HOJE EM SÃO LUÍS

Ministro fala do futuro da Base de Alcântara

Marcos Pontes reúne-se com empresários e parlamentares da bancada federal maranhense para o desenvolvimento integrado do Centro Espacial de Alcântara

Reprodução

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MTCI), Marcos Pontes, participou de uma reunião virtual com a bancada parlamentar do Maranhão, nesta sexta-feira (5), para discutir com o Grupo de Trabalho da Fiema “Pensar o Maranhão” e parlamentares do estado que integram a bancada federal sobre a implantação do Programa de Desenvolvimento Integrado para o Centro Espacial de Alcântara (PDI-CEA). O PDI é a segunda fase do projeto que busca viabilizar o uso comercial do Centro de Lançamento de Alcântara. O objetivo é desenvolver a infraestrutura da região, além de criar os modelos de negócios que incentivem as atividades espaciais. A estimativa é que o desenvolvimento do Centro Espacial de Alcântara alcançará, em 2040, mais de US$ 40 bilhões por ano com a ocupação de pelo menos 1% do mercado global do setor.

Apesar de não confirmada pela assessoria de comunicação do MTCI, Marcos Pontes também deve discutir com os políticos, empresários e representantes de instituições maranhenses sobre a notícia que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu, esta semana, um dossiê escrito por professores de dez universidades (nove delas nos Estados Unidos), além de diretores de ONGs internacionais como Greenpeace EUA e Amazon Watch, que pede o congelamento de acordos, negociações e alianças políticas com o Brasil, dentre eles o do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), enquanto Jair Bolsonaro estiver na Presidência da República. A informação foi divulgada na última BBC Brasil.

Sobre o projeto aeroespacial de Alcântara, o documento faz menção às ameaças sofridas por famílias quilombolas que habitam áreas próximas ao Centro e que devem ser remanejadas, “por medidas de segurança”. O documento de 31 páginas, ao qual a BBC News Brasil teve acesso, condena a aproximação entre EUA e Brasil nos últimos dois anos e aponta que a aliança entre Donald Trump e seu par brasileiro teria colocado em xeque o papel de “Washington como um parceiro confiável na luta pela proteção e expansão da democracia”.

Dossiê repercute entre parlamentares maranhenses

A possível revisão do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, aprovado em novembro de 2019 pelo Congresso Nacional entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, que permite aos norte-americanos e a outros países lançar satélites a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), repercutiu entre parlamentares maranhenses que estiveram na linha de frente para que o acordo fosse aprovado. A senadora Eliziane Gama (Cidadania) usou sua conta pessoal no Twitter sobre o assunto. “Considero o acordo firmado da base de Alcântara positivo.

Podemos até discutir alguns de seus aspectos à luz do novo gov. americano, mas tem que ser mantido. Acredito que a implementação na gestão Biden fica melhor, principalmente quanto aos quilombolas e questões ambientais”, escreveu a senadora.

Questionado por O Imparcial sobre essa possível quebra de acordo, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (PTB) espera que o mesmo seja mantido. “Eu não acredito que esse acordo seja quebrado até porque os dois lados tem muito interesse. A geografia de Alcântara todos nós sabemos que tornou o CLA um projeto viável de grande potencial no mercado espacial. O Acordo de Salva Guarda Tecnológica (AST) passou por todos os tramites democráticos tanto nos Estados Unidos quanto aqui no Brasil. De qualquer forma estaremos recebendo o ministro Marcos Pontes na Fiema onde iremos tirar dúvidas a esse respeito entre outros assuntos”, revelou Pedro Lucas Fernandes.

Durante o encontro, que também contará com a presença do deputado federal Marreca Filho (Patriota), coordenador da bancada do Maranhão, o ministro Marcos Pontes deve novamente reforçar o pedido de apoio dos parlamentares maranhenses na destinação de emendas com investimentos para duas áreas prioritárias, melhoria da infraestrutura da região do Centro Espacial e educação e capacitação técnica dos moradores de Alcântara. 

O foco é envolver a comunidade nesse projeto, além de levar educação para crianças e adolescentes e também oferecer capacitação técnica para formar profissionais locais, além da busca de recursos para investir na construção de um porto, de forma a facilitar a travessia de Alcântara para São Luís, entre outros benefícios. Uma coletiva com a imprensa e o ministro Marcos Pontes está prevista para acontecer, às 17h, logo após o encontro com os parlamentares maranhenses e o Grupo de Trabalho da Fiema “Pensar o Maranhão”.

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