2015

Brasil perdeu US$ 5,6 bilhões das reservas em moedas estrangeiras

Foi o terceiro ano seguido de queda. desde o pico de US$ 378,6 bilhões, de 2012

Apontadas pelo governo como um seguro anticrise, as reservas em moedas internacionais estão encolhendo. Passaram de US$ 374 bilhões, no fim de 2014, para US$ 368,4 bilhões, em 30 de dezembro de 2015 — uma redução de US$ 5,6 bilhões, refletindo, em parte, a perda do grau de investimento do país. Foi o terceiro ano seguido de queda. desde o pico de US$ 378,6 bilhões, de 2012. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defende sempre que pode o nível elevado das reservas porque elas “são um seguro para economia e têm funcionado bem”. No entanto, especialistas ouvidos pelo Correio apontam que não há necessidade de o país ter um volume tão grande, dado o alto custo de manutenção desses recursos.
Pelas contas do consultor Roberto Luis Troster, o governo gasta de R$ 190 bilhões a R$ 200 bilhões por ano para manter essa proteção contra imprevistos nas contas externas. Essa despesa ocorre porque, para obter recursos para comprar os dólares, o governo brasileiro emite títulos públicos que pagam juros de 14% a 15% ao ano e aplica o dinheiro em papéis estrangeiros, na maior parte títulos do Tesouro dos Estados Unidos, recebendo remuneração média de 1%. “Nessa troca, há um custo de carregamento médio de 13,5%,”, estima o consultor, que foi economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Para Troster, manter metade do volume atual de reservas “seria mais do que razoável”, porque não há risco de aumento no deficit das transações do país com o exterior. Além disso, o endividamento externo do país é considerado baixo — de 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB), em novembro, conforme dados do Banco Central (BC). Na avaliação do BC, a queda do nível das reservas nos últimos três anos foi marginal. “As alterações diárias no volume são decorrentes basicamente das variações de preço dos ativos. Ressalta-se que as reservas internacionais também funcionam para o mercado internacional como um indicador econômico de solidez do país”, informou a autarquia.
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