FEBRE AFTOSA

2,6 milhões de animais serão vacinados no Maranhão

Redução na quantidade do rebanho a ser vacinado contra febre aftosa, gradualmente, garantirá investimento no combate a outras doenças

Após vacinar os animais é necessário comprovar a imunização indo até a unidade do órgão em que a propriedade está cadastrada. (Foto: Reprodução)

O Maranhão, que possui o segundo maior rebanho do Nordeste, ficando atrás apenas da Bahia, deve vacinar, a partir de 1º de novembro, 2,6 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos, na segunda etapa da campanha de combate à febre aftosa. O estado é zona internacional livre da aftosa com vacinação desde 2014 e há 15 anos não registra casos da doença. Com a conquista, o Maranhão ganhou também a condição de comercializar interestadual e internacionalmente a carne produzida no estado.

A mudança na estratégia da campanha de vacinação definida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determina para esta segunda etapa, que sejam vacinados apenas animais com idade entre 0 e 24 meses. “Na campanha contra a aftosa, a vacinação é realizada duas vezes por ano. Na primeira etapa, foi vacinado todo o rebanho. Na segunda etapa, serão vacinados apenas os animais de 0 a 24 meses”, confirma Sebastião Anchieta Filho, presidente da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged).

Segundo o presidente da Aged, todos os criadores conhecem as implicações de não vacinar seu rebanho como a incidência de multas e perdas na comercialização dos animais. “Todos os criadores cumprem o cronograma. Existe uma conscientização muito grande porque eles conhecem os benefícios para o negócio e para o Maranhão. Na abertura de mercado, eles têm oportunidade de comercializar esses animais para outros estados e países valorizando a arroba dos animais”, assegura.

Na primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa ocorrida em maio, um total de 7,6 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos foi imunizado em todo o estado. A ação preventiva foi realizada simultaneamente no Maranhão e em mais 21 estados e o Distrito Federal. Na primeira etapa da campanha, foram imunizados 90% do rebanho do país, o equivalente a 198 milhões de animais. Acre, Espírito Santo, Paraná e São Paulo, na primeira etapa, imunizaram apenas animais até 24 meses.

A mudança na campanha prepara o país para ficar livre da aftosa sem vacinação. Atualmente, somente o estado de Santa Catarina tem esse status sanitário no Brasil. A tendência é que, em 2020, o Maranhão e os demais estados deixem de vacinar os animais contra a aftosa e, em 2023, todo o país seja considerado livre da doença.

Impacto econômico

De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado, Márcio Honaiser, com a redução no número de animais a serem imunizados contra a doença, na segunda etapa, os criadores terão uma economia de quase R$ 9 milhões. “A vacinação apenas do rebanho com idade até 24 meses vai gerar uma economia em torno de R$ 9 milhões para os produtores que não vão precisar adquirir as vacinas. Já somos livres de aftosa com vacinação, e com a diminuição de uma das etapas, nos próximos anos, nosso objetivo é continuar livres da aftosa sem a vacinação”, argumenta Márcio Honaiser.

Assim, a diminuição nos custos com a compra da vacina representa economia para o produtor, garantindo mais rentabilidade para poder aplicar recursos na aquisição de animais e melhorias na sua propriedade. Com a garantia da doença totalmente erradicada, com as barreiras sanitárias mantidas, impedido a entrada de vírus no estado, os benefícios para a economia também incluem redução nos custos públicos com a operação de combate à febre aftosa.

“Enquanto, não temos o status de zona livre sem vacinação, nós temos realmente que atingir um percentual alto de cobertura, e por isso, se mobiliza toda uma operação que vai o mês inteiro visitando propriedade por propriedade, cobrando dos produtores a comprovação de vacinação”, aponta o secretário da Aged.

Segundo Honaiser, a redução no comprometimento de recursos no combate à febre aftosa não gerará apenas economia para o produtor, como também permitirá que o estado invista mais no combate a outras doenças que podem ameaçar o rebanho. “Estamos nos concentrando no combate a outras doenças como brucelose e tuberculose. O grande foco inicial era a aftosa, mas agora são outras doenças que a Sagrima e a própria Aged acompanham mais de perto, já que a questão da aftosa está sendo superada”, completa.

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