REBELIÃO

Relembre algumas das piores rebeliões em presídios do Brasil

Complexo penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, é exemplo de unidade prisional em que revoltas terminaram com dezenas de mortos no país

Reprodução

Com um sistema carcerário superlotado, entranhado pela corrupção e dominado pela disputa de poder entre facções criminosas — e poucas medidas que tentem, de fato, resolver o problema —, o Brasil tem um histórico de rebeliões em presídios que, frequentemente, resultam em cenas de barbáries e dezenas de mortos.

Relembre alguns dos piores motins em cadeias do país:

Pedrinhas, Maranhão, 2013

Entre novembro e dezembro de 2013, uma ação com o objetivo de exterminar membros de uma facção rival foi conduzida por detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, a 22km da capital, São Luís. Vinte e duas pessoas foram mortas. O episódio chocou o país porque os autores da chacina filmaram a matança, exibindo corpos sem cabeça enquanto se vangloriavam. O caso levou a uma investigação sobre abusos no presídio e até casos de canibalismo (alguns detentos, depois de mortos, tiveram o fígado comido pelos inimigos) foram relatados. Apurou-se também que, ao longo daquele ano, cerca de 60 presos tinham sido mortos na unidade, que, construída para abrigar 1,7 mil pessoas, contava com 2,5 mil internos na época.

Urso Branco, Rondônia, 2002

Em 1º de janeiro de 2002, 27 presos foram assassinados em uma chacina ocorrida na Casa de Detenção José Mário Alves, chamada de Urso Branco, localizada em Porto Velho e maior unidade prisional de Rondônia. O caso teve repercussão internacional não só pela quantidade de mortes, mas também pela brutalidade das execuções, que envolveram a decapitação de várias das vítimas. Devido ao episódio, o Brasil foi denunciado à Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).

São Paulo, vários presídios, 2001

Em 18 de fevereiro de 2001, o Brasil foi surpreendido por uma ação inédita: uma megarrebelião simultânea em 25 presídios do estado de São Paulo, além de quatro outras unidades prisionais. Foi quando o número 1333, que representa o PCC, se tornou conhecido nacionalmente. A rebelião foi ordenada pelos líderes da facção criminosa em resposta a uma decisão das forças de segurança de transferirem os líderes do PCC para presídios mais seguros e acabou com o saldo de 16 mortos e dezenas de feridos.

São Paulo, Carandiru, 1992

Em 2 de outubro de 1992, uma rebelião teve início no Pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru. A intervenção da Polícia Militar, liderada pelo coronel Ubiratan Guimarães, resultou na maior chacina da história dos presídios brasileiros, com 111 presos mortos. Na ocasião, o governador à época, Luiz Antônio Fleury Filho, afastou o secretário de Segurança Pública, Pedro Franco de Campos, e o substitui por Michel Temer. Entre 2013 e 2014, 74 policiais militares envolvidos no massacre foram condenados por cinco júris a penas que somavam mais de 20 mil anos, porém, a decisão acabou anulada por decisão do desembargador Ivan Ricardo Garisio Sartori, em 2016.

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