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Como evitar o ‘xixi na cama’ das crianças

Conheça as soluções para o escape de urina durante o sono, que sabota a autoestima do pequeno e a tranquilidade da família

É na calada da noite, sem tempo de reagir, que as águas rolam no colchão. Mas o que começa sorrateiro desata uma autêntica maratona depois que o xixi foi derramado: tem que trocar o lençol, secar a cama, mudar o pijama… Essa é a rotina estressante de quem convive com a enurese — estima-se que entre 15 e 20% das crianças de até 12 anos enfrentem o problema, a maioria meninos. O diagnóstico só é feito após os 5 anos, idade em que o sistema nervoso já amadureceu o suficiente para controlar a micção. Quando isso não acontece e os escapes à noite são frequentes, é melhor pedir ajuda ao médico.

Existem dois tipos de perda involuntária de urina durante o sono. A mais comum, a enurese primária, é flagrada quando a criança nunca conseguiu segurar o xixi na cama. “Sua origem é multifatorial e passa por alterações na secreção do hormônio antidiurético à noite, contrações involuntárias na bexiga e até distúrbios do sono”, lista a médica Lucila Bizari do Prado, presidente do Departamento Científico de Medicina do Sono da Sociedade Brasileira de Pediatria.

A genética também influencia. Quase metade dos pequenos que urinam no leito teve um dos pais passando pela mesma situação. “Se pai e mãe apresentaram enurese, o risco de o filho ter sobe para 77%”, conta José Murillo Bastos Netto, coordenador-geral do Departamento de Uropediatria da Sociedade Brasileira de Urologia.

A outra versão do problema, a secundária, ocorre quando a criança já adquiriu controle sobre o xixi, mas passa a sofrer com os episódios na madrugada. Eles podem ser consequência de doenças como diabete ou conflitos emocionais — a dificuldade para lidar com a chegada de um irmãozinho, por exemplo. Independentemente da causa, o fato é que o xixi na cama tem implicações psicológicas. Embora não leve a perrengues como infecções, algo que acontece na incontinência urinária, marcada por escapes inclusive ao longo do dia, a enurese noturna desperta culpa, vergonha, medo de ser ridicularizado e bagunça a autoestima. “Já tive caso em que a criança foi viajar com a escola e passou a noite toda em claro para não ensopar a cama”, ilustra a psicóloga Deisy Emerich.

Em pesquisa, a psicóloga Deisy notou que muitos pais apelam para fraldas e protetores de colchão, por exemplo. “Só que colocar fralda constrange e infantiliza a criança. É um retrocesso em vez de ajudá-la a amadurecer”, esclarece.

COMO MINIMIZAR OS ESCAPES

1. Devagar com os copos: instrua a criança a maneirar no consumo de água, sucos e refris após o jantar.
2. Controle na carga de sal: o excesso do ingrediente na comida faz o corpo reter líquido e dá aquela sede. Não abuse.
3. Pit stop antes de dormir: incentive o pequeno a esvaziar a bexiga momentos antes de se deitar. Faz diferença.
4. Reforço positivo: monte, junto com a criança, um calendário de noites secas e molhadas. O objetivo é premiar as noites livres de xixi.
5. Sem broncas: a criança não tem culpa pelos escapes. Brigas e castigos não ajudam em nada na resolução do problema.

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