Cinema em São Luís

Mostra de cinema aborda direitos humanos em São Luís

Na ocasião, o Cine Praia Grande será palco de 23 sessões de filmes que abordam questões inerentes à humanidade

Cena do filme 'Mulheres Olímpicas', dirigido por Laís Bodanzky

São Luís recebe, de 15 a 20 de maio, no Cine Praia Grande, a 11ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos. A ocasião traz, além da exibição de filmes sobre questões sociais aos mais diversos públicos, o debate sobre a linguagem audiovisual enquanto ferramenta para difundir o conceito de humanidade.

‘A arte em si tem um papel importantíssimo pra tocar, pra chegar à comunidade. Então quando a gente leva as pessoas pra dentro de um cinema, que teoricamente é uma recreação, é um momento de lazer, e fala de temas tão importantes como o direito da mulher, o direito das pessoas negras, com deficiência, pessoas em situação de rua […], tem um impacto muito grande pra quem está ali assistindo’, pontua Nat Maciel, produtora cultural e uma das parceiras locais da mostra, que realizada pelo Ministério de Direitos Humanos com produção nacional do Instituto Cultura em Movimento (Icem).

A mostra, que acontece em todas as capitais brasileiras, promove a exibição de 37 filmes entre curtas e longas-metragens, divididos em três grupos: a mostra Panorama, que exibirá filmes selecionados por uma curadoria a partir da submissão de material por meio de edital; a temática, que trará produções que tratam sobre a questão de gênero; e a mostra homenagem, que este ano saúda a cineasta Laís Bodansky.

Uma novidade este ano é a Mostrinha, voltada ao público infanto-juvenil. Nat Maciel conta que, através de parcerias com escolas, o público infantil sempre foi um dos mais fieis à mostra, embora filmes com linguagem própria para crianças e adolescentes não fossem contemplados pela programação. ‘Agora eles vão sair daqui bem mais entusiasmados, porque é a linguagem deles. São aulas de cidadania, mas com uma linguagem lúdica’, comenta a produtora.

A mostra também será levada a outros municípios maranhenses em exibições externas. Serão quatro sessões: uma em Bom Jardim, duas em Governador Newton Bello, no Assentamento 28 de Agosto, e uma em Codó.

O bom andamento da organização da Mostra se deve em grande parte, segundo Nat Maciel, a parcerias locais. A Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), Secretaria de Estado da Juventude (Sejuv), Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Secretaria de Estado da Mulher (Semu) e o Coletivo Atraque são fundamentais para a viabilização de demandas estruturais e operacionais, de acordo com a produtora. A Plan Internacional também é uma das parceiras da mostra.

CINEMA E DIREITOS HUMANOS

Para Nat Maciel, o cinema que aborda os direitos humanos tem ainda um longo caminho a percorrer para alcançar um espaço de destaque na produção audiovisual nacional e internacional. ‘Não é fácil, até porque muitas vezes [o cinema sobre direitos humanos] é documental, que já é uma vertente do cinema eu as pessoas dão menos valor que a ficção’, pontua.

A mostra em São Luís promove 23 sessões, cada uma com capacidade para 125 espectadores. ‘Embora seja uma programação gratuita, às vezes a gente recebe menos público espontâneo que gostaria’, comenta Nat Maciel.

De acordo com a produtora, tudo indica que duas edições da mostra devem acontecer este ano, já que em 2016 a realização do evento foi inviabilizada por conta da situação política do país.

A mostra tende a transformar o que deveria ser um simples programa familiar em um espaço para repensar a sociedade. ‘É um programa pra família vir junto, pra aproveitar esse momento de descontração que é vir ao cinema para pensar, repensar nas causas, nas suas próprias causas’, finaliza Nat Maciel.

Confira a programação na íntegra.

 

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