Aedes Aegypti

Período de chuvas é a época para reprodução dos Mosquitos da Dengue

É só começar o período de chuvas em São Luís que as autoridades sanitárias e a própria população ligam o alerta para combater o Aedes aegypti, causador da dengue e de outras doenças

(Foto: Reprodução)

Em São Luís, num mesmo dia, podemos sentir fortes chuvas com direito a raios e trovões que põem medo em qualquer um, e também sofrer com altas temperaturas, criando um clima desagradavelmente abafado. É a característica de uma cidade tropical, que está a apenas dois graus de distância da linha do Equador, mas que também sofre bastante influência do oceano, por ser uma cidade litorânea.

Essa descrição serviria adequadamente para narrar a história de um grande vilão: o mosquito Aedes aegypti, transmissor do Zika vírus, da dengue e da chikungunya. A água parada, proveniente das fortes chuvas, em recipientes mal rejeitados aliada ao clima quente e úmido, registrado durante o ano quase todo na capital maranhense, contribuem para a proliferação do mosquito vetor. Com as fortes chuvas que caíram na cidade desde a chegada do verão, no dia 21 de dezembro do ano passado, a população e as autoridades sanitárias e epidemiológicas acenderam a antena para aparição de possíveis criadouros do mosquito. A dona de casa Lucinda Castro, de 43 anos, comentou que, quando começaram as chuvas, ela prontamente alterou o ambiente do seu quintal.

Foto: Honório Moreira

“Eu uso muitos vasos de flores e tem sempre alguns baldes que guardo por aqui quando falta água e eu preciso armazenar. Mas, quando começa a chuva, eu coloco todos eles para uma parte coberta e deixo virado de ‘boca’ para baixo. Além disso, recoloco a terra ao redor do jarro, para não ter problema”, explica.Dona Lucinda faz certo ao alterar os hábitos com a chegada das chuvas. Isso porque a Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Sanitária notificou 1.000 (mil) casos de dengue em São Luís, em 2017, e uma pessoa morreu vítima de dengue hemorrágica, que agora é chamada dengue grave.

Números importantes

O levantamento da superintendência também deu conta de 355 casos de febre chikunguya na capital no ano passado, mas nenhum óbito pela doença foi registrado. Quanto ao Zika vírus, foram notificados 229 casos e nenhum óbito em decorrência do vírus.

O número representa uma queda substancial em relação aos registros de 2016, quando os casos de dengue chegaram à casa das 4 mil ocorrências (4.749 casos), com uma morte apontada. De febre chikungunya, foram 3.632 casos e 13 mortes em decorrência da doença. No tocante ao Zika vírus, duas pessoas morreram de um total de 2.817 casos notificados.

Ações de prevenção

Foto: Honório Moreira

A Prefeitura de São Luís já está com seu efetivo de agentes de endemias nas ruas da capital para intensificar o trabalho preventivo de combate ao mosquito Aedes aegypti, visando reduzir ainda mais os casos das doenças transmitidas pelo inseto, principalmente durante o período chuvoso. Para isto, mais de 300 agentes estão fazendo diariamente visitas domiciliares nos sete distritos de saúde da cidade.

As ações preventivas realizadas pelos agentes de endemias consistem no trabalho de tratamento dos depósitos vulneráveis à proliferação do Aedes aegypti, inspeção aos locais suscetíveis à criação do mosquito, colocação de hipoclorito de sódio em depósitos de água, entre outras ações.

Aliado a todas essas ações, é feito também o recolhimento diário de bagulho volumoso em domicílios e de pneus em borracharias, produtos que potencialmente apresentam elevado risco de se tornarem focos de proliferação do mosquito.

Para reduzir a infestação nesses locais, a superintendente informa que a prefeitura instituiu o Selo Legal, uma distinção concedida a borracharias, oficinas mecânicas, sucatões, ferros-velhos, entre outros estabelecimentos suscetíveis à proliferação do Aedes.

A finalidade é estimular a destinação e o acondicionamento adequados desses produtos por esses estabelecimentos, a fim de que não se tornem focos de proliferação do inseto. “Essa é outra ação preventiva que desenvolvemos também com foco na redução da infestação do mosquito”, informou Terezinha Lobo, acrescentando que já foram concedidos 113 Selos Legais desde o início do projeto, em 2016.

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