São João 2017

Show com Trio Nordestino encerra arraial da Maria Aragão

A programação encerra com chave de ouro no domingo (02), a partir das 18h, nos circuitos oficiais

Reprodução

Barraca de palha, bandeirinhas coloridas, casais dançando coladinhos  ao som da sanfona, zabumba e triângulo. Esse é o cenário perfeito para os amantes do forró pé de serra, tradicional no Nordeste brasileiro e que tem lugar especial no Barracão do Forró do ‘São João de Todos’, promovido pela Prefeitura de São Luís e Governo do Estado. A programação encerra com chave de ouro no domingo (02), a partir das 18h, nos circuitos oficiais. No Arraial da Maria Aragão, a atração da noite é o show com o Trio Nordestino, além de apresentações dos tambores de crioula Tijupa e de Leonardo, e dos bois do Una, Meu Tamarineiro, Brilho da Ilha e Pindoba. No Barracão do Forró, Chiquinho do Acordeon comanda a festa.

“É difícil ficar parado com o ritmo marcante e as letras que contam a história da nossa gente dos tradicionais artistas do forró pé de serra. É uma relíquia da cultura popular não só daqui do Maranhão, mas da região Nordeste. E a Prefeitura de São Luís e Governo do Estado apoia bandas locais com a realização de apresentações no Barracão do Forró. Vale destacar também o show que o Trio Nordestino vai fazer no encerramento deste domingo no Arraial da Maria Aragão”, pontua o secretário municipal de cultura Marlon Botão.

FORRÓ

A origem do nome forró tem várias versões. A mais aceita é a do folclorista e pesquisador Luiz Câmara Cascudo que afirma que a palavra forró deriva da abreviação de forrobodó, que significa arrasta-pé, confusão, farra, festas animadas populares. Com o tempo, a palavra forrobodó foi abreviada para forró e passou a nomear o estilo musical como um todo.

O forró pé de serra, também conhecido como forró tradicional, é a expressão utilizada para designar as bandas de forró de estilos mais tradicionais (xote, baião e arrasta-pé), que possuem como instrumentos característicos o sanfona, zabumba e triângulo, diferentemente dos estilos mais modernos que usam instrumentos elétricos. Tem origem nordestina e os principais representantes de sua música são Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Sivuca e Dominguinhos.

No tempo de seu Januário (pai de Gonzaga) faziam-se muitas festas na região do Araripe, que é uma região serrana, montanhosa. E os locais onde se faziam tais eventos eram, justamente, no início das subidas dessas serras, eram os chamados ‘pés de serras’. Daí a expressão ‘forró no pé da serra’, que hoje chamam ‘forró pé de serra’. Mas, na verdade, era o gênero forró que era tocado em um pé-de-serra.

No sábado (1º), o Barracão do Forró do Arraial da Praça Maria Aragão curtiu o som de Raimundinho e Forró Pé No Chão e do Trio Mulundus. Raimundo dos Reis Lima, o Raimundinho, vem de uma família de músicos e iniciou sua carreira em 1960, como zabumbeiro. Em 1988, começou a parceria com o grupo Pé no Chão, que já rendeu 5 CDs com regravações de músicas de artistas como Luiz Gonzaga e João do Vale. “Junto com o Pé no Chão eu canto e toco sanfona. Tenho um filho, o Sebastião, que toca zabumba com a gente. Além disso, tenho outros parentes que também estão ligados à música. O forró significa minha vida, hoje vivo dele e faço 15 shows por mês”, conta Raimundinho.

O Trio Mulundus vem da cidade de Vargem Grande-MA e foi a segunda banda a se apresentar no Barracão. O grupo tem quatro anos de existência e foi criado em homenagem ao tradicional festejo/romaria para o santo vaqueiro São Raimundo dos Mulundus na cidade. O grupo surgiu no mesmo período de fundação da Escola de Sanfona do Maranhão, única do estado, sediada e mantida no município com verba da Fundação Nacional de Artes. O vocalista Luís Eduardo, o Luluca, 38 anos, que também é secretário de cultura do município, afirma que o grupo apoia a Escola de Sanfona. O zabumbeiro Carlos Alberto também é professor de lá e alguns alunos já fizeram participações especiais em shows do Trio.

Luluca explica que a história dele está relacionada com o aboio (canto/ladainha) dos vaqueiros e às rodas de sanfona de Vargem Grande, porque sua família é de lá. “O forró tem a ver com a minha identidade cultural e é uma vertente em que o Maranhão se irmana com os outros estados do Nordeste. Nós seguimos a regra de não deixar morrer o forró pé-de-serra de Luiz Gonzaga”, destaca o vocalista.

Edylene Ribeiro, 28, estudante, prefere o forró pé de serra, porque dá para dançar mais coladinho e não precisa ficar rodando como um peão, como é com o forró eletrônico. Ela acrescenta que gostou da estrutura do Arraial da Maria Aragão e que se sente segura em relação ao policiamento.

Carla Meireles, 42 anos, bacharel em Direito, estava dançando no Barracão e frisou que gosta demais de forró, porque o pai dela tinha um clube no município maranhense São Bernardo e que ela cresceu dançando com ele. “A batucada do forró pé-de-serra estimula a gente a dançar, por mais que a gente esteja cansada. Costumo separar dois finais de semana por mês para dançar um forró”, revela.

SÃO JOÃO DE TODOS

O ‘São João de Todos’, realizado em parceria entre a Prefeitura de São Luís e Governo do Maranhão, prossegue até o dia 2 de julho, nos circuitos oficiais da Praça Maria Aragão, Parque Folclórico da Vila Palmeira (Humberto de Maracanã), Ipem (Donato Alves) e Praça Nauro Machado (Mestre Marcelino). A programação começa às 18h com seis atrações por noite em cada arraial, entre grupos de tambor de crioula, bumba meu boi, quadrilhas, danças tradicionais e shows.

PROGRAMAÇÃO

DOMINGO (02)

Arraial da Maria Aragão
18H TAMBOR DE CRIOULA TIJUPA
18H30 TAMBOR DE CRIOULA. DE LEONARDO
19H BOI DO UNA
20H BOI MEU TAMARINEIRO
21H BRILHO DA ILHA
22H SHOW TRIO NORDESTINO
23H BOI DA PINDOBA
BARRACÃO DO FORRÓ
20H CHIQUINHO DO ACORDEON

Arraial da Vila Palmeira
19H BOI DA FÉ EM DEUS
20H BOI DE NINA RODRIGUES
21H BOI DE PENALVA DO BAIRRO DE FÁTIMA
22H SHOW GARGAMEL NA ZABUMBADA
23H BOI SITIO DO APICUM

Arraial do Ipem
19H BOI DE MORROS
20H BOI DE SANTA FÉ
21H CIA DE DANÇA ENCANTAR
22H SHOW ESPECIAL
23H BOI DE NINA RODRIGUES
BARRACÃO DO FORRÓ
20H RAIMUNDINHO E FORRÓ PÉ NO CHÃO

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