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Estatal, Porto do Itaqui fecha 2018 com selos de excelência

O recente acordo firmado com o Canal do Panamá facilitará o acesso à Ásia e possibilitará a abertura de novos mercados na costa oeste da América

(Foto: Divulgação/Secap)

O Porto do Itaqui fecha 2018 com um modelo de administração pública portuária que se tornou referência no país. A Empresa Maranhense de Administração Portuária chega a 2019 com selo de excelência em gestão da qualidade e do meio ambiente (ISO 9001:2015 e ISO 14001:2015) e mais de R$ 200 milhões investidos em obras e melhorias de sua infraestrutura.

A gestão anterior previa lucro de R$ 300 mil para 2015, mas administração atual do porto público maranhense modificou o planejamento e os resultados apareceram já  naquele mesmo ano: foram registrados R$ 68 milhões de lucratividade (superior à soma dos lucros dos quatro anos anteriores, de 2011 a 2014, que somou R$ 55,9 milhões) tendo a margem Ebtida, indicador de geração de caixa, pulado de 0,1% em 2014 para 48,7% em 2015, mantendo-se na casa dos 42% em 2018.

Foi instaurado um conjunto de ações focadas em melhoria de processos de modo a assegurar uma empresa economicamente viável, social e ambientalmente responsável. De acordo com a EMAP, isso foi feito revendo práticas e contratos, o que resultou, entre outros impactos positivos, na redução de R$ 32 milhões em despesas só no primeiro ano. O bônus pago ilegalmente a gestores até 2014 foi suspenso e a participação nos resultados paga aos funcionários (prevista em lei e antes paga mesmo com prejuízo) foi condicionada ao alcance de meta financeira.

Para transformar uma empresa cuja administração era marcada pelo desperdício e mau uso de recursos públicos numa empresa pública referência em gestão portuária no Brasil, foi implantado um moderno sistema de planejamento estratégico (com uso de ferramentas como Balanced Scorecard, Kaizen), Ouvidoria e Compliance. Também houve um processo de abertura do porto para a comunidade, que contabiliza mais de 20 mil visitantes nesses quatro anos; a primeira etapa do concurso público foi concluída e o programa de inclusão dos vendedores ambulantes no Terminal do Cujupe levou dois prêmios nacionais.

Outro impacto desse choque de gestão visto logo no primeiro ano foi o recorde na movimentação de cargas. Em 2015, o Porto do Itaqui fechou o ano com a marca histórica de movimentação de 21,8 milhões de toneladas em cargas, 21% acima do ano anterior. Quatro anos após o início das ações de planejamento e controle de qualidade feitas pela EMAP, os resultados são animadores, o primeiro semestre deste ano teve um aumento de 4% na movimentação de cargas; e, em outubro, o Itaqui alcançou o recorde histórico de movimentação mensal de cargas: 2,4 milhões, aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado.

Operações mais seguras

A mudança se vê na linha do horizonte: a cena na orla hoje é outra. O tempo de espera de navios caiu de 85 horas em média para menos da metade, como resultado das melhorias em produtividade, nos investimentos em tecnologia e na construção de uma relação cada vez mais profissionalizada entre trabalhadores portuários, órgão gestor de mão de obra e operadores.

Com a implantação do novo Centro de Controle Operacional integrado à infraestrutura de tecnologia da informação, o Porto do Itaqui saiu do quadro branco preenchido com pincel atômico para um sistema de monitoramento que permite acompanhar, por meio de rádio e imagens, as operações em tempo real, e conta com painel digital (videowall), câmeras, portarias e balanças automatizadas, rádios digitais em estações fixas e móveis, ampliando a área de cobertura, além de acesso por biometria. O software de gestão portuária custou o correspondente a 1/5 do que era usado anteriormente.

O segundo maior porto em movimentação de combustíveis do país não contava com recursos de combate a incêndio, o que foi corrigido já em janeiro de 2015, com a instalação de uma Unidade do Corpo de Bombeiros, preparada para atender o Itaqui e toda a comunidade portuária. Também foi criada a Brigada de Incêndio do Porto do Itaqui, formada por funcionários treinados para atuar na prevenção e atendimento básico a emergências.

Com investimento próprio de R$ 18 milhões foi instalado um novo, completo e moderno sistema que cobre toda a linha de cais, é acionado por controle remoto e utiliza água do mar. Também foi restabelecido o Plano de Ajuda Mútua do complexo portuário, e atualizado o Plano de Controle de Emergência, além da realização de simulados periódicos em parceria com toda a comunidade portuária.

Infraestrutura e desenvolvimento

O plano de investimentos do Porto do Itaqui resgatou o papel do porto público para o desenvolvimento do Maranhão com foco em garantir a infraestrutura necessária para contribuir com a expansão dos negócios. A obra do Berço 108, paralisada por pendências com o Governo Federal, foi retomada e o píer foi entregue em março deste ano.

Pátios e vias foram pavimentados e um novo pátio para cargas gerais e contêineres foi construído e equipado com tomadas – para possibilitar as operações de contêineres refrigerados, em um investimento de R$ 9 milhões. A área primária do porto recebeu um novo sistema de iluminação, com novas torres e lâmpadas LED, que reduziram em 50% o consumo de energia elétrica.

Os terminais de ferryboat, historicamente relegados a segundo plano, passaram a prioridade da gestão em respeito às quase 2 milhões de pessoas que atravessam a Baía de São Marcos todos os anos. O novo Terminal do Cujupe, com infraestrutura multimodal (para transporte rodoviário e marítimo), recebeu R$ 14 milhões em investimentos e está em fase de conclusão.

Na Ponta da Espera foi construída uma área de vivência, nova unidade da Polícia Militar e foi instalada uma unidade do Juizado de Menores, que até então não existia.

O Cais de São José de Ribamar foi recuperado e urbanizado (R$ 2,5 milhões) e o Porto Grande, que estava sendo utilizado de maneira irregular por empresa privada, foi reintegrado ao poder público. Todas estas conquistas têm o reconhecimento dos órgãos anuentes (Antaq, Receita Federal, Anvisa e Polícia Federal) e a confiança dos investidores privados. São mais de R$ 700 milhões em quatro projetos anunciados para a poligonal do porto: Suzano, Ultracargo, Tegram e COPI, além de cinco novos investimentos em tramitação na retroárea do Itaqui.

O recente acordo firmado com o Canal do Panamá facilitará o acesso à Ásia e possibilitará a abertura de novos mercados na costa oeste da América. E os avanços continuam: a segunda fase do Tegram, prevista para operar em 2020, deve dobrar a movimentação de grãos em dois anos. Está previsto para o segundo semestre de 2019 a licitação para o arrendamento de novos terminais de combustíveis no Itaqui, no âmbito do PPI (Programa de Parcerias em Investimentos) do Governo Federal. O investimento privado está estimado em R$ 450 milhões, o que vai dobrar a capacidade de armazenamento até 2021.

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