Economia

Trabalho informal diminui taxa de desemprego, diz IBGE

A onda recente de demissões tem empurrado cada vez mais trabalhadores para a informalidade no Brasil, com isso, a taxa de desemprego caiu de 13,6% para 12,8% nos últimos três meses

O trabalho informal tem sido a saída para a população enfrentar o desemprego. Foto: O Imparcial

Mais de 90 milhões de pessoas desempregadas. Esse é o número identificado em pesquisa, realizada pelo IBGE, entre os meses de abril e julho deste ano. O animador é que de lá até cá, esse número vem sendo reduzido. Cerca de 1,4 milhão já saíram da fila do desemprego.

O curioso, como identificou o IBGE, é que os postos de trabalho foram gerados, em sua maioria, na informalidade. O aumento aconteceu, principalmente, entre os empregados sem carteira assinada (mais 468 mil pessoas) e os trabalhadores por conta própria (mais 351 mil pessoas). Já a população com carteira assinada manteve-se estável (33,3 milhões). Com isso, a taxa de desemprego caiu de 13,6% para 12,8% nos últimos três meses.

Esses dados são da PNAD Contínua, divulgada hoje (31) pelo IBGE. A pesquisa mostrou, também, que a massa de rendimento recebida por toda a população empregada subiu 1,3%, passando de R$ 183,6 bilhões para R$ 186,1 bilhões. Para o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, esse aumento é muito positivo para a economia do país. “Essa massa de rendimento de trabalho maior movimenta a economia, pois você vai ter mais pessoas consumindo e, com isso, o mercado de trabalho pode entrar em um processo virtuoso, diferente do que a gente viu nos meses anteriores”, comenta.

Desemprego permanece maior que em 2016

Ainda de acordo com a PNAD Contínua, na comparação anual, a taxa de desemprego se mantém acima da apresentada no mesmo trimestre de 2016 (11,6%) e o número de empregados com carteira assinada caiu 2,9%, passando de 34,3 milhões para 33,3 milhões de pessoas.

Cimar ressalta que nesse tipo de comparação também é possível observar a tendência à informalidade no mercado de trabalho. Segundo o pesquisador, o aumento de 15,2% no número de pessoas trabalhando com alimentação é um dos indícios.

“Em um ano, o grupamento alojamento e alimentação teve um aumento de 683 mil pessoas. Esse acréscimo foi, mais especificamente, relacionado à alimentação. Esse é um grupamento voltado, principalmente, às pessoas que, para fugir da desocupação, estão fazendo comida em casa e vendendo na rua”, explica.

Trabalho Informal 

A onda recente de demissões tem empurrado cada vez mais trabalhadores para a informalidade no Brasil, deixando-os mais vulneráveis a uma recessão que pode ser a pior em 25 anos.

Dezenas de milhares de trabalhadores que perderam seus empregos com carteira assinada têm vivido de bicos ou trabalhado como autônomos enquanto procuram uma nova oportunidade. Nesse processo, muitas vezes deixam de contribuir para a Previdência Social e ficam com dificuldades para obter crédito.

O trabalho por conta própria, na maioria dos casos com rendimento inferior a 1.300 reais por mês, já representa 19,5 por cento de todas as ocupações nas principais cidades do Brasil – maior nível em oito anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para janeiro.

Definir o que é trabalho informal, por si só, já é um desafio. Para os órgãos oficiais, são trabalhadores sem carteira assinada, ou que atuam por conta própria e não contribuem para a Previdência Social, ou ainda aqueles que trabalham sem remuneração.

Mais mulheres que homens vivem nessa situação, 44% e 37%, respectivamente. A informalidade também é mais comum nos setores de serviços, comércio, construção civil e agricultura, e entre aqueles com menor escolaridade.

 

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