EMPREENDER

Ideias para empreender no “novo normal”

Ao mesmo tempo em que empreender parece arriscado nesse momento, a criação de novos negócios será fundamental para impulsionar a recuperação econômica no próximo ano.

Foto: Reprodução

Os negócios em alta em 2021 são reflexo das mudanças profundas que o “novo normal” representa para o mercado. Hoje, vivemos em um cenário de recessão global e avistamos os primeiros sinais de uma pós-pandemia no horizonte, mas tudo ainda é muito incerto.

Ao mesmo tempo em que empreender parece arriscado nesse momento, a criação de novos negócios será fundamental para impulsionar a recuperação econômica no próximo ano. Além disso, toda crise tem suas oportunidades, e quem entender primeiro as novas necessidades do consumidor vai sair na frente em 2021.

Negócios em alta para 2021: o que esperar do “novo normal”

Os negócios em alta para 2021 são aqueles capazes de se adaptar ao “novo normal” e prosperar em um mundo pós-pandemia. Mais do que isso, eles serão parte importante da recuperação econômica do Brasil após um baque considerável e uma crise sem precedentes causada pelo coronavírus.

O volume é 6% maior do que o do primeiro quadrimestre de 2020, e a principal explicação é a determinação do brasileiro em empreender diante de uma situação de recessão e desemprego. 

Logo, se você pensa em abrir um negócio no próximo ano, pode fazer parte dos brasileiros que vão impulsionar a retomada da economia e explorar a nova realidade do mercado. Como era esperado, os negócios em alta para investir em 2021 estão ligados a setores como tecnologia, delivery e vida saudável — um reflexo dos novos hábitos de consumo pós-pandemia.

  • E-commerce de informática
    Segundo o relatório Webshoppers nº 42, publicado pela Ebit | Nielsen, o segmento do e-commerce com maior aumento de ticket médio na pandemia foi o de produtos de informática. As lojas online da categoria tiveram um aumento de 50% no valor médio de compra dos clientes e um crescimento de 101% no faturamento no segundo trimestre de 2020. Esse tipo de negócio pode ser focado na venda de computadores e notebooks prontos, além de peças e acessórios, ou na montagem de computadores sob encomenda. As empresas de maior destaque do segmento têm como diferenciais os serviços de montagem, certificados de qualidade, garantias avançadas e produção de conteúdo sobre informática.
  • Desenvolvimento de games para celular
    Um dos mercados que explodiu durante a pandemia foi o de games, com faturamento recorde de R$ 851 bilhões em 2020, segundo dados da Newzoo publicados no IG. Só o segmento mobile faturou R$ 402,5 bilhões, graças ao aumento exponencial de downloads de jogos para celular. Nesse cenário, o desenvolvimento de games para celular se torna um negócio em potencial para o próximo ano. Os apps podem ser publicados pelo Google Play, App Store e Windows Phone Store — basta se registrar como pessoa física ou jurídica e pagar uma taxa única para publicar e vender o aplicativo.
  • Comércio de wearables (Vestíveis)
    As vendas de wearables (vestíveis) cresceram 265% no primeiro trimestre de 2020 e alcançou um faturamento de R$ 438 milhões, segundo dados do IDC publicados na Mobile Time. Entre smartwatches e fitbands (relógios e pulseiras conectados), foram vendidos mais de 318 mil dispositivos vestíveis no país nesse período.

O crescimento do segmento foi puxado especialmente pela Geração Z (jovens nascidos entre 1992 e 2010), que tem se adaptado às pulseiras que registram batimentos cardíacos e velocidade da corrida, óculos com assistentes pessoais e relógios que obedecem comandos. Logo, vale a pena apostar na venda desses dispositivos para 2021, já que a tendência veio para ficar.

  • Clube de assinatura
    A economia da recorrência já é uma tendência global, e 2021 promete ser o ano dos negócios que usam o modelo de assinatura. No Brasil, o mercado de clubes de assinatura cresceu 10% até setembro e deve fechar 2020 com 12% — um avanço impressionante para um cenário de pandemia e crise mundial —, segundo dados da Betalabs publicados na Valor Investe. Em 2015, existiam apenas 300 empresas no setor, e hoje o número estimado é de quase 4 mil clubes, que movimentaram juntos mais de R$ 1 bilhão em 2019.

Confira quais segmentos se destacaram:

Livros (27%)
Bebidas (18%)
Alimentos (17%)
Cuidados pessoais (12%)
Pet (11%)
Outros (15%).
As possibilidades de clubes de assinatura são inúmeras: vinhos, cervejas, doces, produtos naturais, kits de maquiagem, cosméticos, acessórios para pets, itens para churrasco, cápsulas de café e qualquer produto de consumo frequente que o público possa receber em casa. Basta encontrar um nicho de mercado que ainda não foi explorado e abrir seu negócio para faturar com pagamentos recorrentes.

  • Venda de produtos vegetarianos e veganos
    O mercado vegetariano já vinha crescendo e continua sendo uma aposta certeira para 2021. Segunda a pesquisa mais recente do Ibope sobre hábitos alimentares, publicada em 2018 no G1, 14% da população brasileira já se declara vegetariana (30 milhões de pessoas). Além disso, 55% dos brasileiros afirmam que consumiriam mais produtos veganos se os ingredientes estivessem indicados na embalagem, enquanto 60% escolheriam a opção vegana se tivesse o mesmo preço do produto que costumam consumir. Nos EUA, 25% da população entre 25 e 34 anos se declara vegetariana, segundo dados do Euromonitor International publicados na Istoé Dinheiro. A maior prova do potencial desse mercado é o fato de grandes empresas de proteína animal como Seara, Sadia, Perdigão e redes de fast-food como McDOnald’s e Burger King terem lançado suas linhas vegetarianas e veganas recentemente. Nos pequenos negócios, crescem os restaurantes vegetarianos, empresas de marmitas sem produtos de origem animal, empresas de cosméticos veganos, fabricantes de produtos plant-based e vários outros segmentos repletos de oportunidades para 2021.
  • Venda de cosméticos naturais e artesanais
    Na onda da consciência ambiental e busca por produtos sustentáveis, os cosméticos naturais ganham destaque no mercado de beleza.

Segundo um estudo da plataforma Teads publicado em 2020 na Brazil Beauty News, 62% dos brasileiros acreditam que os cosméticos deveriam ser formulados apenas com ingredientes naturais e orgânicos.

Apesar de ser recente no Brasil, o segmento tem grande potencial de crescimento para 2021, pois está em sintonia com as mudanças de hábitos dos consumidores pós-pandemia. Na opinião de Thiago Pissaia, idealizador da marca curitibana de cosméticos artesanais Nesh, a população está buscando a naturalidade dos produtos que eram vendidos nas décadas de 1940 e 1950, que tinham menos aditivos químicos e não representavam riscos à saúde. Em entrevista ao DC Mais de 2020, ele afirma que as principais tendências atuais são sabonetes, xampus e condicionadores produzidos com ativos naturais e sem a adição de elementos nocivos ou ingredientes sintéticos em sua composição. Outra tendência interessante é a dos xampus e condicionadores sólidos, que têm efeito superior ao dos líquidos e dispensam o plástico da embalagem.

  • Negócios imobiliários
    O mercado imobiliário foi um dos mais resilientes durante a crise do coronavírus, com crescimento de 8,4% na venda de apartamentos, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) publicados na Gazeta do Povo. Já os financiamentos imobiliários saltaram 70,1% em setembro, em comparação com o mesmo mês de 2019, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) publicados no mesmo artigo. Para o presidente da CBIC, José Carlos Martins, a pandemia impulsionou o setor devido à crescente valorização do lar, da casa e da família. Ele afirma à Gazeta do Povo que o mercado está muito otimista para 2021, quando o fornecimento de insumos deve ser normalizado e os lançamentos devem voltar a crescer. Logo, esse pode ser o momento certo para o empreendedor que pensa em abrir uma imobiliária.
  • Serviço de locação de carros
    A locação de carros foi um dos serviços que ganhou força em 2020, já que compartilhar veículos se tornou arriscado devido à pandemia. Segundo uma pesquisa realizada pela Deloitte e publicada em 2020 na Folha, 56% dos jovens brasileiros (gerações Y e Z) consideram dispensável possuir um automóvel no futuro. Para atender a esse público na realidade atual, as empresas de locação de veículos se apresentam como solução intermediária entre as concessionárias e aplicativos de compartilhamento. Logo, a tendência é que esse mercado cresça ainda mais e se torne um dos negócios em alta de 2021.
  • Serviços de TI
    O mercado de serviços de TI cresceu 4,1% em 2020, mesmo com a queda generalizada no setor de serviços devido à pandemia, segundo dados do IDC Brasil publicados no Jornal do Comércio. Os segmentos que impulsionaram o mercado foram o de cloud computing e segurança da informação, que tiveram um papel essencial na implementação do home office em empresas durante a quarentena. Por outro lado, o segmento que perdeu foi o de fornecimento de hardware, por conta da dolarização de seus produtos. Para 2021, a tendência é que os serviços em nuvem continuem em destaque e que os projetos e consultorias para empresas na área disparem — uma dica importante para quem pretende investir na área.
  • Delivery de comida
    O Sebrae apontou a tendência do delivery no ramo de alimentação fora do lar já no início da pandemia. De fato, os principais aplicativos de entrega de comida (Rappi, Ifood e Uber Eats) cresceram 103% de janeiro a junho de 2020, segundo uma pesquisa da Mobills publicada no Terra. Ao mesmo tempo, as micro e pequenas empresas dedicadas à produção e delivery de marmitas e refeições embarcaram nessa tendência e devem estar entre os negócios em alta para 2021. De acordo com a consultora Karyna Muniz, do Sebrae-SP, uma microempresa de fornecimento de marmitas bem gerida pode ter margens de lucro acima de 20%. Em entrevista à Folha de 2020, ela sugere os ramos de refeições individuais, entrega de marmitas para famílias e produção de alimentos para nichos especiais como idosos e pessoas com restrições alimentares.
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