UM LUGAR PARA TODXS

Confira as comunidades evangélicas inclusivas em São Luís

As igrejas inclusivas chegaram ao Brasil no início dos anos 2000 e nos últimos vinte anos não pararam de expandir

Foto: Imparcial

As igrejas inclusivas chegaram ao Brasil no início dos anos 2000 e nos últimos vinte anos não pararam de expandir. Mas a história desses lugares começaram ainda na década de 60, nos Estados Unidos.

Em 1968, surge a Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM) dos Estados Unidos. Vale ressaltar que a abertura dessa comunidade acontece em um momento próximo a Stonewall, um movimento de muita importância na luta pelos direitos das pessoas LGBTQIA+. Dentro das igrejas inclusivas, algumas possuem caráter mais ativistas, já outras possuem traços mais pentecostais.

“Não existe uma bíblia gay”

Glaucy Costa, vice-presidente da igreja resgatando vidas. Foto: Imparcial

Glaucy Costa, vice-presidente da Igreja Evangélica Resgatando Vidas, localizada no bairro Cohatrac IV, enfatiza que existe um Deus misericordioso que a alcançou através do sacrifício de Jesus.”Não tenho dúvidas nenhuma que tenho o direito a salvação. Até chegar a minha salvação, tive que mudar para me encaixar nos conceitos do Senhor. Deus me fez assim, desde criança tenho desejo por uma pessoa igual mim. Jesus me aceita e me traz a verdade disso aí, então pra que guardar isso?”, disse Glaucy.

Maurício, presbítero da comunidade, teve sua conversão na igreja inclusiva, mas frequentava a igrejas evangélicas desde a adolescência. “Após um mês frequentando a igreja inclusiva aceitei a Cristo e foi um processo, precisei abrir mão de muitas coisas, do mundo mesmo em si”, destacou.

Presbítero Maurício caminha na igreja inclusiva há 4 anos. Foto: Imparcial

Uma igreja para todos

Muitas pessoas pensam que a igreja inclusiva é somente para LGBTQIA+, mas é para todos. Pessoas que enfraqueceram na fé tem a chance de somar, de acreditar em Jesus ele nos ama da forma que somos”, enfatizou o presbítero da Igreja Resgatando Vidas.

Nascida em família evangélica, a pastora presidente do ministério resgatando vidas, Edenice Amaral destaca que o chamado pastoral está sobre toda sua família. “Aos 19 anos sai de casa para trabalhar, mas sentia falta da Igreja. Nesta época nunca imaginei que existia igreja inclusiva, mas Deus já tinha uma promessa sobre ministério para mim”, falou a pastora.

“Deus me entregou um cajado”

Edenice Amaral, presidente da igreja resgatando vidas. Foto: Imparcial

Após buscar confirmações, recebeu uma direção de iniciar os trabalhos na sala de sua casa. “Quando disse eis-me aqui, entendi que não tinha como voltar atrás”, destacou Edenice sobre o início da comunidade que já tem filial em Vitória no Espírito Santo. A comunidade evangélica conta com 22 membros na unidade de São Luís e 10 membros em Vitória.

Também com quatro anos de existência, a Igreja Cristã Acolher foi fundada por três amigos, o apóstolo Lauro, o bispo Baldez e pastor Adailson. O presidente da igreja, Lauro, destaca que caminha na igreja inclusiva há mais de vinte anos e isso foi importante para que pudesse ter estabelecido uma visão ministerial clara ” nosso foco é amar de verdade, não importa quem seja ou como ela chega aqui. Nosso foco é dar um destino a ela”, contou o apóstolo.

Pastor Adilson, apóstolo Lauro e bispo Baldez. Foto: Imparcial

“A igreja inclusiva é uma igreja de todos e não exclusiva de um povo”

Assim o bispo Baldez inicia sua fala contando a história do ministério, enfatizando que a prioridade deles é mostrar Cristo a pessoas. A dinâmica administrativa da igreja também é destacada durante o relato do pastor Adailson, os líderes da comunidade são voluntários e não recebem nenhuma remuneração pelos serviços prestados.

Nelson Santos e Pedro Henrique são jovens casados, estão na comunidade de fé desde o início e servem juntos na igreja. “Temos um relacionamento saudável e tranquilo, nosso relacionamento é focado que nosso compromisso vai além de casal físico, tem um compromisso com Deus. Além disso, o melhor é que a gente pode ser homoafetivo e servir na comunidade de fé”, contou Nelson, 27 anos.

Trabalho social

“Não adianta ir à praça pregar o evangelho e o camarada não ter para onde ir” destaca o apóstolo Lauro ao relatar sobre o projeto do Centro de Apoio Acolher que tem o objetivo de receber pessoas que necessitam de cuidado e auxílio.

“A preocupação vai além do lado espiritual, nos preocupamos também com o lado emocional e garantir com que as pessoas não fiquem desamparadas”, enfatizou o pastor Adailson.

“Ser pioneiro em São Luís foi um desafio muito grande”

Em 06 de outubro de 2008, nasceu a mais antiga comunidade inclusiva de São Luís, a Igreja Inclusiva Nova Vida. Um dos fundadores, Bispo Paulo Mendonça, conta que a comunidade nasceu da necessidade do grupo LGBTQIA+ ter acesso à igrejas. “A classe LGBTQIA+ merece e precisa, como todo ser humano que é corpo alma e espírito, cuidar do lado espiritual”, enfatizou.

Após três anos de reuniões de oração, os fundadores da comunidade fé foram consagrados pastores. “Ser pioneiro em São Luís foi um desafio muito grande e não sabíamos como as igrejas tradicionais iria reagir. Mas o povo do Maranhão entendeu a necessidade de ter um local e nos acolheu”, disse Paulo Mendonça.

“Acolhemos a todos que estão necessitando de restauração” Bispo Paulo. Foto: Acervo Igreja Nova Vida

“A fé em Cristo Jesus é a base de fé da comunidade de fé “

Cumprindo os principais mandamentos da fé cristã, a Igreja Inclusiva Nova Vida exerce um trabalho social há 11 anos. Liderado pelo pastor Aurino, o serviço atende em média 20 pessoas por mês e acolhe doentes que vem do interior para fazer tratamento de saúde.

A igreja localizada no bairro da Cohab é liderada pelos pastores Estevão Pereira e Francisco Gilvan. A congregação possui 21 membros e realiza duas reuniões semanais.

Pastor Estêvão, Bispo Paulo Mendonça e o pastor Gilvan. Foto: acervo da igreja
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