TRAGÉDIA

Mais da metade dos corpos é resgatada na Colômbia

São cerca de 150 pessoas envolvidas nas buscas. A maior tragédia da história do esporte brasileiro deixa mais de 70 mortos

Dezenas de socorristas seguiam com o resgate dos corpos das vítimas da maior tragédia aérea da história do esporte na tarde desta terça-feira, dia 29. De acordo com a Polícia de Antioquia, o Estado onde fica o Aeroporto Internacional José María Córdov, em Rionegro, nas proximidades de Medellín, são cerca de 150 pessoas envolvidas nas buscas, que começaram já pela madrugada. 
Segundo a Cruz Vermelha da Colômbia, 60 corpos foram resgatados do acidente com o avião que seguia para Medellín. Um representante da Cruz Vermelha disse à rádio Blu Colombia que 60 dos 73 corpos que estavam no local do acidente foram recuperados e levados para Olaya Herrera.
Num primeiro momento, cinco pessoas haviam sido resgatas com vida. O primeiro deles foi o lateral Alan Ruschel, 27, que estava em estado de choque quando foi localizado pelos bombeiros. Também foram levados aos hospitais da região o goleiro reserva Jackson Follmann, 24, uma comissária de bordo, identificada como Ximena Suárez, o jornalista brasileiro Rafael Henzel Valmorbida e o técnico da aeronave, Erwin Tumiri.
Ainda durante a manhã, a notícia de que o zagueiro Hélio Hermito Zampier Neto havia sido encontrado com vida na fuzelagem do avião comoveu o país. A Aeronáutica Civil colombiana chegou a divulgar uma lista com os seis sobreviventes, mas, em seguida, uma notícia triste: o goleiro Marcos Danilo Padilha, 31, não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
O acidente
A aeronave, da companhia venezuelana Lamia, de matrícula CP-2933, levava 81 pessoas a bordo: 72 passageiros e nove tripulantes, de acordo com a Aeronáutica Civil colombiana. O avião seguia com a delegação para Medellín, onde o time disputaria, nesta quarta-feira, dia 30, a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional da Colômbia. A queda ocorreu nas proximidades de Medellín, pouco antes de chegar ao destino. Uma das possibilidades é o avião ter sofrido pane elétrica.
Chovia muito na região no momento da queda. Uma das possibilidades é o avião ter sofrido pane elétrica, mas há a possibilidade de a aeronave ter sofrido pane seca também, que ocorre quando a aeronave fica sem combustível. O avião teria perdido o contato com a torre de controle às 22h15 (1h15 no horário de Brasília). O pedido de socorro foi emitido entre as cidades de Ceja e Lá Unión. A aeronave fez uma parada em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, depois de decolar do Brasil. Na emergência do voo, o piloto teria aberto os tanques de combustível para evitar a explosão da aeronave na queda. A região do acidente é montanhosa. O avião teria caído a 25 quilômetros da cabeceira da pista do aeroporto de destino e não explodiu, de acordo com informações de paramédicos. As causas do acidente estão sendo investigadas.
O time brasileiro, rival do Palmeiras no fim de semana na partida que deu ao time paulista a conquista do título nacional, faria o primeiro confronto da decisão da Copa Sul-Americana com o Atlético Nacional, quarta-feira. A Confederação Sul-Americana já cancelou a partida e se colocou à disposição dos envolvidos.
Apoio colombiano
A Aeronáutica Civil da Colômbia informou em comunicado que a Força Aérea colombiana dispôs de um helicóptero, além de prestar apoio com bombeiros, ambulâncias e toda rede hospitalar disponível no local. Pelo Twitter, o prefeito Federico Gutiérrez Zuluaga lamentou o ocorrido, afirmando que após o acidente todos os protocolos de emergência foram ativados e equipes de resgate foram enviadas ao local. “É uma verdadeira tragédia o que ocorreu esta noite. Lamentamos esta grande perda de vidas humanas e expressamos toda a nossa solidariedade com os familiares, amigos e fãs da equipe Chapecoense. Estamos dispondo de toda a colaboração necessária, técnica e humana, para atender a este acidente”.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, publicou no perfil dele no Twitter um laço banco, sobre um fundo escuro e o escudo da Chapecoense, além de uma mensagem alusiva ao acidente. “Uma tragédia que nos enluta. Lamentamos pelo acidente de avião que transportava a Chapecoense. Solidariedade com a família das vítimas e com o Brasil”, escreveu o líder, também Nobel da Paz, por volta das 10h desta terça-feira (hora de Brasília).
Em nota oficial, a Conmebol suspendeu todas as atividades envolvendo a Confederação, inclusive a partida que estava marcada para quarta-feira às 21h45 (de Brasília) em Medellín.
Tragédia no jornalismo
Com 76 mortos, o acidente com o avião que levava a delegação da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana é, ao mesmo tempo, a maior tragédia do esporte e do jornalismo brasileiro. A aeronave, que caiu em Cerro Gordo, entre as cidades de La Union e La Ceja Del Tambo (a 40 km de Medellín), levava atletas, integrantes da comissão técnica, convidados do time e 21 jornalistas brasileiros que cobririam a partida contra o Atlético Nacional (COL). Dos profissionais de imprensa, apenas um sobreviveu.
Seis profissionais do canal FOX Sports, três da TV Globo, quatro da RBS, um do Globoesporte.com e sete jornalistas de rádios de Chapecó estavam no avião. Entre os nomes mais conhecidos estavam o repórter Victorino Chermont, o narrador Deva Pascovicci e os comentaristas Paulo Julio Clement e Mário Sérgio (ex-jogador), todos do canal FOX Sports.
Mudança de planos
O voo fretado da empresa Línea Aérea Mérida Internacional de Aviación (LaMia), que causou a tragédia aérea na Colômbia nesta segunda-feira, 28, partiria do aeroporto de Guarulhos para Medellín, mas foi vetado pela Agência nacional de Aviação Civil (ANAC), devido à lei nacional. O planejamento da delegação precisou então ser alterado. No acidente, 75 das 81 pessoas que seguiam no voo morreram, incluindo os jogadores do clube brasileiro. Após a decisão da ANAC, a Chapecoense seguiu em um voo regular da companhia boliviana BoA até Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. De lá, pegou o avião fretado da LaMia que sairia originalmente do aeroporto de Cumbica.
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