RADICAL?!

De franjinhas a cabeças raspadas: mudança de visual na quarentena virou febre

Veja o “antes e depois” de quem apostou na mudança e entenda como essa decisão é afetada pelo isolamento social

Atriz Bárbara Borges deu adeus à bela "juba" cacheada e raspou a cabeça: praticidade

De multiformatos, cores e tamanhos, os cabelos estão aparecendo cada vez mais nos feeds das redes sociais durante o isolamento social. Entre as celebridades, Rafa Brites, Bárbara Borges e até o cantor sertanejo Zé Neto (da dupla com Cristiano) foram alguns dos famosos que ousaram no corte ou na cor da cabeleira durante a quarentena causada pelo novo coronavírus.

Além das celebridades, muita gente por aí tem visto despertar o desejo de mudar o visual em meio ao isolamento social. Segundo dados do Google Trends – ferramenta do Google que mostra buscas populares na internet -, nos últimos 30 dias, a busca por tutoriais e dicas de como cortar o cabelo em casa cresceu 51%. Os gráficos mostram, ainda, que o maior volume de procura foi registrado no dia 30 de abril, com crescimento de 100% em relação ao mesmo período do ano passado.

Cantor sertanejo Zé Neto parece outra pessoa sem os cabelos no gel e a barba sempre bem alinhada

Entre os fatos relacionados à tanta procura está o cenário de distanciamento social. De acordo com a psicóloga Celiane Chagas, o contexto gera ansiedade e angústia, visto que enfrentamos uma situação completamente nova e inesperada, e esses sentimentos têm relação com a vontade de modificar a aparência.

“O fato de estar recluso em casa faz com que os dias pareçam todos iguais e assim o ser humano passa a se sentir passivo em relação a todo o contexto em que está inserido. Desse modo, alguns questionamentos passam a surgir; é então que a curiosidade e o desejo de mudança no visual passam a ser uma possibilidade. A necessidade de mudança pode ser um recurso interno para lidar com a sensação de passividade”, explica a especialista.

Psicóloga Celiane Chagas

Além da vontade de sair do modo passivo, a especialista destaca que o desejo de mudança tem relação direta com a necessidade de se expressar. “Cortar ou pintar o cabelo não é simplesmente uma forma de mudar, significa transformar! Quando nos transformamos, estamos tentando mudar uma realidade que pode estar difícil de encarar, seja um visual que não se gosta mais, ou até uma tragédia como a pandemia”, conta. “A mudança no visual é um pouco sobre você se sentir vivo, sentir que está em movimento e talvez fugir da sensação de vazio e improdutividade”, ressalta Celiane.

Para a psicóloga, o fato de não sairmos de casa tem impacto nos hábitos e na rotina. “Entre as mudanças que estão acontecendo, a maneira como nos arrumamos, e consequentemente nos enxergamos, também sofre impactos. Isso porque no conforto do lar buscamos por um visual mais confortável e relaxado, que é ótimo, mas, se usado por um longo período, pode influenciar na autoestima”, alerta.

Transformação

Outro ponto que contribui para esse momento funcionar como um incentivo na busca por uma nova cor ou corte de cabelo é o fato de que, por se estar em casa, com a vida social parcialmente pausada, há a sensação de que se algo não der certo, haverá tempo para “dar um jeito” antes de se retomar a rotina normal, afinal, o cabelo vai crescer de qualquer jeito.

Felizmente para a jornalista e influenciadora digital Mariana Dias, o corte feito por ela, em casa, não vai precisar de reparos. Motivada pelo desejo da mudança interior, Mariana não pensou duas vezes antes de passar a tesoura e afirma não se arrepender. “Acredito que a mudança acontece de dentro pra fora. Quando você muda muito por dentro, acaba que, de alguma maneira, isso vai refletir no exterior. Comigo foi exatamente assim, eu tenho vivido desde o início do ano um processo de transformação muito grande e, com a quarentena, na falta de opção em ter um profissional para recorrer, acabou que o Youtube me ensinou e eu fui e cortei, ainda bem que deu certo”, conta Mariana, que fez a própria franja em casa.

Jornalista e influenciadora digital maranhense Mariana Dias rejuvenesceu: fofa

Celiane Chagas lembra que, isolados do convívio social, esse é um momento de experimentação. “Agora é momento de experimentar o novo e, para algumas pessoas, até de libertação de um corte ou uma cor que não se gosta mais. Nesse período de isolamento social o pensamento é de que se eu cortar a minha franja e ela ficar torta, até o final da quarentena ela já terá crescido novamente, então tudo bem. Esse sentimento abre espaço para a ousadia da experimentação e nos deixa mais propensos a arriscar”, salienta.

Mas, apesar de divertido e libertador, as mudanças capilares feitas em casa precisam de cuidados extras, pois elas podem não sair exatamente como o esperado e gerar frustrações. “Lembre-se: você não é cabeleireiro! A falta de experiência e habilidade pode causar alguns problemas na hora de mudar o visual. Por isso, é preciso identificar se esse é realmente seu desejo ou apenas uma vontade passageira. Tenha certeza da sua decisão e consciência que aquela ação terá consequência positiva ou negativa. Feito isso, aproveite a experiência e boa sorte!”, conclui a especialista.

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