Em todo o Brasil, católicos celebram a Quarta-feira de Cinzas, que dá início ao período da Quaresma (os 40 dias que antecedem a Páscoa). Nesta quarta-feira, também está sendo iniciada a Campanha da Fraternidade (CF) 2020, que tem como tema “Fraternidade e Vida: dom e compromisso” e o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34). Na Arquidiocese de São Luís, a abertura da CF 2020 será no próximo sábado, 29, a partir das 16h, na Sede da Renovação Carismática (Angelim).

Para o lançamento da CF em São Luís, estão sendo esperadas caravanas de todas as partes do estado para o evento que começa às 15h com as apresentações de bandas católicas. Às 16h será realizada coletiva de imprensa no local. A Santa Missa será às 17h, presidida pelo arcebispo metropolitano, dom José Belisário da Silva, e reunirá padres e diáconos, religiosos e religiosas, autoridades e o público em geral.

O tema e o lema deste ano são inspirados na passagem bíblica do “Bom Samaritano”. Dom José Belisário explica a escolha. “Dois ícones nos ajudam a compreender o conteúdo e a mensagem da Campanha da Fraternidade deste ano. Primeiramente, o cartaz que retrata a santa brasileira, recentemente canonizada, a Santa Irmã Dulce. Ela é alguém que não fechou os olhos frente ao sofrimento de crianças e idosos, de doentes e desvalidos. Como boa samaritana, movida de compaixão, ela cuidou deles. O segundo ícone representa a parábola do Bom Samaritano. Nesta, há dois tipos de olhar. Há o olhar da indiferença, que é o olhar do sacerdote e do levita – eles viram o homem caído à beira do caminho, mas ‘passaram adiante’. E há o olhar de compaixão, que é o olhar do samaritano – ‘Ele viu, sentiu compaixão e cuidou dele’, explicou.

A Igreja no Brasil, que em mais cinco décadas, usa a Campanha como modo de viver a Quaresma, propõe, a cada ano, uma vivência mais ativa: em 2020 as ações práticas apontadas a partir do texto base trazem verbos como primeirear, envolver, acompanhar, frutificar e festejar. São ações para que o católico viva concretamente o Evangelho junto ao próximo.

Missa de cinzas e Campanha da Fraternidade

A Campanha – Nos anos 1940, em razão da forte crise econômica e social que abatera a capital potiguar, Natal, a Ação Social Católica, entidade precursora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, lança importante campanha de conscientização e arrecadação mobilizando grande número de norte-rio-grandenses.

Desta semente, a Cáritas-Brasil, instituição da Igreja Católica com atuação no país, lançou um projeto nacional que deveria ser realizado na Quaresma para que os dons arrecadados como fruto dos pilares quaresmais, a saber: a oração, o jejum e a caridade, fossem convertidos em ajuda fraterna. O projeto foi intitulado Campanha da Fraternidade – CF. A partir de 1964, a Campanha passa a funcionar ordinariamente em todo o país com participação de todas as dioceses com tema e lema definidos.

Quarta-feira de Cinzas

Cumprindo um ritual, a celebração da quarta-feira de cinzas é de missas especiais nas paróquias e comunidades da Arquidiocese de São Luís. Durante as celebrações do dia, será feita a tradicional imposição das cinzas sobre a cabeça dos fiéis. Na Catedral Metropolitana (Igreja da Sé), a missa será celebrada às 17h30 pelo arcebispo  Dom Belisário. Em todo o estado igrejas, comunidades e paróquias realizarão a missa de Cinzas.

Segundo a Arquidiocese, a Quaresma é o tempo forte da Igreja para combater a má influência do mundo e da carne. É um dia de jejum e abstinência e ainda um chamado à reflexão sobre a fragilidade e efemeridade da vida humana. Considerada também como um símbolo de penitência, pois no calendário cristão, essa data dá início à Quaresma, época de preparação para os milagres da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. A Quaresma se estende da quarta-feira de Cinzas até o domingo de Ramos e é marcado pelo convite ao recolhimento e à conversão dos devotos.

“Tempo da Quaresma é para nós tempo de chorar nossos pecados pessoais e os pecados do mundo. A vida é um dom de Deus, mas também é um compromisso. Cuidar dela é uma maneira de agradecer este dom”, destacou o arcebispo de São Luís, dom José Belisário da Silva.

As cinzas são o símbolo do pó, utilizada na expressão “Lembra-te de que és pós e para o pó voltarás” (Gen 3, 19). Esse ritual faz referência a uma antiga tradição oriental, na qual se joga cinzas sobre a cabeça como símbolo de arrependimento diante de Deus.