CARNAVAL 2017

Acidente com carro alegórico da Paraíso do Tuiuti deixa 20 feridos no Rio

O veículo da Paraíso do Tuiuti derrapou na pista molhada e prensou várias pessoas junto à grade de proteção que separa as escolas de samba do público. Ao menos três vítimas estão em estado grave

Reprodução

O acidente com um carro alegórico desgovernado deixou 20 pessoas feridas na noite de domingo (27/2) no Rio de Janeiro. Não há registro de óbitos. O grave acidente marcou o desfile da escola Paraíso do Tuiuti, a primeira escola a entrar na Marquês de Sapucaí no Grupo Especial do carnaval 2017. Ainda na madrugada desta segunda-feira (27/2), uma perícia foi feita no carro e não foi encontrado nenhum problema mecânico. Haverá nova avaliação dos peritos hoje.
Oito feridos foram levados a hospitais da região e outros 12 foram atendidos no sambódromo. Uma das vítimas corre o risco de ter uma das pernas amputada. Os casos com maior gravidade são de três mulheres que foram encaminhadas para o hospital municipal Souza Aguiar, no centro, o mais próximo da Marquês de Sapucaí, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Maria de Lourdes Moura, 58 anos teve fratura exposta nas duas pernas, traumatismo craniano e de face e está em estado grave. A fotógrafa Lúcia Melo teve traumatismo craniano leve e fratura exposta na perna esquerda. Já Elizabeth Jofre quebrou o fêmur.

Outras cinco vítimas, com menor gravidade, foram levadas para o hospital Miguel Couto, no Leblon. As que receberam atendimento nos postos localizados no Sambódromo passam bem. Elas foram medicadas, fizeram curativos e foram liberadas. Segundo a secretaria, algumas vítimas buscaram atendimento em função do estresse provocado pelo acidente.

Pista molhada

Testemunhas relataram que o carro, último da agremiação a entrar na Marquês de Sapucaí, derrapou no setor 1, na área de concentração, pouco antes de entrar na avenida. Ao menos oito vítimas foram prensadas junto à grade de proteção que separa as escolas de samba do público. O diretor de carnaval da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Elmo José, tentou explicar a dinâmica do acidente. Ele relatou que, com a chuva que caia no momento do acidente, a parte da frente do carro começou a tender para o lado esquerdo e não conseguiu fazer a curva para entrar na passarela. Ele desgovernou um pouco, segundo o diretor, e começou a encostar nas pessoas. Em nota, a Liesa lamentou o acidente. “A Liga se solidariza com as vítimas e seus familiares e informa que todas foram prontamente socorridas”, diz a nota.

O carro seguiu por todo o desfile e ficou recolhido no próprio local para a nova perícia. O motorista ainda não havia sido identificado até esta manhã. A investigação será feita pela 6ª DP (Cidade Nova).

Grades serradas

“Houve um esmagamento junto à grade, que poderia ter provocado um dano até maior. A gente evitou que a grade entrasse na barriga da pessoa. Todas saíram daqui conscientes”, explicou o coronel do Corpo de Bombeiros, André Luiz Teixeira Morgado, após o resgate dos feridos. “Foi horrível. Uma das senhoras presas na grade estava desacordada, perdeu muito sangue. As pessoas ficaram desesperadas, sem saber o que fazer”, contou Mônica Ferreira, que assistia ao desfile no setor 1.

Os bombeiros tiveram que serrar a grade para conseguir retirar uma das mulheres feridas do local e levá-la até uma ambulância em direção ao hospital. Foram momentos de tensão. Na arquibancada, a população, que até então cantava o samba da escola permaneceu em silêncio, à espera do término do resgate. Quando os bombeiros tiveram êxito, uma explosão de palmas foi ouvida na dispersão da Sapucaí.

A fotógrafa Cacau Fernandes, 48 anos, que também ficou ferida, teve uma distensão do ligamento do ombro e terá que ficar 10 dias com o braço imobilizado. Em entrevista ao Estado, ela conta que conversou com a fotógrafa Lúcia Melo. “Conversei com ela no hospital. Os médicos dizem que ela corre o risco de perder a perna esquerda”, disse.

“Acidente inédito”

A Paraíso do Tuiuti foi a primeira escola a desfilar pelo Grupo Especial do Rio de Janeiro na noite de domingo em seu retorno à elite do samba carioca após 16 anos. O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, disse logo após o ocorrido que o acidente é provavelmente inédito na Sapucaí. “Pelo que eu saiba é a primeira vez que acontece um acidente dessa gravidade”, disse.

Testemunhas contaram que o carro, que era o último da escola e tinha uma parte acoplada, o que dificulta o manejo, entrou na avenida de forma apressada. Isso porque a escola estava atrasada – este ano, a apresentação foi encurtada de 82 para 75 minutos.

 

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