Assembleia legislativa

CPI para investigar futebol maranhense avança na Assembleia

A proposta tem mais de 50% das assinaturas necessárias. Mesmo assim, deputados estaduais ainda não estão convictos sobre a importância de investigar a FMF

O deputado estadual Rigo Teles (PV) garante estar bem perto de alcançar a meta de assinaturas

O deputado estadual Rigo Teles (PV) garante estar bem perto de alcançar a meta de assinaturas

Uma semana após utilizar a tribuna da Assembleia Legislativa para defender a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades na Federação Maranhense de Futebol (FMF), o deputado estadual Rigo Teles (PV) começou nessa segunda-feira (3) a percorrer os gabinetes da Casa na esperança de conseguir recolher, pelo menos, 14 assinaturas para dar entrada no requerimento de instalação da CPI. Hoje, o parlamentar garante estar bem perto de alcançar a meta. Mais de 50% das assinaturas necessárias já foram obtidas, garante Teles.

“Já está bem avançado. Estou colhendo as assinaturas, estou explicando a cada parlamentar os objetivos e nós estamos bem avançados no número de assinaturas. Vai chegar às 14 sim. Eu não queria ainda divulgar [o número de assinaturas], mas já temos bastantes assinaturas. Os deputados estão concordando com a investigação na federação porque é uma entidade que recebe recursos públicos. Eu garanto que já passou da metade. Estou tão empolgado porque me surpreendi com a rapidez que [a CPI] está andando. Pensei até que fosse mais lenta”, afirmou o deputado a O Imparcial.

Moralização

A expectativa de Teles é conseguir as assinaturas restantes antes do recesso da Assembleia Legislativa. Para isso, o parlamentar está empenhado em explanar seus motivos aos seus pares. O discurso é simples: “moralizar o futebol maranhense”. O grande ponto de interrogação diz respeito ao que seria exatamente esta moralização: uma disputa puramente política ou uma medida para ajudar na evolução do futebol no estado.
Defensor da criação da CPI, o deputado estadual Léo Cunha (PSC) é um dos parlamentares que já assinou o documento pedindo que a FMF seja investigada na Assembleia Legislativa. Cunha, que já foi presidente do time do Imperatriz por quatro anos, entende que este é o caminho a ser seguido.

“Isso já devia ter acontecido muitos anos atrás. Já fui presidente do Imperatriz por quatro anos. Como presidente, tive muitas dificuldades com a federação. Dificuldades essas que chegou ao ponto do campeonato estar na mão do time de Imperatriz e no outro dia sumir das mãos. Como acontece não sei, só que desaparece tudo. Então precisamos apoiar esse movimento do deputado [Rigo Teles] para que o futebol no Maranhão seja moralizado, que o futebol seja disputado no campo e não extracampo”, disse Léo Cunha.

Receio

Por mais otimista que o parlamentar do PV demonstre ser em relação à CPI da FMF, o assunto ainda é considerado uma incógnita dentro da Assembleia Legislativa. O jornal O Imparcial conversou com alguns deputados estaduais sobre o assunto. Eles foram bem claros e afirmaram desconhecer os motivos reais da CPI. Apesar do discurso de Rigo Teles em não querer “politizar” o debate, os demais parlamentares demonstram certo receio com o tema.

Alguns sinalizam que só irão analisar mais atentamente esta questão após o recesso do mês de julho. Outros, como o deputado Sérgio Frota (PSDB), que já se manifestou na tribuna, entendem que existem temas mais importantes a serem discutidos na Assembleia Legislativa. “Esse item aqui eu não vi razão para subscrever e quero dizer que não tenho problema nenhum em assinar essa CPI. Eu acho que nós, enquanto deputados, temos coisas muito mais importantes para fazer”, disse Frota em seu discurso na semana passada.

Nos corredores, é possível perceber que o assunto causa desconforto entre os deputados estaduais. Por isso, os parlamentares não demonstram muita animação com a CPI da FMF. Pior do que o receio de alguns deputados são os argumentos utilizados. O balanço financeiro da entidade, a paralisação do Campeonato Maranhense de 2017 devido a questões judiciais, as mudanças em datas de jogos de última hora, a exclusão da equipe do Santa Quitéria e até uma denúncia da existência de irregularidade contra um jogador do Sampaio Corrêa servem de embasamento para o pedido da CPI da FMF.

O problema é que tais argumentos não causam um apelo muito grande nos deputados. Entre os parlamentares que ainda não se posicionaram o discurso é que “os fundamentos são muito precários para fazer uma CPI” e que uma “CPI é um instrumento para ser usado em situações extremas”.

A instalação de uma CPI parece não preocupar o presidente da FMF, Antônio Américo. Em entrevista a O Imparcial na semana passada, o dirigente classificou tal iniciativa do deputado Rigo Teles como “desnecessária” e “sem sentido”. “Não tenho nenhum tipo de receio. Acho que a CPI é desnecessária. É só pegar a prestação de contas e ver se tem alguma irregularidade nela. Não precisa abrir uma CPI, ocupar a Assembleia Legislativa. É uma CPI que não tem sentido, porque a Federação não tem contrato nenhum com o governo do estado, nem com a Cemar, nem com a Secretaria [de Estado do Esporte e Lazer]. Quem fez [contrato] foi o Instituto Maranhense de Futebol. A Federação cumpriu apenas sua parte, que é de promover o campeonato como faz todo ano”, afirmou.

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