POLÍTICA

Galloro: Lava-Jato continua forte

Novo diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, toma posse e destaca que sua gestão buscará valorizar servidores e aprofundar a integração de suas unidades

Brasília – Os ministros Torquato Jardim, da Justiça, e Raul Jungmann, da Segurança Pública, participam da cerimônia de posse do novo diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro (José Cruz/Agência Brasil)

“Continua forte”. A afirmação é do novo diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, sobre a sequência da Operação Lava-Jato. Galloro assume o comando da PF no lugar de Fernando Segóvia, que ficou no cargo por apenas três meses. Em seu discurso, ele ainda destacou que sua gestão buscará valorizar servidores e aprofundar a integração de suas unidades.
Com um discurso protocolar, Rogério Galloro disse que é necessária a cooperação entre órgãos de segurança pública, renovação dos quadros da PF por meio de concursos e equipamentos tecnológicos. Tanto que o novo diretor-geral da PF foi bastante objetivo: “O crime não vencerá”.

Ao tomar posse do cargo, Galloro disse que estava ciente “do tamanho do compromisso” que assumia ao tomar posse no cargo, que demandaria “responsabilidade, dedicação, fidelidade e principalmente coragem”. Ele aproveitou a solenidade para reafirmar o compromisso de “reforçar a equipe do Ginq”, o grupo que trata de inquéritos sobre políticos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante a gestão do diretor-geral Leandro Daiello na PF (2011-2017), Galloro era considerado o ex-número dois e havia sido cogitado a assumir o comando da Polícia Federal antes de Fernando Segóvia.

“Fiz parte de toda a gestão [de Daiello], estive presente em momentos difíceis e em momentos de conquistas. Nós da Polícia Federal temos o sentido da missão que nos cabe e não desistiremos jamais de cumpri-la”.

Posse

A posse de Galloro ocorreu no salão negro do Ministério da Justiça, no qual está funcionando provisoriamente o novo Ministério Extraordinário da Segurança Pública, criado nesta semana pelo presidente Michel Temer. À posse compareceram os ministros Raul Jungmann (Segurança Pública) e Torquato Jardim (Justiça) e Herman Benjamin, do STJ (Superior Tribunal de Justiça). O ex-diretor-geral Leandro Daiello também foi à posse.
Agora ex-diretor-geral da PF, Fernando Segovia cumprimentou Galloro e Jungmann e disse que o “alto grau de maturidade e profissionalismo” na PF “garantirão nosso futuro”. “Contrariamente aos que pregam o caos e o enfraquecimento da PF, temos certeza de que continuamos cada vez mais fortes e independentes”, disse.
Sobre sua saída, Segovia não fez referência nenhuma direta. Ele se reservou a mencionar que durante sua gestão seus amigos e familiares ficaram “torcendo e sofrendo, cada uma das minhas alegrias e tristezas”. Em relação ao ministro Torquato Jardim, Segovia rechaçou a noção de que ele não tinha um bom relacionamento com o ministro. “Ao contrário do que a imprensa e algumas pessoas pensam, sempre nos demos muito bem”, disse Segovia.

Orçamento

Em seu discurso, o ministro Raul Jungmann voltou a defender que, a exemplo das áreas de saúde e educação, a segurança tenha também uma previsão mínima no Orçamento. De acordo com ele, essa é uma forma de se avançar no sentido de “universalizar o direito à segurança”. “Embora pertença à área social, a segurança pública não faz parte da área de seguridade social, onde está a saúde e educação. Todos esses setores encontraram formas de regular e ter piso garantido ou leis que asseguram a cada um deles um mínimo para o seu funcionamento”, disse. “Isso não acontece com a segurança pública, que é o patinho feio da área social de nosso país. Não há regulamentação para garantir a estabilidade da segurança. Mas isso é um problema da Constituição”, acrescentou. Jungmann criticou o fato de 80% das atribuições da ordem da segurança pública estar com os governos estaduais, quando, segundo ele é a PF que “responde por basicamente a totalidade com a ordem da segurança publica da União”.
Na gestão de Galloro, a Diretoria Executiva será ocupada por Silvana Helena Borges; o diretor de Combate ao Crime Organizado será Elzio Vicente da Silva; a Diretoria de Inteligência Policial (DIP) ficará a cargo de Umberto Ramos Rodrigues. A Diretoria de Gestão de Pessoal terá no comando Delano Bunn, e a Diretoria de Logística, Fabrício Kelmer.

 

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