Globo de Ouro 2018

Celebridades protestam contra assédio sexual em evento

Empoderamento foi a palavra da noite de premiação; Atrizes se vestiram de preto para denunciar o assédio sexual sofrido pelas mulheres em Hollywood e pediram igualdade de gêneros

Foi um protesto simbólico, mas eficiente, contra assédio sexual. Até mesmo os homens demonstraram seu apoio à causa, vestindo cores escuras e carregando discretos adesivos com a inscrição Time’s Up, o nome do movimento criado por atrizes de Hollywood para combater agressão sexual.

Se ainda não entendeu o motivo disso tudo, vamos explicar. A cerimônia do 75º Globo de Ouro foi a primeira grande premiação desde a onda de denúncias de assédio sexual que devastou Hollywood no ano passado.

Entenda o caso

Desde que os primeiros casos de assédio contra o poderoso produtor de Hollywood Harvey Weinstein foram revelados no início do mês de outubro de 2017, outros grandes nomes do entretenimento acabaram vendo seus nomes ligados a casos parecidos.

As graves e numerosas denúncias contra Weinstein estimularam outras mulheres e até mesmo homens, que foram em algum momento de suas carreiras assediados por grandes nomes da indústria ou outros poderosos (caso do ex-presidente George H. W. Bush) abrirem o jogo após muitos anos de medo e silêncio.

Diretores como Lars Von Trier, Oliver Stone, James Toback e Brett Ratner são apenas alguns dos acusados por atrizes e subordinadas a eles nos bastidores. Entre os atores, Kevin Spacey, os irmãos Ben e Casey Affleck, Dustin Hoffman, Steven Seagal e Jeremy Piven.

Executivos, diretores e roteiristas também estão na lista que cresce a cada dia. A maioria deles nega as acusações.

Voltamos à cerimônia!

O apresentador Seth Meyers não perdeu tempo para falar sobre o assunto. Subiu no palco e deu boa noite às senhoras e “aos senhores que sobraram”, referindo-se à enorme quantidade de artistas homens que tiveram a carreira destruída por causa de denúncias de assédio ou abuso.

Não se acanhou em citar alguns dos principais envolvidos nos escândalos — mas sempre em tom de brincadeira, para não pesar muito o clima. Disse, por exemplo, que o nome de Harvey Weinstein seria o primeiro a receber vaias, daqui a algumas décadas, no segmento sobre as personalidades mortas (para ser justo, nesse momento foi possível ouvir alguns gemidos incrédulos na plateia).

Perguntou se Christopher Plummer estava disponível para substituir Kevin Spacey na próxima temporada de “House of cards”. E comparou a trama de “A forma da água”, sobre uma mulher inocente que se apaixona por um monstro, à trama de um filme qualquer de Woody Allen.

O destaque da noite

Ovacionada após um discurso empoderador, Oprah Winfrey foi o grande destaque da noite. A apresentadora deu uma mensagem de esperança para mulheres ao receber o prêmio Cecil B. DeMille pelo conjunto da obra.

Oprah Winfrey foi ovacionada pelo discurso empoderador. Impossível não dizer “Que tiro foi esse, Oprah?”

“Um novo dia está no horizonte. E, quando esse dia chegar, será por causa de muitas mulheres maravilhosas, muitas delas que estão aqui”, afirmou a apresentadora, que lembrou de ser a primeira mulher negra a receber esse prêmio. “Quem sabe nesse dia nenhuma mulher terá que dizer ‘Eu também’ [‘Me too’, em inglês, fazendo referência à campanha na qual vítimas relatam como sofreram violência sexual].

“Por muito tempo as mulheres não foram ouvidas e foram desacreditadas quando ousaram falar a verdade para os homens. Mas esse tempo acabou”, comentou, enquanto ela aplaudida de pé.

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