Acha que não está correndo risco?

De taquicardia até a morte, conheça os perigos da automedicação

Médicos e farmacêuticos alertam que o hábito da automedicação pode esconder sintomas de doenças mais sérias

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É comum: seja para dor de cabeça, dor muscular, cólica ou prisão de ventre, muita gente aposta na automedicação para fazer aquele incômodo passar mais rápido, mas esquece que esse hábito pode ser perigoso quando usado de forma indiscriminada e contínua.

O último levantamento da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), mostra que, todo ano, cerca de 20 mil pessoas morrem vítimas da automedicação no país.

Segundo Fernando Barcelar, Conselheiro Federal de Farmácia, a automedicação não deve acontecer em hipótese alguma. Para isso, o conselho é de sempre procurar um farmacêutico para o primeiro contato.

“Se você chega com uma dor de cabeça em uma farmácia e procurar um farmacêutico, ele pode avaliar aquele sintoma e indicar as causas para aquele problema, pode aferir a pressão, criar um prontuário daquele paciente e o encaminhar para o médico adequado”, explicou o conselheiro, ressaltando que toda farmácia precisa, obrigatoriamente, ter um farmacêutico.

Fernando Barcelar, Conselheiro Federal de Farmácia

Apesar dos alertas, muita gente não leva a sério os riscos que a automedicação pode trazer, e isso pode resultar em uma dor de cabeça bem maior do que a que fez a pessoa se automedicar.

“Toda medicação em princípio pode ser nociva, tóxica. E os efeitos colaterais comuns vão desde as reações alérgicas das leves até severas, como choque anafilático, além de induzir respostas anormais no organismo como a taquicardia, o aumento ou diminuição da pressão arterial, gastrite, e outros. E algumas reações podem ser fatais, levando até a morte”, explica o doutor Carlos Frias Júnior, médico do Trabalho do Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM).

Quando procurar um médico ou um farmacêutico?

Segundo Organização Mundial da Saúde (OMS), a automedicação é aceitável até certo nível, mas é preciso ter cuidado para o paciente não querer bancar o papel de médico. “Uma dor de cabeça, por exemplo, pode ser tratada por medidas não medicamentosas e analgésicas. Outro exemplo é o caso de cólicas menstruais, que a pessoa sempre teve e já sabe qual a medicação foi usada anteriormente. Em geral, nesses casos, são medicamentos isentos de prescrição”, explica Wilka Castro, médica de família e comunidade e professora no curso de Medicina na Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Outro risco da automedicação é que ela pode mascarar o diagnóstico de doenças mais sérias. Um médico deverá ser consultado sempre que houver suspeitas de que “aquela dor de cabeça” tem causas mais profundas.

“A principal orientação é procurar um profissional de referencia, aquele que já conhece seu histórico de saúde. No SUS, os serviços de atenção primária (unidade básica de saúde) tem essa função de ser a porta de entrada. No caso da rede de saúde privada, sugerimos também médicos generalistas de referência, como clínicos, médicos de família e comunidade, geriatras e pediatras”, explica.

No final das contas, segundo Fernando Barcelar, a recomendação é uma: nada de tomar remédios sem orientação. “O farmacêutico é o profissional mais acessível. Ele pode olhar aqueles sintomas e encaminhar para o médico adequado. Além disso, pode prescrever um medicamento de acordo com o guia farmacêutico e pode, ainda, fazer um acompanhamento daquele paciente que muitas vezes, acha toma o remédio da maneira adequada, mas não toma”, explica.

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