PERMANÊNCIA

‘STF foi prudente ao vetar transferência de Lula’, diz Flávio Dino

“Espero que os agentes da partidarização e da espetacularização do Judiciário reflitam e voltem a agir como juízes”, disse o governador, após derrubada da decisão que transferiria o ex-presidente a um presídio comum de SP

Reprodução

O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva deve permanecer preso em Curitiba, após decisão do Supremo Tribunal Federal de vetar a transferência do petista a um presídio comum de São Paulo. “Supremo Decidiu com prudência”, apontou o governador Flávio Dino, em sua conta do Twitter.

O pedido inicial, de mover o ex-presidente para o presídio da cidade de Tremembé, foi feito pela Justiça Federal. Segundo o superintendente da Polícia Federal, Luciano Flores, a presença de Lula na Superintendência da PF em Curitiba estaria alterando a rotina do prédio. A transferência foi autorizada pela juíza federal Carolina Lebbos.

“Ex-presidente Lula apresentou, em maio, embargos ao STJ, inclusive sobre aplicação do art 387, 2º, do CPP, quanto ao regime semiaberto. Infelizmente não foi possível a apreciação. A prudência recomenda aguardar o STJ julgar. Mas prudência não é um valor cultivado por extremistas”, publicou o governador Flávio Dino na sua rede social.

A determinação foi derrubada pelo STF horas mais tarde, na última quarta-feira (7). Foram 10 votos a 1 pela permanência de Lula na cela especial da prisão Curitiba. O único voto contrário foi do ministro Marco Aurélio.

Após a decisão, o governador do Maranhão voltou a se pronunciar no site, onde manteve sua postura em defesa da liberdade do ex-presidente: “Supremo decidiu com prudência, neste caso de hoje sobre o ex-presidente Lula. Algo que se espera de todos os juízes, de todas as instâncias. Espero que os agentes da partidarização e da espetacularização do Judiciário reflitam e voltem a agir como juízes”.

Maia, Centrão e PSDB denunciaram “perseguição”

A decisão da transferência de Lula foi amplamente criticada em um plenário da Câmara dos Deputados – não só por partidos a favor da soltura do petista, mas também pelo próprio presidente da Casa, Rodrigo Maia, pelo Centrão e por um deputado do PSDB.

Líder do Podemos, José Nelto (GO) argumentou que a decisão da juíza se trataria se perseguição. “O que a Justiça fez hoje, eu quero aqui condenar publicamente. Não se justifica retirar o ex-presidente Lula de Curitiba e levar para Tremembé. Isso é humilhação, esta juíza deveria repensar os seus atos. Perseguição eu não aceito com ninguém, seja de direita ou de esquerda.”

Ligado a Aécio Neves, Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), chamou a determinação judicial de “verdadeiro absurdo”. “Coloca em risco o respeito que o Brasil conquistou como país garantidor dos direitos.”

Em contrapartida, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), deixou clara sua posição favorável à transferência e ironizou o alerta da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, de que a vida de Lula estaria em risco sob a polícia paulista.

“Fique tranquila, ele será tratado como todos os outros presidiários, conforme a lei, Gleisi. Inclusive, o seu companheiro Lula, se desejar, terá a oportunidade de fazer algo que jamais fez na vida: trabalhar!”, publicou o governador psdebista em sua conta do Twitter.

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