Academia Maranhense de Letras

Academia Maranhense de Letras atua no fomento à cultura e literatura

Mais de um século após sua fundação, a Academia Maranhense de Letras é responsável hoje por exaltar e expandir o alcance dos grandes nomes da literatura do Maranhão

Sede da AML, localizada à rua da Paz, 84, Centro. (Foto: reprodução)

Gullar, Gonçalves, Tribuzi, Montello, Aluísio. Arthur, Lisboa, Louzeiro, Nauro. São estes apenas alguns nomes de uma extensa lista que marca até hoje a história da literatura maranhense e que concede ao Maranhão o título de um dos estados de mais forte tradição no mundo da escrita. Para fazer jus ao legado, a Academia Maranhense de Letras, fundada em 1908, cumpre o papel de não só imortalizar os grandes autores, mas de fomentar a literatura para manter efervescente a cultura do estado.

“O papel da Academia é cuidar, mobilizar os intelectuais, promover palestras, reuniões, lançar livros, fazer conferências com pessoas que fazem cultura e literatura no Maranhão”, pontua Benedito Buzar, presidente da AML. O acadêmico explica que apesar de as instabilidades atingirem eventualmente a Academia, os momentos de prestígio sempre retornam. “Superadas as crises, [a Academia] volta ao seu papel”, comenta.

A Academia Maranhense de Letras participou de importantes marcos para o Maranhão, relembra Buzar. Exemplo disso é a participação da AML no processo que desencadeou a criação da Universidade Federal do Maranhão. “Estavam sendo criadas as faculdades isoladas de Serviço Social, Filosofia, Enfermagem. Havia uma exigência de que toda vez que se criasse uma faculdade, teria que ter uma biblioteca”, conta Benedito Buzar. A Academia Maranhense de Letras então cedeu uma biblioteca que era do Lítero Português para que fosse criada a Faculdade de Filosofia – um dos pontapés para a estruturação da UFMA.

Benedito Buzar é presidente da Academia Maranhense de Letras, jornalista, advogado, professor e pesquisador. Foto: Honório Moreira

A JUVENTUDE E A LITERATURA

Quem observa ou compõe a parcela da juventude sabe: com o passar dos anos os smartphones tomam cada vez mais os lugares dos livros. Uma tendência que, por propagar uma suposta superficialidade, torna-se um desafio aos escritores e acadêmicos. Para competir com este cenário, a Academia Maranhense de Letras se coloca ativamente como alternativa, abrindo suas portas para a juventude. Em 2016 foram realizadas ações de visitas às escolas da rede pública estadual. Na ocasião, foram levados livros, palestras e debates à comunidade acadêmica. “Foi realmente uma coisa fantástica, houve interesse e mobilização muito grande”, comenta Buzar.

Este ano o caminho é contrário. Estudantes, professores e jovens escritores estão sendo convidados a adentrarem o salão da Academia Maranhense de Letras para trocar experiências e conhecimento sobre literatura através de três momentos: no primeiro, os alunos contam o que estão lendo, o que gostam e quais são suas perspectivas sobre o mundo da escrita. Em seguida, a fala é dos jovens que produzem literatura e já possuem alguma experiência. Já no terceiro momento, os próprios acadêmicos tomam nas mãos a importante missão de inspirar os jovens e contar suas trajetórias.

“A gente se surpreende muito quando vê alguns jovens com talento impressionante e com uma cabeça feita praticamente voltada pra literatura, já em plena atividade”, explica o presidente da AML, apontando que apesar da concorrência com a internet e com os best sellers, os clássicos ainda possuem em certo grau espaço no dia a dia da juventude. “O que a gente está fazendo é mostrar pra eles que a gente tem um elenco de grandes escritores aqui, com livros publicados, que alcançaram grande repercussão nacional e até fora do país”, finaliza Buzar.

NA ATIVIDADE

São várias as ações da Academia no sentido de conservar a literatura e cultura maranhense, de stands em eventos diversos a grandes projetos. Um exemplo é o projeto de edição e reedição de 24 obras – 12 já publicadas e esgotadas e mais 12 não lançados – através da Lei de Incentivo Fiscal. 17 dos livros já estão editados.

O contato com as coordenações das faculdades de Letras da cidade também é um importante passo para manter a tradição literária maranhense. “Nós assinamos um protocolo com os cursos para que eles também passem a frequentar mais a Academia”, explica Benedito Buzar. A parceria permite o acesso aos espaços da sede da AML. Além disso, é prevista a implantação de um curso de literatura maranhense e história do Maranhão voltado aos professores.

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