Música

Choro do Maranhão homenageia Pixinguinha

Semana regada a choro na capital maranhense homenageia os 120 anos de Pixinguinha e obra deixada pelo músico chorão maranhense Zequinha do Sax, falecido no último dia 11 de abril

Reprodução

Se vivo fosse, o maestro, flautista, saxofonista, compositor e arranjador brasileiro, Alfredo da Rocha Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha, estaria completando 120 anos este mês. Por conta de sua importância para música, desde o ano 2000, o dia 23 de abril, aniversário de Pixinguinha, é também comemorado o Dia Nacional do Choro, um gênero genuinamente brasileiro.

Em sua homenagem, será realizada esta semana uma série de atividades em todo o país em comemoração ao Dia Nacional do Choro. No Maranhão, as atividades serão realizadas hoje (20), às 19h, no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, pelo Clube do Choro do Maranhão e pela Escola de Música do Maranhão, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Cultura.

Este ano, as comemorações ganham o brilho do aniversário dos 120 anos de Pixinguinha. Em São Luís, a homenagem será para o saxofonista José Raimundo Silva Gomes, o “Zequinha do Sax” (1940-2017), nascido em Rosário, e que dedicou boa parte de sua vida à música instrumental. O músico, faleceu em São Luís, no último dia 11 de abril. Filho da doméstica e costureira Isabel Pereira da Silva Gomes e de Nionílio Alódio Gomes, barbeiro e músico mais conhecido pela alcunha de Capitão Nuna Gomes, ele e os irmãos Gomes herdaram do pai o gosto e talento pela música.

Zequinha do Sax foi funcionário público federal, trabalhou nos Correios como carteiro por 17 anos. Foi redistribuído para a Escola Técnica, na época era Escola Técnica Federal do Mara-nhão, em 1978, e lá se aposentou, trabalhando uma parte como músico, ensinando na banda de música, e outros anos como supervisor. Zequinha do Sax gravou em muitos discos instru-mentais, e participou de vários grupos musicais, inclusive ao lado dos irmãos Bastico Gomes e Biné do Cava, em São Luís, onde morou até a sua morte.

Para o presidente do Clube do Choro do Maranhão, Paulo Trabulsi, o movimento do choro em São Luís está vivendo um momento de fortalecimento. “O trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Choro da Escola de Música começa a apresentar resultados. Somos um povo com uma veia musical forte e o choro é a raiz de todas as músicas. Investir na formação da futura geração é garantir a preservação das nossas raízes musicais. Some-se a isso o trabalho que já vem sendo realizado pelos grupos musicais de vanguarda. A cidade só tem a ganhar e nosso objetivo é ter um espaço público para reunir todos”, afirmou.

O professor da Escola de Música, Raimundo Luiz, idealizador e um dos coordenadores do evento, acredita que mais que um encontro musical, as comemorações do Dia Nacional do Choro são uma oportunidade para demonstrar o quanto esse gênero faz parte da história da cidade. “Atualmente, os grupos se apresentam regularmente em espaços da cidade e agora, com o encontro de chorões nas reuniões do Clube do Choro, cria-se um sentimento de uni-dade, que, tenho certeza, vai gerar excelentes frutos para nossa cidade”, destacou.

O diretor da Escola de Música, Manoel Mota, concorda com Trabulsi. Segundo ele, o Núcleo de Choro tem realizado um trabalho fomentador de novos talentos, prova esta que o Núcleo de Choro tem feito várias apresentações na cidade. “Os projetos do Clube do Choro e do Nucleo do Choro têm nosso apoio e acreditamos que em nossa cidade haverá incentivadores para as iniciativas”, sugeriu.

Sobre Pixinguinha

Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira, contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva. Aprendeu música em casa, fazendo parte de uma família com vários ir-mãos músicos, entre eles o China (Otávio Vianna). Pixinguinha integrou o famoso grupo Ca-xangá, com Donga e João Pernambuco. A partir deste grupo, foi formado o conjunto Oito Batutas, muito ativo a partir de 1919. Quando compôs Carinhoso, entre 1916 e 1917, e Lamen-tos, em 1928, que são considerados alguns dos choros mais famosos, Pixinguinha foi criticado e essas composições foram consideradas como tendo uma inaceitável influência do jazz, en-quanto hoje em dia podem ser vistas como avançadas demais para a época. Além disso, Cari-nhoso na época não foi considerado choro, e, sim, uma polca. Outras composições, entre centenas, são Rosa, Vou vivendo, Lamentos, 1 a 0, Naquele tempo e Sofres porque queres. Pixinguinha passou os últimos anos de sua vida em Ramos, bairro que adorava, e morreu na Igreja de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, quando seria padrinho em uma cerimônia de batismo. Foi enterrado em 17 de fevereiro de 1973, no Cemitério de Inhaúma.

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