LITERATURA

Uma declaração de amor de um filho para mãe

Em homenagem póstuma em forma de livro para sua mãe, o escritor Marcelo Saldanha transcreve suas mensagens de amor da redes sociais em forma de livro.

Foto: Reprodução

“Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá”, diz Êxodo. E foi honrando a sua mãe, que o professor e turismólogo, Marcelo Saldanha fez a sua mãe, Petronília, ao transformar as mensagens postadas nas redes sociais direcionadas a ela no livro: “Pituca, a minha forte luz amarela: das mídias sociais para o livro”. O lançamento da publicação, faz homenagem uma póstuma à Pituca, como era chamada carinhosamente, Petronília Aquino Aragão, pelos familiares e amigos que a conheceram.

Em entrevista a O Imparcial, Marcelo Saldanha revelou que escrever sobre a sua mãe, postando mensagens nas redes sociais lembrando fatos e situações vivida por ela e com ela, foi a maneira de manter viva a memória dela. “Não foi nada proposital ou de caso pensado. Comecei a escrever as mensagens no meu perfil virtual e sempre um amigo ou uma pessoa próxima comentava. E aquilo me chamou a atenção para que eu continuasse a escrever. E durante o início da pandemia em 2020, resolvi fazer um apanhado de tudo que eu já havia sido escrito para ela e que os amigos também fizeram nos comentários ou lembrando alguma história. E o livro acabou surgindo de forma natural”, explicou Marcelo Saldanha.

O escritor fez questão de ressaltar as qualidades de Pituca que era conhecida por todos por sua generosidade, pela fé e pela maneira simples de conduzir a vida. “Minha mãe era uma mulher muito especial e escrever este livro foi uma maneira que encontrei de estar mais próximo dela”, disse Marcelo Saldanha, afirmando que as pessoas que a conheceram também vão se sentir homenageadas ao verem suas mensagens publicadas no livro que além de texto é composto por diversas fotos de momentos memoráveis.

Em sua primeira mensagem que deu origem ao livro, postada em no dia 20 de fevereiro de 2016, Marcelo Saldanha lembra com saudade a partida de Pituca dando o tom do livro. “Nestes doze meses que sucederam o nosso adeus físico , a tristeza não conseguiu apagar estes nossos sorrisos, Pituca. Tão pouco esta distância sentida que nos separa venceu o amor que permanentemente nos uniu. O que me mantém forte, exatamente como queres que eu fique, é que sei, exatamente, onde tu estás desde a tua partida…estás em Deus!!!”, escreveu Saldanha.

Outras homenagens no livro

Além de Marcelo Saldanha, quem também faz uma homenagem à dona Petronília, é a a irmã do autor, Fernanda Saldanha Frias, que escreve o prefácio de: “Pituca, a minha forte luz amarela: das mídias sociais para o livro”. “O meu irmão sempre se mostrou em nossa intimidade familiar (e fora dela), muito amigo das artes, especialmente das letras – em Marcelo sempre percebi muita poesia, muita sensibilidade! Certamente, por isso, essa profunda identificação dos dois, dele e de mamãe – que também era de uma delicadeza prosaica. Ele a amava mais que tudo, a ama ainda, e por todo o sempre, mais que tudo… e talvez esta seja uma das poucas certezas que tenho em minha vida. Entendo que, desde a partida dela para o sorriso de Deus, e vivendo a inevitável solidão física (ainda que lute constantemente contra tal) de um grande amor de mãe/companheira, mais sensível ainda ele tenha se tornado. E, tomado por tal condição, precisou (ao longo destes anos de ausência) desenvolver “mecanismos” de mitigação daquilo que tem muitas saudades, pois lembra sempre – eles tiveram juntos uma vida intensa (de confidências tristes, de lutas, de privações, de sacrifícios…Mas também de alegrias, de celebrações, de orgulhos mútuos)”.

Já o médico psiquiatra, professor universitário e escritor Ruy Palhano, do qual Pituca era amiga e paciente, vê o livro de Marcelo Saldanha como o reconhecimento do amor de filho pela mãe materializado em formato de livro. E lembra dela em um texto de forma muito carinhosa. “Conheci dona Petronília em meu consultório médico, desde sempre muito ansiosa e excessivamente preocupada com a sua vida e com as vidas da sua família – era necessário estabilizá-la dos seus sucessivos “altos e baixos”, o que fiz por todo o tempo que cuidei dela”, disse o médico. Ruy Palhano acrescentou ainda em seu texto as qualidades de ser humano de ao longo dos anos que cuidou de Pituca. “ Dona Petronília era uma mulher altiva, carismática e forte, que sabia o que queria, não lhe faltando a competência para conduzir a sua vida, exercendo uma grande influência sobre a sua família, especialmente sobre seus filhos e sobre a sua casa, tendo sido amada por eles e por tantos outros”, diz outro trecho sobre Pituca.

Para Marcelo Saldanha, escrever um livro que trás um misto de saudade e lembranças sobre a pessoa mais importante de sua vida e que representou muito para que a conheceu, é também uma forma de fechar um ciclo de sentimentos que permearam a organização das mensagens que constam no livro. “Pituca, eu não vou negar, sem você tudo é saudade, meu conto de fadas de ontem, meu pedacinho de céu hoje e sempre”, finaliza Marcelo Saldanha fazendo uma adaptação da música “É o amor…” de Zezé de Camargo e Luciano para tentar definir o tamanho do amor que sente pela sua mãe.

Sobre Marcelo Saldanha

Marcelo Aragão Saldanha, nascido em São Luís, no ano de 1973, o escritor trabalha por quase três décadas, sempre militou nos mercados de Eventos, da Hotelaria e da Restauração, em cidades como São Luís/MA, bem como Barreirinhas/MA e Belém/PA. Paralelo a tudo o que fez, sempre quis ser professor, sempre esteve em salas de aula, como por exemplo, no UNICEUMA, assim é no IFMA Campus Barreirinhas, onde desde 2012 é servidor público concursado. Marcelo Saldanha, desde 2019 é membro da Academia Barreirinhense de Letras, Artes e Ciência lhe assentou na cadeira de número 36, cuja patronesse é Consuelo Dulce Côrrea, pioneira no Turismo da região dos Lençóis Maranhenses.

SERVIÇO

  • O quê: Lançamento do livro “A minha forte luz amarela”
  • Onde: Restaurante Escola do SENAC, Centro Histórico de São Luís
  • Quando: Nesta quarta-feira (1º), das 18h às 22h
  • Quanto: R$ 50
  • # Todo valor arrecadado com a venda do livro será revertido para obras sociais apoiadas por Pituca)
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