Política

“Janot é contra políticos e partidos”, diz advogado de Sarney e Lobão

Ao denunciar integrantes da cúpula do PMDB, o procurador-geral entende que todos os envolvidos faziam parte de uma “organização criminosa”

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A denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra integrantes da cúpula do PMDB na sexta-feira (8) foi recebida pelos envolvidos “com perplexidade”. Foi desta forma que o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, que defende os senadores Edison Lobão e Romero Jucá, além do ex-presidente e ex-senador José Sarney, definiu a situação de seus clientes.

De acordo com o advogado, Janot “é contra políticos e partidos”. Ao denunciar integrantes da cúpula do PMDB, o procurador-geral entende que todos os envolvidos faziam parte de uma “organização criminosa”, argumento que é rechaçado por Antônio Carlos de Almeida Castro.

“Na realidade, nós temos alguns políticos que estão nesta estrutura que sequer participaram de nenhum tipo de indicação, mas, na visão tacanha do procurador-geral, o simples fato de estar participando do partido político, ter participado várias vezes sobre discussão de cargos técnicos – que em qualquer democracia se faz dessa forma – significaria que seria uma organização criminosa”, afirmou o advogado.

Na avaliação de Antônio Carlos de Almeida Castro, não existe nada de ilegal no comportamento dos políticos do PMDB. “Sem poder apontar absolutamente nada de ilegal, de contrapartida. Esperamos que o Supremo não receba essa denúncia, porque a política é uma questão necessária para a democracia”, finalizou.

Denúncia

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra senadores do PMDB  pelo crime de organização criminosa. Foram denunciados os senadores Renan Calheiros (AL), Edison Lobão (MA), Romero Jucá (RR), Valdir Raupp (RO) e Jader Barbalho (PA), além do ex-senador José Sarney.

A íntegra da denúncia ainda não foi divulgada, mas está relacionada com a delação premiada do ex-diretor da Transpetro, Sérgio Machado, empresa subsidiária da Petrobras.

Segundo a PGR, os parlamentares são acusados de ter recebido R$ 864 milhões em propina, por meio de desvios na Petrobras. Os desvios, de acordo com a denúncia, geraram prejuízo de R$ 5,5 bilhões para a estatal e de R$ 113 milhões para a Transpetro.

“As ações ilícitas voltaram-se inicialmente para a arrecadação de recursos da Petrobras por meio de contratos firmados no âmbito da Diretoria de Abastecimento e da Diretoria Internacional, assim como da Transpetro. O aprofundamento das apurações levou à constatação de que, no mínimo entre os anos de 2004 e 2012, as diretorias da sociedade de economia mista estavam divididas entre os partidos políticos responsáveis pela indicação e manutenção dos respectivos diretores”, diz nota do MPF.

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