A Fórmula

Atriz comemora maturidade com crescimento na carreira

Em paz com a maturidade, Drica Moraes se diverte com a viagem no tempo de “A Fórmula”

Drica Moraes fez do tempo um grande aliado. Prestes a completar 48 anos – no próximo dia 29 de julho – a atriz acredita que foi a maturidade que lhe trouxe as personagens mais densas e representativas de sua carreira. Uma delas é a insegura e divertida Angélica, cientista de renome que vive um nada convencional dilema amoroso na série “A Fórmula”. “Eu sempre privilegiei a qualidade dos personagens. Até quando fui mocinha, tive a preocupação de que não seria a heroína sentimental. E quanto mais velha vou ficando, mais coisas interessantes e diferentes aparecem. Estou aberta ao novo e ao que me leva para lugares em que nunca estive”, garante.

Carioca e “cria” do Tablado, famosa escola de Artes Cênicas fundada por Maria Clara Machado, Drica estreou na tevê de forma tímida, com uma pequena participação na série “Teletema”, de 1986. Foi a partir deste trabalho, no entanto, que ela foi chamada pelo falecido diretor Roberto Talma para um teste de elenco de “Top Model”. O sucesso como a empregada Cida acabou levando Drica para personagens mais relevantes em tramas como “Quatro por Quatro” e, sobretudo, “Xica da Silva”, novela exibida pela extinta Manchete em 1996. De volta à Globo, acabou como protagonista de “Era Uma Vez…” e, em seguida, começou uma bem-sucedida série de personagens em novelas de Walcyr Carrasco, como “O Cravo e a Rosa”, “Alma Gêmea” e “Verdades Secretas”. “É uma relação de amizade e confiança artística. As novelas que fiz do Walcyr sempre me deram um retorno enorme em termos de criatividade e contato com o público”, elogia a atriz, que, nos intervalos entre as tramas, se dedicou a tipos mais diferentes em séries como “Os Aspones”, “Queridos Amigos” e a recente “Justiça”.

“A Fórmula” foi um projeto pensado sem atores definidos previamente. Como você se envolveu com a série?
O texto estava rolando há uns dois anos pelos corredores da emissora. E eu estava envolvida com outras produções ao longo desse tempo. Conheço os autores e a direção de outros trabalhos e fiquei muito feliz com esse chamado. E a história me encantou de primeira. Acho que faltam séries que brinquem com o melodrama e “A Fórmula” faz isso de forma muito eficiente. É um dos roteiros mais originais que já vi na tevê.

Por quê?
É um triângulo amoroso muito inusitado, incomum e leve, onde a personagem disputa com ela mesma o grande amor da sua vida. A série reúne ingredientes que muitas produções buscam. O texto é extremamente família e abrangente, pois tem dilemas e situações que envolvem todas as idades. E, ao mesmo tempo, é muito inventivo.

Como foi dividir a personagem com Luisa Arraes?
Foi um processo diferente e muito visceral. A gente criou a personagem de forma muito integrada e uma respeitando e valorizando o processo de atuação da outra. É um esquema muito diferente do que geralmente acontece na televisão, onde atores dividem o mesmo papel em fases diferentes. Cada um faz o seu e pronto. Em “A Fórmula”, tanto nos ensaios como no estúdio, foi tudo feito de forma dupla. Peguei detalhes de movimentação dela e ela também adquiriu coisas minhas.

Como assim?
Não acho que a gente seja tão parecida fisicamente, mas a colaboração foi tanta que chegamos a um ponto em comum. Foi bem louco (risos). Quando vimos, a gente já estava falando, gesticulando e gritando da mesma forma. Até nosso humor ficou parecido. Vejo as cenas e parece que realmente sou eu mais nova e logo me lembro daquelas inseguranças tipicamente juvenis. Dá até um certo medo.

Então fazer essa volta no tempo igual à personagem é algo que você descarta totalmente?
Com certeza! Imagina ter de viver tudo de novo! Eu gosto de envelhecer. A série fala muito sobre essa busca frenética que as pessoas têm pela juventude e eu realmente penso bem diferente neste sentido. É claro que ser jovem é maravilhoso, mas cada idade tem seu charme e sua alegria. Vou fazer 48 anos e não troco tudo o que vivi por uma chance de voltar no tempo. A sabedoria que eu adquiri me ajuda muito. Exibo as marcas do tempo com muito orgulho.

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