UM AMIGO

O Adeus ao “Cacique” Reginaldo Telles

São Luís amanheceu mais triste sem o revolucionário Reginaldo Telles, falecido na noite deste domingo, 6, no hospital São Domingos

Foto: Reprodução

Seis. Esse é o número de coroas de flores que anunciavam o fim do ciclo da vida de Reginaldo Telles. O adeus ao poeta, escritor, político, advogado e jornalista foi carregado de saudade. O tempo frio aflorava as lembranças de um homem que viveu intensamente o seu tempo.

A todo o momento amigos e parentes chegavam na central de velórios da Pax União, no centro de São Luís. Assim como na casa dele, eles se reuniram mais uma vez para celebrar a completude da vida do poeta, falecido devido falência múltipla dos órgãos na noite deste domingo, 6.

Apaixonado pela arte do viver, Reginaldo Telles é tido como um homem à frente de seu tempo. Revolucionário, ele dedicou grande parte dos 93 anos na luta do ativismo social. Para a amiga Lúcia Nascimento, a morte do poeta deixa mais que saudade. “Reginaldo deixa um vazio de uma experiência de humanidade que só ele foi capaz de realizar”, destaca.

Segundo Lúcia, Reginaldo Telles foi um dos primeiros a se manifestar pela proteção das florestas. “Naquela época não existia nenhuma campanha e, mesmo assim,  Reginaldo já era um homem voltado para essas preocupações do planeta”, lembra a amiga.

O Cacique das Tribos Tupinambás

“Cacique das tribos tupinambás”, como se autodenominava, Reginaldo Telles levou o amor pelas florestas em todas as fases de sua vida. “Meu pai era um cara que vivia a natureza no hábito alimentar, na cultura, nos movimentos intelectuais e políticos”, lembra o filho Osvaldo Telles.

Para amigo e político, Aziz Santos, a luta pela conservação da natureza fortaleceu o PDT na busca de grandes conquistas. “Chamávamos ele, na intimidade, de nosso Tupinambá. Porque ele trouxe a fibra e o vigor da nação indígena para a sua vida, enfrentando todas as batalhas políticas daquela época no Maranhão”, recorda emocionado o companheiro de luta.

Para o neto, Davi Telles, Reginaldo deixou uma grande mensagem de celebração da vida. “Cada criança que nascia, trazia a ele um espírito de renascimento. Com isso, a lição que ele deixa é de amor pela vida, justiça e democracia”, pontua.

“Reginaldo era uma pessoa que marcava. Como político, era uma pessoa de sonhos e não de conveniência. Ele sonhou a vida toda com um mundo diferente: sem preconceitos e desigualdades”, recorda com saudade a amiga Helena Heluy.

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