época por ter participado da fundação da Associação Atlética Mackenzie College, primeiro clube de futebol formado por brasileiros, em São Paulo. No Rio de Janeiro, em 1907, jogou no América como meio-campista, depois zagueiro, foi capitão, técnico, diretor-geral do futebol e tesoureiro. Abriu as portas do clube rubro carioca aos atletas negros. Encerrou sua carreira no Flamengo-RJ, em 1915, e como pregava respeito total aos adversários, ao ponto de denunciar um pênalti cometido por ele mesmo, por sua lealdade e honradez, acabou sendo homenageado com um troféu que tinha o seu nome, entregue  ao jogador que passasse dez anos sem sofrer uma expulsão.

Cláudio Vaz dos Santos, popularmente conhecido como “Alemão”. (Foto: Reprodução)

Cláudio Vaz dos Santos, popularmente conhecido como “Alemão” (1935-2021), nascido em São Luís,  marcou época como um atleta dos mais completos. Praticou basquetebol, voleibol, futebol de campo e salão, atletismo e natação. Pertenceu a uma geração de destaques do esporte maranhense, nas décadas de 1950 e 1960, e foi coordenador de Educação, Esportes e Recreação da Secretaria de Educação e Cultura, criador do Festival Esportivo da Juventude, embrião dos Jogos Escolares Maranhenses.

Sebastião Rubens Pereira, Tião 1957-2005), em São Luís, foi um dos maiores destaques do handebol masculino do Brasil. Chegou a ser chamado de “Pelé do Handebol”, pela sua habilidade e técnica capazes de desequilibrar os jogos em sua época. Passou a ser mais conhecido nacionalmente após brilhantes atuações pela Seleção Maranhense de Handebol Juvenil em dezembro de 1973, no Estádio Caio Martins, em Niterói, no Rio de Janeiro,  e no ano seguinte em Osasco-SP, onde o Maranhão ficou em quarto e  terceiro lugar,  respectivamente. Em 1976, Tião foi considerado o melhor jogador de handebol do país e pela  seleção maranhense levantou o título de campeão na categoria adulto. Foi parar  na Seleção Brasileira de Handebol na função de armador central. Em Nice, na França, era chamado de Maravilha Negra pelo jornal L’Equipe. Morreu aos 48 anos. A maior homenagem está no ginásio de esportes do Parque do Bom Menino.

Rafael Duailibe Leitão, enxadrista, se destaca pelos importantes títulos conquistados, entre os quais o de heptacampeão brasileiro e Grande Mestre Internacional de Xadrez. Ele começou com seis anos de idade e aos nove foi campeão brasileiro mirim (sub-10 – 1989), quando também foi campeão mundial juvenil (FIDE). Em 1995, aos 15 anos, alcançou o título de Mestre Internacional, ao sagrar-se campeão pan-americano juvenil, em Santiago (Chile).

Enxadrista Rafael Duailibe Leitão. (Foto: Divulgação)

Defendeu o país em nove Olimpíadas de Xadrez, de  1996 a 2018. Participou de vários campeonatos mundiais. Em Nova Delhi figurou entre os 16 melhores do mundo. É o único brasileiro campeão mundial de xadrez (FIDE) por duas vezes: sub-12, (Varsóvia, 1991) e sub-18 (Menorca, 1996), este último, de alto nível. Mas foi em junho de 2014 que atingiu o rating de 2652, o mais alto de sua carreira. Rafael Leitão foi sete vezes campeão Brasileiro Absoluto de Xadrez:96, 97, 98, 2004, 2011, 2013 e 2014 e hoje continua figurando entre os grandes nomes do xadrez mundial.

Iziane Castro Marques, ludovicense, moradora do bairro Liberdade, estrela do basquete, destacou-se nas categorias de base  do Osasco-SP, e em 2002 jogou pelo Miami Sol da Flórida, sendo mais jovem da Women’s National Basketball Association, aos 21 anos.

Estrela maranhense do basquete Iziane Castro Marques. (Foto: Divulgação)

Depois de uma trajetória vitoriosa em diversos países, inclusive da Europa, mostrou seu enorme talento pela Seleção Brasileira, onde se tornou campeã da Copa América em 2001 e terminou na quarta colocação nos Jogos Olímpicos de 2004 e Mundial de 2006. Com a camisa do Brasil fez 870 pontos em 71 jogos. Na volta a São Luís, em 2011, defendeu o Maranhão Basquete e o Sampaio Basquete na LBF em 2016. Hoje, gerencia um projeto social destinado a revelar jovens talentos no esporte da Ilha.

Ana Paula Rodrigues Belo (1987) é uma das mais talentosas atletas de handebol do mundo, hoje atuando na Romênia. Graças à sua performance, vestiu a camisa da Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de 2008, 2012, 2016 e 2021. Conquistou o Mundial em 2013 na Sérvia. Nasceu em São Luís e começou a praticar esportes no bairro da Liberdade. Ao se destacar na escola Alberto Pinheiro,  em 2002 foi morar em Guarulhos-SP, onde permaneceu até 2007 quando assinou contrato com o clube espanhol BM Puerto Dulce Roquetas. Daí em diante, foram vários clubes e títulos na Europa (Áustria, França, Rússia e Romênia)  e inúmeras conquistas importantes. Foi campeã dos jogos sul-americanos de Santiago do Chile no ano de 2014, do Pan-americano em 2011 no Brasil, 2013 na República Dominicana e 2017 na Argentina, tricampeã dos Jogos Pan-Americanos, 2011 Guadalajara,  Toronto 2015, e Lima em 2019, campeã do Sul-Americano na Argentina.

Casemiro de Nascimento Martins (1947), ludovicense conhecido popularmente como Rei Zulu,  destacou-se como brilhante lutador de vale-tudo brasileiro. Durante 17 anos, foi o grande nome desse esporte no Brasil, conquistando 151 vitórias em 200 lutas. Sua fama o levou a viagens por vários estados e pelo mundo. Desafiou  lutadores famosos, inclusive o também invicto Rickson Gracie.  O escritor e procurador do Estado, Bento Tomé, escreveu um livro intitulado “Rei Zulu, a Majestade Bárbara”, contando a história do lutador maranhense.

Em novembro de 1984 Rei Zulu conquistou uma das suas mais importantes vitórias sobre o competidor Sérgio Batarelli, lutador de Kickboxing. Apesar de já ter completado 62 anos em 2007, teve três lutas no Brasil e venceu todas elas por nocaute.  Só parou em  2008, mas deixou como sucessor o filho  Zuluzinho, também destaque nesse esporte.

Julia Leal Nina (nadadora), ludovicense, vem mostrando seu talento desde os nove anos de idade no cenário nacional e internacional. Foi campeã dos 10 km da 3ª etapa do Circuito Brasileiro de Maratonas Aquáticas, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, em 2015. A coleção de medalhas e troféus é imensa é imensa, entre as quais o 1º lugar na 3ª etapa do Brasileiro de Maratonas Aquáticas Infantil e na Travessia do Rio Negro de Maratonas Aquáticas. Aos 17 anos já estava na Seleção Brasileira em Quebec, no Canadá. Teve dezenas de participações em competições internacionais. É tetracampeã do Circuito Nacional pela Seleção Brasileira Principal de Maratonas Aquáticas.

José Maria Silva Filho, o Zezinho (1960), nasceu em São Luís e foi criado no bairro Liberdade. É Mestre Internacional de Damas, diplomado pela Federação Mundial. Nove vezes campeão brasileiro em 12 torneios disputados, além de vice três vezes seguidas, ele levantou o título no estado do Maranhão em  21 oportunidades. Antes de ser damista jogava dominó e botão. Aos 13 anos começou a se dedicar com maior ênfase às damas de 100 casas. Em 1978 foi campeão maranhense pela primeira vez. Em 1988 disputou o Campeonato Mundial no Suriname onde ficou na oitava colocação (relâmpago) e décimo primeiro em jogo normal. No Sul-Americano tem dois terceiros lugares e dois terceiros lugares. Foi considerado o quinto melhor jogador de damas das Américas.

Allan Igor Moreno Silva, filho do damista Zezinho, nascido em São Luís (1993) é outro destaque nas damas de 100 casas. Grande Mestre Internacional, foi quatro vezes campeão pan-americano, batendo um recorde de um russo naturalizado americano,  sendo também o primeiro brasileiro a conseguir esta façanha. Allan Igor, antes já havia sido  o mais jovem Grande Mestre Internacional do mundo, título outorgado pela Federação Mundial de Jogo de Damas. Em 2011 e em 2012 foi o único damista das Américas no Sportaccord Mind Games, realizado na China, com 16 participantes de 16 damistas dos cinco continentes.

Onde nasceu o craque Canhoteiro?

José Ribamar de Oliveira, o Canhoteiro, mesmo tendo registro de nascimento no cartório do município de Coroatá, na verdade, veio ao mundo em São Luís, onde residiam seus pais, no bairro Diamante, segundo afirma o jornalista Haroldo Silva, que atuou em uma equipe amadora juvenil (Paissandu) na qual nosso maior craque de todos os tempos também jogou, na capital maranhense. “Eu conversava muito com Canhoteiro, um cara que fazia embaixadinhas com bola de gude e sabia driblar e desequilibrar os mais ferrenhos marcadores”, revela Haroldo. “A informação do nascimento dele em São Luís me foi passada pelo seu pai, senhor Cecílio. O registro feito em Coroatá foi por questões financeiras”, atesta. No time do Paissandu também jogavam Celso Coutinho, Hernane, Totó, Schalcher e tantos outros nomes da época. O Canhoteiro não atuou como profissional em nenhum clube do Maranhão. “Uma vez foi cedido pelo Paissandu para jogar um amistoso pelo Sampaio Corrêa e arrasou”, completa o experiente comentarista esportivo Haroldo Silva. De São Luís, o craque foi jogar no futebol cearense (América de Fortaleza), onde chamou a atenção   do São Paulo, que o contratou em 1954. Brilhante com a camisa do Tricolor Paulista, por ser um ponta esquerda extremamente habilidoso, esteve três vezes na Seleção Brasileira, inclusive na fase preparatória da Copa do Mundo de 58. Foi apontado como o maior ponta-esquerda do futebol brasileiro em todos os tempos, inclusive pelo Rei Pelé. A maior homenagem prestada a ele no Maranhão está no nome do complexo esportivo do Outeiro da Cruz, após uma série de publicações sobre sua história em O Imparcial, e aprovação na Assembleia Legislativa, do projeto de lei de autoria do deputado Afonso Manoel, em  2007, no governo Jackson Lago.

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